2009-11-15
DIZER-TE LÍDIA
dizer-te lídia como nada nos pertence
mais do que esta hora inclinada
como tudo é veloz e à nossa frente
nada bastante se retém
nem nada do que amamos só por isso
das mãos um dia não nos cai
exaustiva saboreia o que a boca adoça
a vista das cores embriaga de agora
os ouvidos de arpejos que agora ouves
nada apressa que mais cedo te aconteça
nem dentro nem fora da memória
nada aprisiones
vê como os rios ou no mar as ondas
das árvores a lassa folharia
a contínua seiva
nem as folhas cantos
nem a seiva frutos
nem o mar as ondas nem os rios ritmos
lentos ou velozes premeditam movimentos
vem ter contigo a noite sem que a peças
a morte sem que a queiras
como o que agora sentes sussurro brando
que é próprio do tempo ser cheio
de encadeados eventos
connosco roçam lascivos
ou lesam-te a língua lídia delicada
roíz ramos