pontos de vista

Espaço destinado a temas diversos....


2012-06-20

NÃO TERÃO ELAS/ELES O DIREITO DE AMAR?

 

Em 15 de março deste ano, 2012, a Corte de Cassação italiana, embora negasse o registo a um casamento homossexual celebrado fora do país, sancionou, a seu favor, em situações específicas, “um tratamento idêntico ao que a lei garante aos casais unidos por casamento”.

Algum tempo depois, o cardeal Martini, ex-arcebispo de Milão, afirmava não haver sentido nenhum em demonizar os casais homossexuais e impedi-los de fazer um pacto entre si.  Desafiava assim a doutrina de Ratzinger que impõe aos políticos católicos ajustarem-se aos “princípios inegociáveis” ditados pelo Vaticano, opondo-se à aprovação de leis sobre uniões civis, sobretudo gays.

Carlo Maria Martini exerce há anos uma notável liberdade de pensamento, exortando a Igreja a não trocar o núcleo da fé por posições fossilizadas, insustentáveis perante o sentir contemporâneo.

Acompanhou-o o cardeal de Berlim, Rainer Maria Woelki, que, malgrado ser conhecido por posições conservadoras, afirmou, perante uma multidão estupefacta, em 17 de maio, no 98 Katholikentag (magno congresso dos católicos alemães), que, “quando dois homossexuais assumem a responsabilidade um pelo outro e se  relacionam de uma forma fiel e a longo prazo, temos que ver isso da mesma forma que vemos as relações heterossexuais”. Juntava assim a sua voz ao crescente coro de bispos que clamam por uma mudança: que a hierarquia deixe de se recusar, de modo absoluto, a reconhecer a bondade moral das relações lésbicas e gays.

Um fenômeno que não é de hoje

O fenômeno dos desejos homossexuais é de todas as épocas e culturas. Sempre houve mulheres e homens que sentiram atração por pessoas do mesmo sexo. É uma constante na história. E não se pode dizer que o fenômeno só se deu em sociedades em decadência.

As artes e a literatura de todos os tempos descrevem relações sexuais e histórias de amor entre pessoas do mesmo sexo. É célebre a Epopeia de Gilgamesh (1700 a. C.) que fala de um rei mítico desse nome e da sua paixão pelo bravo Enkidu; estava apaixonado por ele “como por uma esposa”. Na Bíblia, Davi chora por Jónatas, cujo amor era para ele “mais maravilhoso que o das mulheres” (2 Sm, 1,26). No séc. VI a. C., Safo, poetisa grega, canta o amor entre mulheres de uma maneira que ainda hoje nos enternece.

Hoje o fenómeno atingiu uma visibilidade tal que não é de admirar que, vez por outra, nos vejamos a indagar se a natureza não estará provida de meios próprios como esse para controlar os excessos da proliferação humana. As estatísticas dizem que os homossexuais constituem hoje cerca de 10% da população mundial.

Homossexuais e heterossexuais

Se os homossexuais representam só 10% da humanidade, os restantes 90%  serão heterossexuais?

Em meados do século passado, o conhecido Relatório Kinsey demonstrou que, nos Estados unidos, eram cerca de 5% as pessoas entrevistadas que se comportavam especificamente como homossexuais e 5% como heterossexuais. E as restantes 90%? Não foi possível atribuir-lhes uma condição clara. Por isso, a dicotomia homossexual-heterossexual parece não refletir a realidade humana, mesmo que lhe acrescentemos a bissexualidade. Estes três conceitos partem da idéia de que existem só dois sexos biológicos: masculino (par cromossomático  XY) e feminino (par cromossomático XX).

Foi a bióloga americana Anne Fausto-Sterling quem originalmente defendeu a teoria de que não há só dois sexos, mas seis. Dependendo das diversas variações dos cromossomos sexuais, os seis gêneros biológicos constituem-se das seguintes combinações genéticas: X, XX, XY, XXY, XXX, e XYY. Sendo assim, em casos concretos, o heterossexual pode confundir-se com o homossexual: uma lésbica “masculina” pode apaixonar-se por um gay “feminino”.

A homossexualidade e a teologia

Nos dez primeiros séculos, a teologia cristã não tinha um conceito de uso geral e bem definido das ações homossexuais. No século XI, o bispo Burkhard de Worms fala em seu livro Decretum, para uso dos confessores, da “luxúria como a dos sodomitas”. Outros autores associaram ao adjetivo “sodomítico” idéias diferentes, até atos sexuais de homem e mulher sem objetivo de procriar. Na própria Bíblia, a interpretação da narrativa de Sodoma (Gn 19) está muitas vezes centrada em outros aspectos que não os sexuais. A leitura exclusivamente sexual começou com Santo Ambrósio e Santo Agostinho.

Foi São Pedro Damião quem cunhou o substantivo “sodomia”, em 1049. Com a crescente difusão do “vício sodomítico” no clero e nas comunidades religiosas, ele propõe graves castigos, o pior deles a pena de morte.

No século XIII, no seu livro “Summa de poenitentia”, Paulo da Hungria usa o termo “sodomia” como sinônimo de “pecado contra a natureza”, querendo expressar com isso uma série de atos sexuais não visando a geração. Diz ele: “Os sodomitas são os inimigos de Deus, os assassinos e destruidores da humanidade. Eles parecem dizer a Deus: ‘Criaste  os seres humanos, para que se multiplicassem. Mas nós trabalhamos para que a tua obra seja destruída’”.

O termo “homossexualidade” não é tradução da expressão medieval “sodomia”. Quando, em 1869, o escritor austro-húngaro Karol Maria Benkert criou esse neologismo, associava-lhe um intuito emancipatório. Esperava livrá-lo da condenação que a “sodomia” merecera da teologia moral. Como inclinação dada pela natureza, a “homossexualidade” não podia ser um pecado. Essa tendência ou inclinação foi  depressa assumida pela teologia, mas atacada a idéia de a isentar de culpa. E, em poucas décadas, nos dicionários teológicos, os artigos sobre “sodomia” foram susbstituídos por artigos sobre “homossexualidade”.

E, em 30.10.1986, a Congregação para a Defesa da Fé declarava: “Na verdade, a inclinação específica da pessoa homossexual não é, em si, pecaminosa, mas serve de base a uma tendência mais ou menos intensa voltada para uma conduta moralmente má. Por isso, a própria inclinação deve ser considerada como objetivamente desordenada”. O porquê da rejeição da homossexualidade ficava a cargo da Bíblia. Davam-se por erradas as objeções dos exegetas, quando tentam mostrar que, na Bíblia, não existe “um testemunho constante”, e afirmava-se que a Sagrada Escritura só  é entendida corretamente, quando não está em contradição com “a tradição viva  da Igreja”.  A norma para interpretar a Bíblia era, portanto, a tradição que, com os seus erros e restrições, estabeleceu, ao longo da história, uma leitura das narrativas bíblicas como contrárias ao desejo homossexual. Exigia-se, pois, que se ignorasse os conhecimentos da ciência bíblica, que se aceitasse  uma posição bíblico-eclesiástica de base fictícia e que se concordasse em admitir que “a prática da homossexualidade ameaçava a vida e o bem de um grande número de pessoas”. E, embora estes argumentos não tivessem a força ética necessária, as posições da Igreja não mudaram.

A discriminação

A doutrina católica proclama que, aos olhos de Deus, tanto mulheres como homens, inclusive lésbicas e gays, possuem igual dignidade. Os homossexuais “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo o sinal de discriminação injusta”. É uma afirmação genérica. Supõe, contudo, a existência de uma discriminação justa. Qual?  A motivada pela “tendência homossexual (que) é uma desordem objetiva e requer solicitude moral”. Daí que, se a legislação tornar ilegal  tal  discriminação, ela poderá provocar “um impacto negativo na família e na sociedade”, devendo por isso ser rejeitada.

Mas a discriminação não é só uma atitude da Igreja católica. Ela é também demasiado comum em sociedades culturalmente diversas.  Exemplo disso são os dados divulgados pela Unesco em 2011, que revelam um elevado número de gays e lésbicas vítimas de bullying em  escolas de diferentes países: Brasil, 40%; Chile, 68,4%; Canadá, 20%; Estados Unidos, 85%; Japão, 83%; Austrália, 80%; Índia, 50%; França, 58%; Holanda, 88%; Reino Unido, 97%.

É evocando a lei natural que a Igreja católica pretende convencer o mundo da verdade da sua doutrina sobre a homossexualidade. O cristão dispõe de outros argumentos, mas os argumentos da lei natural são os únicos que ele pode exibir perante as nações, culturas, credos e épocas. Todavia, não é fácil reconhecer e interpretar a “norma escrita pelo Criador no coração do ser humano”. A história do mundo e da Igreja está cheia de exemplos de aplicação equivocada desses argumentos.

“Qualquer ato conjugal deve permanecer aberto à transmissão da vida”, diz o ensinamento da Igreja. E mais: “A capacidade procriativa inscrita na sexualidade humana é, na sua mais profunda verdade, uma cooperação com a força criativa de Deus”.  Sendo assim, a realidade biológica do sexo que conduz à criação, reveste-se de sentido religioso. E a sua leitura teológica como expressão imediata da vontade de Deus acaba por nos impedir até de pensar que a intimidade sexual entre pessoas de mesmo sexo possa ser uma expressão válida de amor humano.

É natural que os seres humanos se sintam atraídos sexualmente por pessoas do sexo oposto. É a norma. Há pessoas, porém, que sentem e agem diversamente. O que fazem, diz-se, é contra a natureza. O remédio seria seguirem a norma. Mas elas objetam: “A mim, mulher, a minha natureza faz-me sentir atração por mulheres e a mim, homem, a natureza faz-me sentir atração por homens”. Por que é que aqui, essa natureza não há de ser também norma? Se Deus os fez assim e isso não prejudica ninguém, não terão eles o direito e até o dever de se comportarem de acordo? Quem será realmente capaz de dizer ao certo o que é o natural? Não foi o homossexual que escolheu ser assim. Foi Deus que fez a lésbica e o gay e não lhes outorgou o dom do celibato.

Outro olhar, outra visão

A visão da Igreja católica, e possivelmente a de outras Igrejas cristãs, incidem mais sobre os comportamentos homossexuais do que sobre a pessoa que busca realizar-se humanamente a partir da condição homossexual.  Bem o expressou aquela ex-freira lésbica americana que tinha como companheira também outra ex-freira: “O Papa só pensa no que fazemos na cama e não na riqueza espiritual que nos transmitimos uma à outra no dia a dia, no bom entendimento, no amor que nos une, na ajuda e apoio mútuo”. A pessoa humana, heterossexual ou homossexual, oferece variadas facetas e valores: honestidade, retidão, amor ao próximo, empenho profissional, etc. A orientação sexual é apenas uma entre essas facetas. Estimada, trabalhadora, bem-sucedida, amorosa, a pessoa não muda de personalidade, quando ficamos a saber que é homossexual.

O desejo sexual é a expressão da tendência humana natural a unir-se, a preencher os anseios uns aos outros, a desfrutar da companhia uns dos outros e a sentir prazer em ser desfrutado como companhia e realização mútua. Deste ponto de vista, nenhuma forma de comportamento sexual é em si mesma natural ou contranatural.

Alguém escreveu: “Nenhum comportamento sexual precisa de ser descartado. Se constrói laços estáveis e humanizantes de mútuo compromisso e respeito, em que o Eros se transforma em expressão do Ágape, ele contribui para a diversidade da bondade, do que é bom, sendo integrado na plenitude da vida, meta da nossa existência comum como seres humanos em comunhão com o resto da criação. Explorar uma vida gay ou lésbica genuína em todos os seus aspectos, derrubar barreiras e descobrir possibilidades novas e libertadoras, pode ser uma contribuição preciosa para a humanidade”.

Trata-se de libertar, sem artificialismos conceituais, pessoas diferentes de estigmatizações culturalmente impostas. Libertando-as, talvez a criação de Deus tenha a oportunidade de ser reconhecida como um dom do qual todos os desejos humanos fazem  parte, não como algo perigoso, mas como uma força capaz de produzir proximidade, solidariedade e amor.

Luís Guerreiro

 

 

 

 

 

 

 

 



Comentários

AnteriorSeguinte

2012-07-28

aventino aventino - PORTO

Ressoa-me nos ouvidos o som eunuco de uma voz eunuca do nosso ditador do século passado: "não discutimos Deus; não discutimos a Pátria; não discutimos a família"

Ressoa-me nos ouvidos a voz triste de quem não tem o homem como uma identidade plena: a biológica, a intelectual, a dos direitos e obrigações.

Como pois sereis vós capazes de discutir a opção, a natureza, o gosto, o desejo, a prática ou o que quer que seja de sexual do homem?!. Discutimos o direito a respirar?! À oxigenação do sangue?! Ao alimento?!

Se um dia, alguém te abordar, no mais recôndito dos lugares, para discutir a tua heterosexualidade, pede-lhe meia hora. E que durante essa meia hora, ele não respire. Depois, sim, estás disposto a conversar com ele.

2012-07-03

Arsénio Pires - Porto

Regressei.

E vi que dialogar não é o nosso forte!

Sobretudo quando não temos mais argumentos do que aqueles que a emoção nos dita.

Mais vale o silêncio!

 

2012-06-24

Arsénio Pires - Porto

Dizer como o Castro diz que, "sobre este tema mais não direi" é uma recusa ao diálogo! Assim, eu próipio mais não direi até que todas as portas de diálogo sejam abertas.

Nunca me negarei a discutir saudavelemnete e sem exagero de EMOÇÃO qualquer tema que seja.

Não é meu costume dar tiro e fugir (há outra expressão mais brejeira que me recuso a reproduzir...).

Portanto, ou há confronto de ieias ou o silêncio é a melhor via. Como já o fiz em "Fale connosco".

Vou, dentro de uma hora, sair para fora do país. Regresssarei no dia 3 de Julho.

2012-06-23

José de Castro - Penafiel

GOSTO DISTO! Pois não é que finalmente acordaram os espíritos que pachorrentamente esperavam a chegada do verão? Espero que outros já estejam perfilados para se juntarem aos intrervenientes que saltaram para a arena. Antes de mais, vou clarificar a minha posição quanto ao tema que abordei com intenção provocatória e contundente, tendo com isso atingido plenamente o meu primeiro objectivo. Quanto as uniões entre homossexuais nada tenho contra elas. Quanto à possibilidade de essas uniões serem reconhecidas como se de um casamento se tratasse estou frontalmente contra em matérias que não sejam as de âmbito fiscal. Quanto à possibilidade de adopção por "casais" de homossexuais e usando um tom muito suave na linguagem, considero no mínimo UMA ABERRAÇÃO. Quanto a todos serem filhos de um Deus(o de cada um), certamente também os pedófilos os assassinos os proxenetas ou as prostitutas o serão. Quanto a duas pessoas do mesmo sexo se amarem no sentido mais puro do termo, meus amigos; desse ponto de vista eu sou um homosexual. Choro os meus amigos quando os perco como quem se vê amputado de um braço. Tanto gosto das pessoas do sexo masculino como das do feminino. Mas não haja confusões. Gostemos ou não, concordemos ou não, somos animais e não podemos fugir a essa condição. A grande diferença nestas matérias do sexo é que talvez o "bicho homem" seja o unico animal do planeta que consegue manter uma relação sexual com outra pessoa exclusivamente pelo prazer carnal. Os restantes fazem-no quando as fêmeas aceitam os machos e tendo por objecto exclusivamente a reprodução. É esse o âmago da questão. É que a função reprodutora que os Deuses sabiamente conceberam é claramente percebida por todos os animais e TODOS SABEM A FUNÇÃO DE CADA UM DOS SEUS ÓRGÃOS SEM QUALQUER CONFUSÃO. Mas como disse, o homem deu outros passos e no âmbito da sua relação conjugal, seja ela hetero ou homossexual todos os dias procura novas formas de prazer (NADA DE CONFUSÕES COM O AMOR), que todos o sabem se desviam da função para que Deus criou cada um dos seus órgãos. Talvez se chegue muito em breve a um ponto da "evolução" da sociedade em que tudo seja natural entre as pessoas e, para assegurar a função reprodutora, o recurso generalizado à inseminação artificial resolvê-lo-à tal como é já prática corrente na criação intensiva de animais para abate. MAS NÃO ME PARECE QUE ESSE TENHA SIDO O OBJECTIVO DO CRIADOR AO CRIAR ESSA OBRA PRIMA QUE É O HOMEM E A MULHER (ESTA EM PARTICULAR), COM CADA COISA NO SEU LUGAR E COM A SUA FUNÇÃO BEM DEFINIDA. Essa moda, porque é disso que se trata hoje nos meios de comunicação que não se cansam de exaltar o "orgulho gay", como qualquer moda, a história ciclicamente se encarrega de a repetir. NÃO SEI QUAL O TERMO APROPRIADO PARA DIZER QUE UMA RELAÇÃO HOMOSSEXUAL É UM COMPORTAMENTO DESVIANTE SEM COM ISSO DEIXAR DE ADMITIR O DIREITO À DIFERENÇA. REPITO: À DIFERENÇA! VEM A PROPÓSITO A PEDOFILIA. JÁ FOI NUM PASSADO RECENTE BEM TOLERADA PELA SOCIEDADE SENDO ENTÃO DESCONHECIDO O TERMO "PEDÓFILO". RECUANDO NO TEMPO, TAL COMO SUCEDE COM OS COMPORTAMENTOS HOMOSSEXUAIS, NÃO SERÁ DIFICIL ENCONTRAR RELATOS DE MENINOS OBJECTO DE EXPLORAÇÃO SEXUAL PÚBLICA PELOS MAIS PODEROSOS, SEM QUALQUER CENSURA SOCIAL. ERA UMA QUESTÃO DE SORTE OU FALTA DELA PARA OS ESCOLHIDOS. JÁ ESSES (VIOLADORES E VIOLADOS), ERAM TAMBÉM FILHOS DE UM DEUS. MAS ESSE COMPORTAMENTO,ENTÃO COMO HOJE, NÃO PODE DEIXAR DE SER CLASSIFICADO COMO DESVIANTE. ESPERO QUE A MODA NÃO VOLTE ESTRIBANDO-SE NA HISTÓRIA. SOBRE ESTE TEMA, MAIS NÃO DIREI. Como já alguém disse: Agora malhem! Pelo menos ssim espero.
2012-06-22

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Desculpai voltar á carga! Acabando de ler os comentários postados a seguir aos meus, não diria como os alentejanos "isto é que vai aqui uma açorda" e sim "isto é que vai aqui uma confusão"…! Claro que o amor que eu dizia não poder existir entre tais infelizes não era o amor que qualquer ser humano pode (e deve) ter pelo seu semelhante, pela sua família, pelos seus amigos, mas sim o amor, forçosamente de cariz sexual. Com que outro amor poderia então um panasca ser feliz a não ser o amor carnal e do sexo? Para se amar não é preciso ser "gay". E mantenho a minha concepção sem lhe tirar uma vírgula sequer: um amor desses é, tou court, repugnante. Cumpre-me esclarecer que, mesmo não alinhando nessa "cantiga" de ser um democrata, por princípio nada me move contra os homossexuais desde que eles vivam lá a vida deles da maneira que muito bem entenderem. Por sua vez e isto aqui para nós, talvez porque seja limitado, o meu intelecto não entende como é que alguém pode sentir prazer ou felicidade em ter relações carnais com parceiros do mesmo sexo (e não me venham com tretas) quando a natureza, para tal, fez o macho e a fêmea. Agora, andarem por aí com teses, com argumentações pseudo-filosóficas e científicas, com rodriguinhos, a tentar convencer os outros de que essa gente tem direitos, que é um facto histórico e outras chachadas, isso é que não aceito pois, como disse, será querer justificar uma realidade que não é passível de qualquer justificação, a menos que seja (e creio que a finalidade é essa) para forçar os demais a aceitar o inaceitável. Se tal for o caso entraremos na esfera do palavreado dos que querem passar o conto do vigário. Perdoai-me mas para mim, um "paneleiro" é um ser desprezível a quem não reconheço, nem por piedade, a condição de infeliz ou que nasceu assim. Claro que há muitos heterossexuais que, como alguém comentou, cometem exageros, verdadeiras selvajarias e actos hediondos, mas esse é o domínio da condição humana quando envereda pelo caminho do crime; seja quem seja, ricos, pobres, gente religiosa ou agnóstica, políticos ou padres, cegos ou surdos, pessoas de bem ou indivíduos já com tendências para o crime, incluindo os próprios larilas. Também alguém sugeriu; "… não metam nenhum Deus no meio disto". Outra confusão; nem ninguém quer Deus para aqui chamado. A minha alusão á Divindade foi apenas para reforçar o conceito de que até Deus ou como queiram chamar a um Ser acima de tudo, se pudesse, haveria de "evomere ex ore suo". Mas então e da mesma forma, não metam também nisto a Igreja; nem para doirar a pílula nem para proferir anátemas. O meu pensamento apenas o manifesto como ser humano e não por qualquer preconceito, sentimento religioso, ordem legal, modernismo ou correcta politiquice. Repugna-me, choca-me, e pronto; apenas por isso.





 

 

 

.: Valide os dados assinalados : mal formatados ou vazios.

Nome: *
E-mail: * Localidade: *
Comentário:
Enviar

Os campos assinalados com * são de preenchimento obrigatório.

Ver todas voltar
Copyright © Associação dos Antigos Alunos Redentoristas
Powered by Neweb Concept
Visitante nº