“Cinquenta e um por cento dos antigos estudantes dos seminários portugueses são licenciados”, referiu Manuel António, o coordenador do estudo “Por onde andam os antigos seminaristas”, efectuado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica.
As conclusões do estudo, que envolveu uma amostra de 1.210 antigos seminaristas, foram apresentadas no I Congresso de Antigos Alunos dos Seminários, que se realizou nos 24, 25 e 26 de Abril de 2009, em Fátima.
“A amostra para o estudo foi seleccionada através de associações de antigos seminaristas e do anuário do clero”, explicou Manuel António, justificando assim a inclusão no estudo de 894 leigos e 317 padres.
“Em termos de comparação com a população portuguesa, os leigos que frequentaram os seminários, têm ordenados acima da média, superiores a 2.500 euros mensais”, frisou João António.
De acordo com o estudo do CESOP, mais de 50 por cento dos inquiridos vai à missa pelo menos uma vez por semana.
Também 50 por cento dos leigos dizem que se não tivessem frequentado o seminário, não teriam tantas habilitações académicas e valores para a vida.
“O estudo permite compreender, até certo ponto, o que levou os antigos alunos a entrar no seminário, que memórias guardam e que percurso de vida tiveram”, salientou o responsável pelo primeiro estudo feito em Portugal nesta área.
No total dos inquiridos, leigos e padres, 80 por cento nasceram “em aldeias ou casas isoladas” e 17 por cento tinham “sete ou mais irmãos”.
Entre os leigos, todos entraram para o seminário entre os nove e os dez anos e 95 por cento assumem-se, actualmente, como católicos.
Dos 317 sacerdotes inquiridos, 67 por cento afirmaram que “se não fossem padres, teriam constituído família e 15 por cento não vislumbra outra possibilidade de vida que não a de ser padre”.
Em termos políticos, 35 por cento dos antigos alunos dos seminários, afirmaram votar “à esquerda” e 31 por cento “à direita”.
“O estudo efectuado é uma pequena amostra da vida dos ex-seminaristas que, de alguma maneira, mantêm contacto com as instituições onde estudaram ou à Igreja Católica”, finalizou o coordenador do estudo.
Destak/Lusa
Manuel Vieira