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2011-05-09

Coisa e Loisas

Coisa e Loisas

por Arsénio Pires

 

Ele há “coisas e loisas” neste país que, deveras, me espantam! Vejamos.

Todos sabemos que, a nível mundial, as finanças públicas da maioria dos países foram afectadas ou desbaratadas, como há 90 anos não se via, com a quase exclusiva  responsabilidades dos partidos liberais de direita (e alguns “liberais de esquerda”…) que não souberam ou não quiseram regular a Banca. Consequência: a Banca cometeu fraudes monstruosas que levaram alguns desses países quase à falência.

Em Portugal, a Banca também contribuiu directamente para a crise em que nos encontramos, ao promover e facilitar o endividamento das pessoas e famílias com o crédito fácil concedido sem critério e sem controlo.

Neste tempo de sufoco, quem chama a Banca portuguesa ao banco dos réus!

Isso é que era bom! Antes pelo contrário, dá-se-lhe agora 12 mil milhões de euros da fatia do empréstimo. Ou seja, nós, os “classe média” que pagamos sempre todas as crises que não fabricamos, oferecemos-lhe do nosso bolso 12 mil milhões de euros. Ainda por cima!

E disseram-nos há dias que o lucro diário da Banca portuguesa é de 5 milhões de euros… Mas alguém pode informar-nos sobre o que se está a passar?

Mas, descansemos! Olhem só!
Lemos hoje, dia 9 de Maio de 2010, no DN Economia: “os presidentes dos quatro maiores bancos portugueses asseguraram hoje que continuarão a fazer todos os esforços para manter a confiança dos portugueses nas instituições que lideram, apelando a um esforço colectivo para ultrapassar a crise.”
Esforço? Para lhes pagarmos o empurrão que nos deram em direcção ao abismo?!


Mas descansemos!
Fernando Ulrich, presidente do Banco BPI, diz-nos também que “a crise financeira já dura há quatro anos, desde 2007, mas que os bancos portugueses demonstraram saber estar à altura dos investidores e dos depositantes.”
Sabiam?
 

Estaremos todos cegos e loucos?

Mas isto não pára por aqui.

Será que já todos nos esquecemos de que houve, em Portugal, um ROUBO de 2 mil milhões de euros que afectou o erário público com as chamadas "imparidades" (belo eufemismo…) do BPN e BPP que todos os contribuintes teremos de suportar em mais impostos a pagar do nosso bolso?

O americano do Banco de investimentos Lehman Brothers foi julgado e preso, para sempre, em tempo recorde.

Em Portugal, a maioria dos implicados no grande ROUBO do BPN e BPP continua à solta, sem pagar pelos seus actos fraudulentos. Eles são bem conhecidos; alguns foram ex-ministros e continuam bem instalados na vida. Os seus amigos que com eles foram governo continuam mudos e quedos e tudo farão para que os efeitos jurídicos se adiem ou passem à margem não vá a sua fotografia de "impolutos" ser manchada.

Espera-se que, num dia destes, chegue a altura de não se ter medo da verdade e de chamar "os bois" pelos nomes e sem tabus, para que a tão falada transparência de meios e processos ponha a nu os envolvidos e as suas ramificações a todos os níveis.

Mas eu sei que é pedir muito.

Estamos já cansados.

Derrotados.

Já nem em nós acreditamos.

Talvez já não valha a pena!

Talvez!




Comentários


2011-05-10

Arsénio Pires - Porto

Meu caro Ismael:

Fico contente por teres condensado o essencial da minha reflexão feita ao correr das teclas.

É o que me vai na alma!

Estes novos sofistas a quem chamamos políticos, primeiro que tratar da cidade, tratam-se e tratam de si com despudor! Todos a nível planetário fazem o mesmo. Portugal não é uma ilha. Nem os daqui são melhores ou piores do que os outros.

Mas, se com eles não podemos viver, sem eles muito menos. Pelo menos enquanto continuarmos a velar  este sistema que é já cadáver há anos.

Temos que mudar de linha e de destino.

A crise apanhou o planeta de calças na mão. E regressará em breve tempo se as nações não mudarem de paradigma. Uma sociedade baseada no TER não pode SER grande coisa!

"Vemos, ouvimos e lemos

Não podemos ignoorar!" (dizia a Sophia).

2011-05-10

Ismael Malhadas Vigário - Braga

É verdade, há em todos nós um certo sentimento wreliano de dominados, um sentimento de absurdo em que fomos deitados e de que nos sentimos impossibilitados de nos libertarmos. O homem é uma ilha. Ah!... se isso fosse possível?!.. Numa ilha viveríamos a maioria de nós, melhor do que neste estado de coisas, perante a força do monstro que nos oprime: a ausência de verdade assumida pelos algozes, o discurso hermético dos economistas ao serviço de políticos perversos. O descrédito nas leis e nas instituições está aí estampado. Que sentimos, nós, uma quantidade enorme de seres que lhes aparamos o jogo?!.. Impotência, vitimização, revolta. Até onde isto nos poderá conduzir?!...

Onde está o nosso futuro? Precisamos de um novo homem político em quem confiar. Nestes, definitivamente, deveríamos ostracizá-los e, por uma simples razão, porque nos expoliaram daquilo que era nosso, do que nos era devido. Mas, não. Além de nos roubarem exigem mais e obrigam-nos a pagar de novo e agora com juros exponenciais.

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