2011-05-04
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
Ai, Asénio: eu também tive um desses. E era lindo. E estimado. Tinha uma saca própria, feita de ganga azul por uma tia minha. E tinha uma almofada que fazia de "delete" e funcionava ás mil maravilhas. E desenhava nele a bandeira portuguesa, a cores, com giz de cores e era um feito que dava brado nos restantes companheiros e me tornava o "maior". E no fim do "erase" tinha gosto em pôr o seu monitor preto muito luzidio e brilhante com diversos produtos: esfreganços com cascas de banana, leitugas e cebola, gotas de azeite e mesmo cuspo. Quando eu depois já era grande, também passou para um irmão meu e, nas mãos dele, sofreu os mesmos tratos de polé, mas doenças microbianas, nem vê-las. Era uma tecnologia impressionante e infalível. Quantas saudades deixou! E dizes bem: era feliz, como nunca mais o fui.