pontos de vista

Espaço destinado a temas diversos....


2011-03-02

Sobre o Alzheimer

A cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade de sermos felizes por 60 segundos.

 Sobre o Alzheimer

Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor

 

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia 'o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns  nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos;

prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que...', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas?

 Como?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer.

Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, de uma localidade onde estive há trinta anos.. Leiam e se empenhem

em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas

medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente novas  receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum...Preocupante).

Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade.

Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada  pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

 

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável,criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro.

Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem  a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa.

O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho  adicional. Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço direito;

- escove os dentes com a mão contrária da de costume;

- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);

- vista-se de olhos fechados;

- estimule o paladar, coma coisas diferentes;

- veja fotos de cabeça para baixo;

- veja as horas num espelho;

- faça um novo caminho para ir ao trabalho.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro!

Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro.

Vale a pena tentar!

Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?

Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o mouse com a  mão esquerda?

 

'Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer!'

Eu coloquei este texto trabalhando o Rato com a mão esquerda.

 

 



Comentários


2011-03-03

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Felizmente que tenho essa sorte, caro Vieira, porque a minha santa mãe que Deus tem morreu precisamente com esta terrível doença e poderia acontecer, por força de leis biológicas, que me pudesse calhar a mim em herança. Não foi a mim mas a uma irmã minha, porém, devemos acatar os justos desígnios de Deus e conformarmo-nos com ele. Por outro lado e seguindo as sugestões deste texto tenho procurado exercitar o meu intelecto de forma a evitar todos os percalços. Mesmo antes de ler isto, até já usei o rato com a mão esquerda, acreditem.

No que toca ao "Fale connosco" é evidente que procuro manter a chama acesa mas, valha-me Deus, não poderão ser sempre os mesmos a bufar ao lume. 

Serei conservador, é um facto, mas já fui revolucionário; no bom sentido, entenda-se!

2011-03-02

manuel vieira - esposende

Este texto remetido pelo Assis procura sensibilizar para as boas práticas que serão preventivas relativamente ao Alzheimer.

Participar com alguma frequência no "Fale connosco" ou nos "Pontos de vista" é uma das boas práticas porque é "oxigenante" para a actividade cerebral e estimula o diálogo entre colegas, sobretudo quando os conteúdos exigem maior argumentação e até alguma acutilância.

A atitude cómoda de espectador será a mais fácil ea que dá indicadores estatísticos de leitura, mas mais interessante que isso é a boa prática no sentido da participação activa, como faz o nosso colega Martins Ribeiro, que não perde uma oportunidade para fazer saltar a tampa, mesmo assumindo o posicionamento conservador em relação a várias temáticas. No método comunicacional já não é conservador, bem pelo contrário e mostra com clareza como o Alzheimer é doença que nada quer com ele.

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