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2010-11-26

“10 Estratégias de Manipulação”

O linguista Noam Chomsky elaborou uma lista com “10 Estratégias de Manipulação” através dos média.

 1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais”. (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”). 

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público (povo), a fim de que este seja o mandante das medidas que (as elites) desejam que sejam aceites. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo de sua própria liberdade. Ou também: criar uma crise económica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

 3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceite basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo), foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram uma vida decente. Tantas mudanças que teriam provocado uma revolução (revolta), se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa, mas necessária”, obtendo a aceitação do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregue imediatamente. Segundo, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.

 5. Dirigir-se ao público como se fossem crianças. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico” (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”). 

6. Apelar ao aspecto emocional e não à reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

 7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível (e intransponível), pelas classes inferiores”.  (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”). 

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto. 

9. Reforçar a auto-culpabilidade. Fazer o indivíduo crer que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à pouca inteligência, falta de capacidade ou de esforço. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema económico, o indivíduo desvaloriza-se e culpa-se, criando um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da ação. E sem ação não há revolução! 

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No percurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” (Capitalismo), chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio, permitindo exercer maior controle e poder sobre os indivíduos.  

Fonte: Adital

Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político norte americano. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts 

(Texto enviado por Irene e Luís Guerreiro)



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