pontos de vista

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2010-04-23

Como enfrentar o Problema da Pedofilia no Clero da IC?

Como enfrentar o Problema da Pedofilia no Clero da IC?

 

Hoje mesmo recebi um telefonema dum conhecido meu, professor de Sociologia, ateu (quase que poderia dizer, militante!), que conheci pessoalmente e com quem tenho mantido civilizados diálogos no Expresso online sobre as várias questões da fé, da fé católica e, como não podia deixar de ser, sobre o escândalo da pedofilia no clero católico.

Telefonou-me por pensar que eu devo estar a sentir dolorosamente este problema da IC, pois “já há dois dias que não vens ao fórum do Expresso” e, por isso, ele queria dizer-me que entende e sente comigo a desilusão “que tu deves estar a sentir”!

E disse mais: “Desejo sinceramente que a Igreja católica saia renovada desta crise pois o mundo precisa duma Igreja forte, credibilizada e actualizada!”

Sensibilizado, agradeci-lhe o apoio e agora dou comigo a pensar: São ateus como este que nos fazem acreditar no Homem. Em Deus.

 

Depois desta introdução, e já que “quem vive do passado é museu”, vou voltar-me para o futuro e dizer aquilo que penso poder ser o caminho para a IC sair desta crise da pedofilia.

 

1- Os bispos da IC não podem remeter-se a um silêncio pesado e hipócrita.Eles têm que facilitar a vida a todas as vítimas de abusos sexuais por parte do clero católico, secular e religioso, vítimas essas que estão ocultas, caladas e, de certeza, traumatizadas. Sabemos que a maioria dessas vítimas não quer que outros saibam que foram objecto de abusos sexuais, especialmente os seus pais, cônjuges, filhos e amigos. E os Bispos não podem dar a impressão de que jogam com este dado. Não podem ficar, mais uma vez, numa atitude de que “é melhor não fazer mais barulho e esperar que a tempestade passe…” indiferentes à dor e injustiça praticada sobre estas pessoas.Aferrolhar as portas, fechar as janelas e esperar que a tempestade passe é uma estratégia errada e desumana.

2- Os bispos da IC têm que liderar um processo de limpeza e purificação das suas dioceses sem esquecer as Ordens e Congregações que estejam dentro delas.Têm de ser transparentes e de encorajar as vítimas a apresentar queixa AGORA. E têm, sobretudo, que socorrer essas vítimas naquilo de que elas necessitem e os tribunais venham a declarar como adequado e justo.Com o seu silêncio, não podem dar azo a que alguém possa pensar que continuam numa política de encobrimento. A abertura e orientação já foram dadas por Bento XVI.Em nome da Boa Nova de Jesus, não deverão encobrir os culpados. As vítimas devem ser ajudadas! Os bispos deverão abrir canais de comunicação que sejam meios seguros e sigilosos por onde as vítimas possam, sem medo algum, denunciar os prevaricadores.

Para bem de nós que somos Igreja.

E para bem de toda a Humanidade.

Arsénio Pires



Comentários


2010-04-27

Arsénio Pires - Porto

Meu caro Martins Ribeiro:

Agradeço o teu comentário e o artigo (um bocado reaccionário, diga-se de passagem) sobre o grande e INDISCUTÍVEL teólogo, um dos principais mentores do Concílio Vaticano II.

Se lermos a Carta Aberta aos Bispos, de Hans Küng, que aqui pusemos ao dispor de todos no "Pontos de Vista", concluímos que o que ele diz é irrefutável. Quem estiver com espírito "conciliar", teremos que reconhecer a justeza das suas propostas. Felizmente que esta Carta está a gerar um grande movimento a nível mundial.

Como em tudo, meu caro, também na Igreja católica restam duas posições aos crentes:

1ª- Perspectivar e lutar pelo futuro tentando SEMPRE melhorar.

2ª- Parar sentado, olhando o mundo a passar indiferente à sua presença.

Mas, a luz não se acendeu para ser colocada debaixo do alqueire!

Um abraço.

2010-04-25

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Respigado do Blog "Portugal dos Pequeninos", encontrei este ponto de vista que, por vir ao encontro do meu pensamento sobre o tema em destaque, me permito transcrever, com a devida vénia:

 

KUNG NO SEU LABIRINTO

 

Hans Kung é um discutível teólogo contemporâneo. Mas Kung há muito que olha para a Igreja como uma associação de prosélitos e de beneméritos na qual deviam coexistir "tendências", preferentemente não reaccionárias (as vezes que Kung usa o termo nesta carta são reveladoras), que a ajudassem a ser mais "sociedade civil" - tal como ela nos é vendida e vivida diariamente com os sucessos pessoais e públicos que se conhecem - e não a Igreja milenar cuja existência e sobrevivência depende justamente da firmeza e da intransigência em relação ao "tempo que passa". A Igreja de Ratzinger parte do pressuposto que, de facto, o tempo e o homem passam e que não compete a ela seguir a moda ou, in extremis, juntar-se-lhe para não perder o delicado pezinho na história. Kung porventura não se importaria que um novo concílio - que recomenda - terminasse com um concerto de lady Gaga ou de Amy Winehouse algures numa mesquita. Ratzinger aconselhou os fiéis e os ministros da Igreja, muito cedo, ao hábito de viver em minoria. Kung, pelo contrário, parece desejar que a Igreja - e o catolicismo - seja tão popular como o Inter de Milão, o iPod ou a Oprah para sobreviver. Ao apresentar-se "mais papista que que o Papa" por se imaginar "mais deste mundo", Kung não está a ajudar a Igreja com os seus conciliábulos privados. Limita-se a acender o facho que vai à frente da multidão dos inimigos da Igreja e daquilo que eles representam. No fundo, Kung não quer outra Igreja. Quer outra coisa.

 

PUBLICADA POR JOÃO GONÇALVES EM 24.4.10 


2010-04-25

Arsénio Pires - Porto

Já que ninguém comenta, comento eu.

Ao reler o que escrevi, tiro duas conclusões:

1ª- O meu amigo ateu militante pareceu-me mais construtivo, e bem mais virado para o futuro, do que alguns intervenientes na nossa rubrica "Fale connosco".

Como eles, o meu amigo ateu é sempre acutilante e não poupa os pontos fracos da IC. Mas é interessante que ele reconhece o papel positivo da IC e não deseja que ela seja destruída; antes, pelo contrário, deseja que ela saia rejuvenescida desta crise que atinge, em particular, a sua organização.

2ª- Os bispos. Pois... a questão está em saber,primeiro, se eles têm independência total para agir segundo aquilo que escrevi. Depois, em saber também se, tendo essa independência, eles vão ter coragem para agir como responsáveis pela boa governação das suas dioceses.

É que são poucos os bispos que revelam ter independência para agir. Parece que quase todos estão mais apostados em obedecer em tudo ao Papa do que ao Evangelho de Jesus. E, o Senhor da Igreja não é o Papa mas Jesus e a sua Boa Notícia.

Pronto. Já inaugurei este novo recurso do nosso site. Parabéns ao Vieira, nosso incontestável Líder!

2010-04-24

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Com a devida vénia, transcrevo o post do Blog "Portugal dos Pequeninos", sobre o assunto em destaque:

 

KUNG NO SEU LABIRINTO

 

kung.jpg

 

Hans Kung é um grande e discutível teólogo contemporâneo. Mas Kung há muito que olha para a Igreja como uma associação de prosélitos e de beneméritos na qual deviam coexistir "tendências", preferentemente não reaccionárias (as vezes que Kung usa o termo nesta carta são reveladoras), que a ajudassem a ser mais "sociedade civil" - tal como ela nos é vendida e vivida diariamente com os sucessos pessoais e públicos que se conhecem - e não a Igreja milenar cuja existência e sobrevivência depende justamente da firmeza e da intransigência em relação ao "tempo que passa". A Igreja de Ratzinger parte do pressuposto que, de facto, o tempo e o homem passam e que não compete a ela seguir a moda ou, in extremis, juntar-se-lhe para não perder o delicado pezinho na história. Kung porventura não se importaria que um novo concílio - que recomenda - terminasse com um concerto de lady Gaga ou de Amy Winehouse algures numa mesquita. Ratzinger aconselhou os fiéis e os ministros da Igreja, muito cedo, ao hábito de viver em minoria. Kung, pelo contrário, parece desejar que a Igreja - e o catolicismo - seja tão popular como o Inter de Milão, o iPod ou a Oprah para sobreviver. Ao apresentar-se "mais papista que que o Papa" por se imaginar "mais deste mundo", Kung não está a ajudar a Igreja com os seus conciliábulos privados. Limita-se a acender a candeia que vai à frente da multidão dos inimigos da Igreja e daquilo que eles representam. No fundo, Kung não quer outra Igreja. Quer outra coisa.

 

 

 

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