entrevista

2009-12-12

À CONVERSA COM O ARSÉNIO...

Arsénio de Sousa Pires nasceu em Trandeiras, Vila Pouca de Aguiar, em Agosto de 1944 e 14 anos depois rumou até à Quinta da Barrosa.
Pelo mesmo portão ferroso entraram nesse ano mais 38 adolescentes como o João Cruz de Carrazeda, o Diamantino, o Pedro Barreira, o Santos ou o Álvaro Gomes.
O Arsénio é na Associação como o segredo no negócio, a alma… e embora as Direcções vão passando, ele mantém sempre o mesmo nível de entusiasmo, de iniciativa e com o Assis e o Nabais, interagem na perfeição com os eleitos.
A nossa revista Palmeira persiste sob a sua batuta desde o primeiro número e é também um indefectível do nosso sítio na internet.
A abordagem para esta segunda entrevista foi simples e digital e as respostas sem pestanejar e frontais, mas  com um sorriso amigo.


1-    As organizações voluntárias funcionam devido a “carolas” como tu. Como te defines ou posicionas no seio de uma associação de antigos alunos de um seminário?

Estive presente desde a primeira fase da formação da nossa Associação. E, com todo o gosto, quase sempre actuante. Acho que nada de importante se faz na vida se não nos decidirmos a agir em equipa, cada qual pondo a render, para si e para os outros, os talentos que Deus lhe deu. Ninguém faz nada sozinho. Todos dependemos de todos.
Na nossa Associação, decidi-me a colaborar com outros grandes amigos, alguns já falecidos, porque desde sempre achei este projecto não só viável como, sobretudo, desejável. Afinal, temos uma história invejável de tantos anos vividos em conjunto. Talvez dos mais belos tempos de todos nós. A memória das coisas e dos tempos, quer queiramos quer não, é a nossa vida.


2-    Ao ler o nº1 da nossa revista Palmeira encontro lá o teu nome e de outros que ainda “conduzem” o projecto. 28 números depois, em 11 anos de vivência o que é que continua a entusiasmar-te?

O Vieira aplicou uma palavra de que gosto muito: entusiasmo. Pela sua etimologia sabemos que significa “estar possuído por Deus”: “énthous”, variação de “éntheos”, que dizer “ter Deus consigo”; mais “asmós” (variante vocálica de ismos). Desculpem esta erudição (afinal aprendemos alguma coisa nas aulas de grego…) mas serve para dizer numa só palavra o que poderia dizer por longas frases.
A Palmeira foi uma iniciativa que lutou logo no inicio contra velhos de Restelo mas que, com muito esforço e empenho, felizmente temos levado com regularidade às casas de mais de 300 antigos colegas da Barrosa. Através da iniciativa que o Vieira teve de colocar online todas as Palmeiras, é gratificante poder verificar a evolução que fomos tendo ao longo destes 28 números. E isto também gera entusiasmo!


3-    Alguma vez pensaste em abandonar o barco?

Como posto de serviço que é, não o encaro como definitivo. Outros colegas mais capacitados virão um dia. Não me julgo imprescindível. Mas também nunca pensei “abandonar o barco”.
Estive sempre bem acompanhado neste projecto. O Nabais sempre foi outro grande obreiro mas, como é próprio dele, permanece injustamente na sombra. Esteve sempre comigo desde o início. O Assis, da mesma maneira. Outro grande amigo sempre pronto a trabalhar para o bem comum. Sem eles, este projecto nunca teria sido possível. Para melhorar as coisas, recentemente tivemos o bom reforço do Ir. Ricardo, do Alexandre, do Bernardino  e do Barros. É por isso que nunca aceitei o nome de Director. Os grandes projectos nascem e são sempre alimentados em equipa. Este não é um grande projecto. Mas é, seguramente, um generoso projecto. Graças à equipa e graças aos colaboradores que, na sua grande maioria, estão na Palmeira desde o início.


4-    Repetimos várias vezes o chavão quase universal de que “são sempre os mesmos”. Sabendo que os nossos recursos têm muito valor, entendes que isto é um mal geral ou encontras na nossa organização causas diferentes?

Os acomodados, intelectual e fisicamente, dizem sempre que temos necessidade de chefes (não falo de líderes…). É mais fácil confessar: “Diz-me lá o que queres que eu faça…” do que perguntar-se: “Que posso fazer eu para melhorar isto…?” Então concluem: “Uns nascem para mandar e outros para executar.” E, assim, ficam descansados porque, fazendo o que o chefe mandou, vão para casa, enfiam os chinelos e vêem televisão. Tranquilamente.
Os que se interrogam, não. Nunca estão descansados. Esses “são sempre os mesmos”!
Sabem o que aprendi durante estes anos de Palmeira? Se quiser pedir um artigo, não o peço a quem não tem nada que fazer. Esse nunca tem tempo! Aqueles que têm muitas actividades e estão sempre ocupados costumam dizer: “Para quando queres o artigo? Vou arranjar um tempito e… podes contar comigo”. Mas… a Associação (ou qualquer grupo) é o “espelho na nação”!


5
   Conhecendo como conheces o potencial de muitos dos nossos colegas, o que esperavas em termos de contributos e esforço dos nossos associados?

Esperava mais espírito solidário e mais “entusiasmo” no trabalho em favor da Associação. A Direcção conhece bem o problema!
Gostava de menos complexos: “Ai, eu não tenho talento. Eu não sei escrever…”. E gostava de menos mentiras do género: “Não vou ao Grande Encontro porque a minha tia morreu…”, “Não vou porque tenho que experimentar uma junta de bois…”
Somos poucos demais para mantermos a nossa Associação no nível que ela merece. Eu disse Associação, ou seja, um conjunto de 300 Associados, dos quais cerca de 40 pagam as quotas! Não está nada mal! (Para os mais incautos… esta foi irónica e verdadeira!)


6-    Em termos de organização dos nossos Encontros, depois de Tomar, porquê Alcobaça?


O próximo Grande Encontro vai ser mais um grande desafio que a Direcção da Associação nos propõe! Não me compete falar em nome da Direcção mas, como trabalhámos em equipa na definição do local do próximo Grande Encontro, direi apenas que ele se insere dentro daqueles dois objectivos que tivemos quando fomos a Tomar:
1º- Diversificar. A Quinta da Barrosa foi e será sempre o centro dos nossos Grandes Encontros. Mas, de vez em quando convém variar. Também com a intenção de captar mais presenças de colegas.
2º- Explorar. Vamos continuar na senda dos Cavaleiros do Templo (Templários) falando da sua influência na formação do Reino de Portugal. Desta vez visitaremos o Mosteiro de Alcobaça, de certa maneira também ligado aos Templários. Como veremos.




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