2013-01-09
ANTÓNIO GAUDÊNCIO - LISBOA
Com uma simplicidade desarmante num texto despretensioso, o nosso amigo Peinado disse tantas coisas importantes e belas e gerou emoções tão fortes que digeri-las, a seco, não me é fácil. E menos fácil ainda se torna para mim quando está em causa um condiscípulo, um velho amigo de longa data, um companheiro de que só a ideia de perdê-lo faz arrepiar, de um homem inteiro que não engole desaforos, honra compromissos, estima os amigos, enfim, um HOMEM ( assim mesmo com maiúsculas ) .
Não me vou alongar muito neste meu comentário porque, como acima referi, é um amigo ( desde os idos de Setembro de 1955, lembras-te amigão? ) e eu não sou bom a dissecar sentimentos quando se trata de amigos. Todavia não acredito que o nosso Peinado já esteja a desistir da vida; não acredito que ele não nos torne ainda a fazer felizes com o seu esfusiante gosto de viver, a sua alegria contagiante e com o seu humor tão peculiar que desarma qualquer cristão.
Sensibiliza-me muito a grandeza do gesto altruísta do ofertor do rim mas também respeito e admiro a dignidade que o Peinado teve ao agradecer a dádiva mas recusando-a com argumentos que comovem.
Se me ponho a escrever mais corro o risco de me «desnudar» por completo e de começar a dizer coisas que não quero.
Termino, dirigindo-me ao nosso amigo Peinado e vai ser em discurso directo : Amigão, com simplicidade, com franqueza e com uma grande dignidade, escreveste uma das mais belas páginas que, até hoje, surgiram no " FALE CONNOSCO ".
Mas não vejo este teu desabafo como um testamento.Nada disso!!!!
Continua a lutar pela vida e VOLTA,VOLTA, VOLTA, porque és sempre benvindo e bem recebido.....