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2017-08-01

manuel vieira - esposende

É verdade, estamos no Verão, em tempo de férias mesmo para aqueles que não trabalham. Notam-se os silêncios, talvez o cansaço a exigir repouso, mas os silêncios são fortes sem tocar nos afetos. É curioso que todos dizem que estão todos calados, mas ninguém ousa falar. Nem o Castro, nem o Zé Rodrigues, é verdade o Ismael, o Martins Ribeiro tão viril, as picadelas do Aventino, até o permanente Assis, é engraçado e curioso tanta gente de férias ...

2017-06-17

manuel vieira - esposende

Mira abriu os seus braços a tantos que vieram e alojamo-nos na Lagoa . Reconfortamo-nos com um bom buffet que deu forças para uma tarde marítimo-turística e de conhecimento.

No Museu Marítimo de Ílhavo apreciámos as memórias da pesca do bacalhau nos mares frios e visitamos na Gafanha o navio-museu Santo André. Ainda em Ílhavo tive a visita do José Luís Bento, que foi enfermeiro no Beira Mar e que já não via há cerca de 50 anos e curiosamente reconheceu o Júlio Samorinha, do mesmo curso.

A noite foi ótima e desfrutamos da boa música e dança enquanto jantavamos.

A manhã de domingo permitiu um passeio nos barcos moliceiros pelos canais aveirenses e ainda frequentamos um workshop sobre o fabrico dos ovos moles tradicionais da cidade.

Depois foi o almoço final no restaurante Ceboleiros, no centro da cidade,  com uma comidinha bem agradável que reforçou o convívio. Abraços e palavras quentes deram razão a ter tantos amigos ...

Se fosse introduzido um questionário final de satisfação saberia quase na certa qual era o resultado mesmo que as respostas pudessem ser entre 1 e 10 e era evidente a satisfação do António Vaz e família pelo contributo que deram para tanta gente estar feliz.

2017-06-17

AVENTINO - PORTO

AVEIRO. ENCONTRO.

 

GOSTO do Alexandre; e do seu olhar cor de rosa sobre o entardecer.

GOSTO do Alexandre; que, estando lá, é como se estivesse num outro encontro; como, se a inquietude fosse apenas uma só fantasia.

2017-06-09

alexandre gonçalves - palmela

Amigos

 

Desculpem esta entrada! É para me limpar dos meus excessos emocionais, que provocam consequentemente um enorme desprezo pela matemática. Onde se lê "dez dezenas" no texto "Aveiro: um mar de afectos"queiram ler apenas "largas dezenas". É que os afectos, temperados pelo mel conventual dos ovos de Aveiro, multiplicam geometricamente as quantificações......

Rectificado o erro, leiam com brandura a prosa que pretenciosamente comenta o Encontro Nacional 2017.

O autor, AG

2017-06-09

alexandre gonçalves - palmela

 

ENCONTRO NACIONAL (3/4 de Junho,2017)

7AVEIRO: UM MAR DE AFECTOS

 

 

Éramos tantos, que até parecíamos estrangeiros baratos, amontoados nos canais de Veneza. Ultrapassámos as dez dezenas, a espalhar por toda a parte o esplendor da nossa idade. Alegria, movimento, diversidade e muita cor davam à tribo uma presença distinta e respeitosa. Os abraços foram pontuais e eufóricos na estação ferroviária. O norte e o sul, o leste e o oeste fundiram-se nos afectos que a memória preservou. Um autocarro branco, de perfil imponente, nas peritas mãos de um tal jovem Norberto, venceu com eficácia as malhas pujantes da cidade. Depois foi a periferia, em contíguas povoações rentes ao arenoso solo. Em Mira, por entre um maciço florestal e já sob um aroma de mar, um hotel majestoso flanqueia-nos a entrada e dá-nos uma sugestão de um criativo ócio. Mas o programa impõe-nos um almoço apressado. Temos de acelerar. Há muito mar para ver. Primeiro o museu e a vida dos heróis silenciosos, que, em perigos desmedidos, escavaram o oceano nórdico, para garantirem à mesa lusitana o eterno bacalhau. E tanto que o gástrico desejo de o ver bem amestrado, sob um fio de ouro líquido, começou a crescer. Mas temos de esperar até ao dia seguinte, para que o desejo se cumpra.

Voltemos ao programa, que é soberano. Agora são as dunas, não aquelas que alguns verões sugerem, mas antes barragens contra o pacífico. O guia arrisca um futuro muito incerto para a sua resistência às fúrias marítimas. As gafanhas são uma história dolorosa. Resta-lhes o nome e a dramática narrativa da função. Eram barracas de leprosos, doença brutal de outras eras, para onde os condenados eram remetidos antes de a morte os vir buscar. O fim de tarde foi áspero e frio. Destas dunas vinha um vento cortante, inverosímil, como se o mar apenas avisasse que ele era o dono da paisagem. Fugimos em boa hora para o hotel, que nos deu conforto, um banho quente e um duvidoso bufet, a que alguns entendidos não atribuíram grande reputação. Em compensação, serviram-nos generosos decibéis de ritmos, que puseram um bom número de membros em juvenil pé de dança. Pôde então verificar-se que grande parte da nossa musculatura ainda está apta para notáveis prestações.

Depois foi noite e outra vez dia. E a estrada foi pouca, até à gulosa teoria dos ovos moles. As freinhas de Sta. Joana, a princesa, única filha de D. Afonso V, o Africano e o apetite pecaminoso daqueles ovos. Consta que a princesa terá sido o único exemplar de canonização democrática. O povo de Aveiro não precisou de qualquer intervenção papal para a jovem Joana ser promovida a santa. Milagres não faltavam e as piedosas Irmãs eram testemunhas qualificadas. Por um lado, a princesa trocou o direito ao trono pelos votos conventuais. Por outro, o rei foi pródigo em abundantes ofertas, especialmente do açúcar de cana, que à época (Séc. XV) a Madeira já produzia. Com três elementos se fazem ovos moles: açúcar, ovos e água. O resto é só fazer. Como? Antes uma boa tradução do latim de Horácio do que tal encargo para as nossas rudes mãos. Investimos aqui uma hora e tal, para recebermos de lucro abundantes ovos moles, até já não haver por onde assimilar tanta doçura.

 

O melhor estava seguramente para vir. Vamos à ria. O Vouga, depois de ter engolido o Águeda, esbracejou de gordo pelos campos de Aveiro. Esses volumes de água, amparados agora por grossas margens de betão, espalhan-se pela cidade, para a transformarem em “Veneza” portuguesa. A comparação é abusiva mas os folhetos turísticos deliciam-se nessa propaganda. A tribo dividiu-se em dois grupos e juntou-se ao bulício geral que os moliceiros proporcionavam em abundância. Mas o melhor estava à nossa espera não numa mas em muitas mesas corridas. A posta do bacalhau, na qual já vínhamos a meditar desde o dia anterior, estava um deslumbramento. O bufet de gosto estrangeirado, e mal adaptado aos lusos hábitos alimentares, ficava assim vingado pela excelência da textura e do acompanhamento, onde o Dão de Vila N. de Tazem desempenhou adequadamente o seu papel. Porém, foi aqui, na fúria dos sentimentos à solta, nos reencontros que faltavam, daqueles que se deslocaram exclusivamente para a festa duma associação que ainda mexe, ainda convoca, ainda acorda os rituais que os afectos trazem à boca... foi aqui neste excesso amoroso e comovido que o grande REENCONTRO se deu. A expressão dessa alegria mostrou-se nos cânticos finais, o hinos da PAZ e o VIVAT. As paredes e os olhos e os corações tremeram, porque era o fim, a despedida. Ou antes, o até sempre, um, dois e muitos anos para os mais diversos encontros. Sempre que dois ou mais se reunirem, a PALMEIRA é uma árvore viva. Em Vila Nova ou no cabo do mundo.

Estamos todos de parabéns, porque isto só se fez com muita gente. Organizar é decisivo mas aceitar em cumplicidade também o é. Porém, devemos lavrar aqui os nomes do Vaz, da Guida, da Augusta e, noutro plano diferente mas essencial à eficácia, o Delfim, o Francisco e o Domingos. As razões, por serem óbvias, não se enumeram.

Conclui-se esta crónica de circunstância com um pensamento profundo(....), sugerido por um pacote de açúcar, contra a decadência que levianamente se atribui à nossa idade. Reza assim:

 

É mais amável um ancião cujos defeitos se conhecem do que um mancebo cujas virtudes se ignoram.

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