ENCONTRO NACIONAL - 2013 - 14 e 15 de Setembro
-Socalcos do Douro Vinhateiro -
-Trilhos de Miguel Torga -
Caríssimos AAARs
“ Tudo amo, admiro e compreendo.
Sou como um sol fecundo
Que adoça e doira, tendo
Calor apenas.
Puro,
Divino
E humano como os outros meus irmãos.
Caminho nesta ingénua confiança
De criança
Que faz milagres a bater as mãos.”
TORGA ”Inocência”
I T I N E R Á R I O - Dia 14 – Sábado
1 - 08.00 horas - Partida da Rua Visconde das Devesas, nº 684 - Vila Nova de Gaia
- Seminário de Cristo – Rei -
2 - 10.00 horas - VILA REAL – Paragem no parque externo do “DULCE VITA,”
para recebermos os herdeiros do TORGA, os AAARs Nordestinos.
3 - 11.00 horas - S. Leonardo da Galafura – Miradouro
4 - 13.00 horas - Sabrosa - Almoço no restaurante “Solar I”
5 - 15.00 horas - S. Martinho de Anta - Visita ao “Espaço Torga”
5 - 16.00 horas - S. Martinho de Anta - Visita à Capela de N. Srª da Azinheira
6 -18.00 horas - Vila Seca - Visita com prova na quinta do TEDO
7 -19.30 horas - Lamego - Hotel S. Paulo para dormida e pequeno almoço
8 -20.30 horas - Lamego - Jantar no restaurante “Nave” (a 100 m do Hotel).
I T I N E R Á R I O - Dia 15 – Domingo
9 - 09.30 horas - Lamego – Visita ao Santuário Nª Srª dos Remédios
10 - 10.40 horas - Lamego – Visita ao Castelo
11 - 11.30 horas - Régua – Visita e prova de Vinho na “ Quinta de S. Domingos”
12 - 12.30 horas - Régua – Quinta de S. Domingos, almoço
13 - 16.40 horas - Vila Real – Dulce Vita, despedida dos AAARs Nordestinos-
14 - 18.30 horas - Chegada - Rua Visconde das Devesas, nº 684 - Vila Nova de Gaia
- O custo por pessoa é de 120 € -
Quantos somos….Quantos vamos……
Ao DOURO VINHATEIRO??!!
Já !! Sim, é verdade ,nos próximos dias 14
e 15 de Setembro, iremos ao encontro da
“ proa dum navio de penedos”.
Tu, caríssimo companheiro AAARs,
nordestino de criança ou por opção,
vem dar-nos a conhecer as belezas dos teus trilhos.
Nós vamos ao teu, ao vosso encontro.
Pelas +- 10.00 horas, no sábado dia 14
de Setembro, estaremos em VILA REAL
no parque externo do DULCE VITA,
para te levar connosco, com retorno
ao mesmo DULCE VITA
Queres saber quantos somos?!
Somos 38 na ré da nau, mas para os divinos paladares,
seremos mais.Mas faltas tu, a quem nós queremos saudar,
abraçar e sentir o teu adoçar para chegarmos à proa do tal navio.
Um abraço
Amigos, segundo as notícias que aqui têm saído ultimamente, tudo está em bom andamento para o nosso Encontro Nacional.
Parabéns ao Trio Maravilha. Sei por experiência que a tarefa é muito difícil e, também por este motivo, eles merecem o nosso aplauso e, sobretudo, apoio.
Inscrevam-se aqueles que ainda se encontram na dúvida ou no naquele embalador esquecimento do “dolce far niente”!
Amigo Gaudêncio, aquilo que disseste quando afirmaste “todos os anos a iniciativa da organização tem sido tarefa da Direcção” não corresponde totalmente à verdade. Nem todos os que têm organizado os nossos Encontros pertenceram à Direcção. (Talvez só o Assis que foi tesoureiro).
Tivemos sim o apoio total da Direcção com a qual íamos trocando ideias, na pessoa do nosso líder Manuel Vieira, sobre a melhor maneira de tudo correr bem e ao gosto de todos. Trabalhámos em muito estreita colaboração com a DIrecção, isso sim!
O motivo por que houve esta mudança prende-se, e só, porque os “antigos” já estávamos cansados e sem imaginação para mais.
E o resultado vê-se nesta excelente proposta que o Trio Maravilha nos apresenta para este ano!
Por isso,
Venham todos!
Vamos todos!
ROTA (D')OURO
Olá, viajantes da diáspora! O verão escancarou as portas do universo e nós, como cidadãos do século em curso, dispersámos por ínvios caminhos que a experiência vivida não imagina. Já nem me lembro do último leito onde pernoitámos, em amena fruição da existência. Os deuses quiseram oportunamente que somássemos as infâncias e entrássemos juntos pela vida fora, sem roteiro marcado. Um dia demos connosco, já gastos pelas fraudes dos caminhos, a beber um vinho velho que nos identificava. Ainda me lembro do nosso humor caseiro, difícil para ouvidos alheios, feito por palavras antigas, que nos faziam rir comunitariamente. Um misto de latim bárbaro com um português arcaico, pedaços de traduções medievais com citações dos grandes mestres da língua materna, tudo isto dava conversa sem fim, à qual se juntava um pouco de tinto e resíduos desafinados da melhor música clássica, aprendida em tempos de virgindade auditiva.E por trinta horas de encontro, éramos quase felizes. Como se na memória colectiva não houvesse ruído bastante para incomodar. E tanto que muitos não arriscam nem tempo nem a vida prática, nem os próprios preconceitos. Desabafava um há dias, em dia de mau acordar: já fui, não volto! Vocês continuam de joelhos, em adorações abstratas. Vocês não mudaram. Vocês ainda rezam e porque rezam são santos. Não são da minha espécie. Vocês ainda querem salvar o mundo. Não estou do vosso lado. Não volto! Ainda ripostei com alguma ira: o cego não é propriamente o que não vê, mas aquele que não quer ver. E chegou. Em rigor, cada um sabe de si e muito pouco dos outros.
Já estou a falar da urgência de setembro. Da urgência de regressar a casa, de filtrar o tempo, de recusar a solidão. As viagens, esta mobilidade de época, estas malas desfeitas, esta idade ameaçada, tudo se pode impor à consciência com desconforto, como um espelho impiedoso, a devolver-nos um rosto ineditamente exausto. Não tenhais medo, disseram-nos, mas atentos estai, porque viver é perigoso. De momento é o DOURO que se perfila. E o DOURO são socalcos, doces degraus a descer até às águas. Ou aquele sumo espiritual, que brota do ventre cristalino da terra, ora cor de ouro como a luz, ora cor de púrpura como o sangue. Tudo o mais, é uma paisagem de homens, subindo e descendo a sua vida, num combate desigual mas gloriosamente vitorioso. Não precisamos de razões para este encontro. Embora as haja em abundância, quer na sua intensa diversidade quer na nobreza que as anima, não será por isso que faremos falta. Temos de vir, porque a PALMEIRA é nestes dias que se alimenta. E em setembro tudo está em harmonia: a mesa farta de frutos; o verão, em risco outonal, chamando ainda por companhia; o vinho sobrando nos generosos tonéis e uma sede que não acaba no secão das ausências. Tivemos medo de que ninguém chegasse ao palco e dissesse: amigos, vinde! O pão e o vinho estão na mesa. Um autocarro espera por vós à vossa porta. E ao longe uma casa da vossa infância aguarda a vossa chegada. Vinde! Não demoreis a vossa palavra. Falamos de amor. Inscrevei-vos, não no papel, mas na urgência colectiva. Todos nos precisamos. Temos uma biografia comum. Temos uma longa memória. E muito cuidado para prevenir dois dias de ouro, numa rota de oiro, numa gratuita amizade que é apenas ouro.
Tivemos medo mas já não temos. Alguém falou duma acelerada tendência para a inactividade. Felizmente, a bondade é discreta e trabalhou para que nada faltasse. Que não faltemos nós, os convidados da boda. Seria uma indolência deprimente ficarmos a lamentar a paisagem distante. Ou a alegar justificações que ninguém pede. Seria um pecado contra a luz. Contra o vinho. Contra os socalcos da nossa precária existência.
P.S. 1. Aproveito para agradecer a todos os que tiveram paciência para ler as minhas longas tiradas de prosa, em particular àqueles que tiveram a coragem de o confessarem publicamente, com estimulantes comentários. Escrever é expor-se, é despir-se. E convenhamos que a nudez não é seguramente o nosso melhor motivo de glória. Por isso, este sentimento que assim manifesto traduz a ideia de que são os leitores que justificam a escrita. Não é a escrita que inventa os leitores.
P.S. 2. Respondendo ao Gaudêncio, esclareço que um autocarro de 50 lugares partirá do Centro Sul, no dia 14 de setembro, às 5 da manhã, com uma brevíssima paragem em Sete Rios, para recolha dos restantes sulistas de Lisboa, com rumo a V.N. de Gaia. O resto está no programa divulgado.
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