2014-07-24
Luís Guerreiro Pinto Cacais - Brasília
O Pe. Manuel Luís Esteves morreu. Talvez poucos dos EX o conheciam. Contudo peço que me deixem usar este espaço para deixar aqui o meu pequeno testemunho.
O Pe. Esteves foi meu condiscípulo e um amigo desde o ano 1943, ano em que entramos no Seminário. Ordenados, nunca trabalhamos juntos e cada um seguiu diferentes caminhos. Escrevíamos de vez em quando e, quando eu vinha a Portugal, ele era uma visita necessária. Como agora. Quando chegamos a Lisboa, já de regresso ao Brasil, a Irene e eu tentamos em vão marcar um dia para irmos à Rua Jorge Barrardas, 28, 6 Dto, Benfica. Insistimos e soubemos por fim que ele estava internado no Hospital da Santa Maria e não podia ser visitado. Depois, soubemos que seria operado na noite do dia 20 de julho. Como era difícil contactar com as duas irmãs que viviam com ele, só viemos a saber do resultado da operação no Brasil, na noite do dia 23, mal chegamos a Brasília. A sequência da operação fora a morte. A sepultura tinha sido na terça-feira, 22.
O Pe. Esteves vivia há anos com duas irmãs solteiras, a Fátima, professora, e a Rita, funcionária dos Serviços de Educação. Exercia o sacerdócio numa paróquia vizinha, em Benfica. Antes da reforma, exerceu também professorado diverso e chefia em Educação. Na Congregação, nos primeiros anos, foi missionário. Frequentou, em Roma, estudos de especialidade em Moral. Boa pena, tentou, num certo momento, o jornalismo.
No seminário, ele foi sempre o melhor aluno do seu curso. Era inteligente e dotado de muitas qualidades. No entanto, foi sempre muito simples. Podia ter chegado muito longe, mas talvez o meio não tenha colaborado.
Luís Guerreiro