2015-01-30
ANTÓNIO GAUDÊNCIO - LISBOA
Depois da entrada do Alexandre «eruptiva» mas elegante, densa mas clarinha, cheia de recados e disparando contra múltiplos alvos, já pouco me sobra para elogiar o ensaio do Morais.
Considero excelente o trabalho do Morais e o tema, como ele nos diz, é de importância extrema na nossa formação inicial e posterior desenvolvimento como seres humanos bem feitos.
Já conhecia (parcialmente ) o tema pois o Morais já me tinha falado dele num daqueles "passeios " que vamos dando nesta cidade mas foi ao ler o texto completo que me apercebi da abrangência do que valem os afectos e a ausência deles.
Possivelmente vou cometer uma inconfidência mas o Morais está a preparar uma segunda parte para ampliar e concluir o tema. Aguardemos, pois o Morais, sendo um especialista no assunto, não nos vai decepcionar.
No seguimento da ideia do Morais, convido-vos a acompanhar-me numa ideia meio peregrina segundo a qual julgo poder extrapolar alguns resultados sobre os afectos e desafectos que poderão ter inquinado o pensamento de alguns dos nossos rapazes que passaram pela Quinta.
Estamos a falar de jovenzinhos já com 11, 12, 13 ou mais anos mas acredito que, quando alguns falam de traumas, poderão estar a acusar uma quebra de afectos da qual nunca mais recuperaram.
Lembremos a história de alguns antigos alunos que, ao deixarem a casa paterna para virem para a Quinta, choraram como borregos desmamados e, há pouco tempo, dizia o Aventino ( transcrevo) : De que falais vós se não da perda dos braços das vossas mães? De que falais vós se não de um tenebroso dia da nossa infância em que nos mataram o amor? Não são traumas?
São pertinentes as perguntas do Aventino e essas situações não podem , de modo algum, deixar de produzir efeitos. E para terminar o assunto, considero interessante que depois, no Seminário, os nossos ilustres mestres tentaram produzir em nós um transferência de afectos dizendo-nos que a partir daí a nossa mãe era Nossa Senhora.
Depois de terminar o seu estudo sobre os efeitos dos afectos no tempo inaugural das nossas existências, convido o Morais a falar-nos sobre as consequências de tirar aquelas avezinhas tão cedo do ninho para as " amandarem" para a Quinta da Barosa sem a asa das mães.
( Ps : A ideia é de um associado da AAAR que me pediu para vo-la transmitir: Que tal organizar um excursão a Évora para visitar o 44 e cantar-lhe uma cantiguinha? Aceitam-se sugestões e inscrições )