solidão dos agapantos

2009-11-18

Linha do Tua

Disse alguém um dia:
“Rasgue-se o ventre à terra!
Derreta-se o granito
E faça-se caminho
À vida e à esperança!”
E o ventre da terra fez-se rio
Paralelo ao outro rio,
E, das rugosidades do materno chão
Em socalcos de sonho e de verdura,
Fendeu-se a fartura
Que jorra o vinho e reparte o pão

(Poemas da Terra)
Bernardino Henriques



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