entrevista

2010-07-18

ANTÓNIO MARTINS RIBEIRO

António Martins Ribeiro nasceu há 77 anos em Cortes, no concelho de Monção  e da zona do Alvarinho, perto da fronteira com a Galiza, rumou menino até à Quinta da Barrosa.Mora nos Arcos de Valdevez onde casou e ali exerceu as funções de gerente bancário até à sua reforma, depois de ter passado por vários balcões da Caixa Geral de Depósitos.

É uma presença assídua nos nossos Encontros e a paixão pelas novas tecnologias tem favorecido o registo em vídeo dos nossos Eventos.De ideias firmes e esclarecidas, a sua participação no nosso site é uma referência na sua animação.

Numa curta entrevista, quisemos “ouvi-lo”:

65 anos depois de entrar na Quinta da Barrosa, vindo de Monção, o que recorda como mais marcante no seu percurso de internato?

A surpresa de uma nova vida, totalmente diferente  da infância que vivia na minha aldeia. Era um  rapazinho quase ainda de cueiros e terem-me mudado, assim sem mais nem menos, para um mundo desconhecido e vasto, deixou-me um tanto perplexo e temeroso. Fui um homem que sempre me consegui adaptar de forma simples a todas as circunstâncias, boas ou más, com que me deparei na vida e tal característica começou logo nessa  época da minha meninice. Por isso, embora atarantado por essa repentina situação, fui-me, contudo, integrando nela sem muitos sobressaltos ou dificuldades.

 

Nas suas intervenções nos espaços da Associação rejeita genericamente marcas negativas por efeitos de educação intramuros.

Com certeza. Absolutamente!

Como vê alguns testemunhos que afirmam essas marcas?

Custa-me admitir que alguém dê testemunhos de possíveis marcas negativas resultantes da passagem pelo seminário. E nem as entendo, porque nunca surgiram comigo, nem as concebo a germinar em mentes que seriam, necessariamente, inocentes. Não negando que situações negativas e pontuais pudessem ter surgido nesses tempos, julgo, no entanto, que agora e á luz das actuais mentalidades, em vez de se exacerbarem deveriam, antes, ser ponderadas na dicotomia, custo benefício. Quase todos nós temos a vida que temos baseada nos valores que nos ministraram o que, por si só, seria o suficiente para desvalorizar e dar de barato, quaisquer pequenas notas menos positivas que tivessem ocorrido e que, apenas por via de descabido e mórbido complexo, se podem manter ainda.

Apelidado de conservador em algumas temáticas, mostra a nível das novas tecnologias uma abertura e conhecimento prático invulgares no seu escalão etário.

Dada a minha idade seria natural que pendesse para o conservadorismo: eu entendo que não. Sou pessoa que admito e respeito todas as formas de pensamento dos demais mantendo, é claro, o meu próprio. No que concerne ás novas tecnologias elas sempre foram e são para mim uma forte paixão, e dediquei-me a elas de tal forma que, presentemente, julgo que não apresentam para mim quaisquer segredos ou entraves. No meu caso e na minha situação de aposentado, sempre ingrata, representam uma forma de me manter vivo e ocupado. Por outro lado, consubstanciam inúmeros e relevantes benefícios. Além da sua faceta lúdica, para mim menos interessante, diga-se, abrem-me as portas do Mundo de par em par, alisam meandros de mistério e trazem infinitas possibilidades de execuções e tarefas. Poderão afirmar que tais tecnologias estão desfasadas do meu escalão etário, mas não reconheço qualquer veracidade a tal conceito porque ele não é passível de séria ou rigorosa sustentação.

Como começou essa inclinação para o digital e como sente a sua prática a influenciar a sua forma de viver?

Como disse, a tecnologia e posteriormente o digital foram a minha paixão de sempre que se foi consolidando e expandindo á medida que o seu hardware ia surgindo e sendo posto no mercado.

 

Sendo um associado recente como analisa a sua vivência nas diversas actividades da AAAR?

Como uma vivência muito rica, entusiástica e gratificante.

Como perspectiva o futuro da Associação?

Dado que a grande maioria dos Associados vão avançando na idade e com alguns, como eu, já no fim do caminho e não havendo mais entradas de gente nova, parece-me que a vida da Associação não deverá ser muito longa, desafortunadamente.



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