pontos de vista

Espaço destinado a temas diversos....


2013-05-16

Clero de Portugal decresce 23,6%

Várias vezes temos conversado sobre o envelhecimento notório na Congregação Redentorista em Portugal com uma média etária que ultrapassará bem os 60 anos.

Curiosamente no dia 13 de Maio, o jornal i   num artigo do jornalista Rosa Ramos, traça um retrato do clero em Portugal, que não é animador: a média de idades dos padres já ultrapassa os 60 anos. 

 

 "São cada vez menos, cada vez mais velhos e acumulam cada vez mais paróquias. Os seminários, entretanto, estão praticamente vazios e o número de padres jubilados – que já não exercem por causa da idade avançada – não tem parado de aumentar. Segundo os dados do Anuário Católico (uma espécie de base de dados da Igreja), existem 3269 sacerdotes diocesanos em Portugal. O i quis saber como estão distribuídos no território, que idade têm e quantas paróquias acumulam. Das 20 dioceses portuguesas, 12 aceitaram responder a um questionário e o resultado é um retrato pouco animador do clero em Portugal: a média de idades dos padres é superior a 60 anos e os sacerdotes jubilados representam já o dobro do número de seminaristas.

Nas estatísticas das 12 dioceses analisadas pelo i estão 1642 padres – entre diocesanos e membros de congregações religiosas – que têm uma média de idades de 60,1 anos. As dioceses mais envelhecidas do país são as do Norte. Em Bragança, por exemplo, os sacerdotes têm uma média de 67 anos, enquanto que em Vila Real e Braga essa média está fixada nos 65 anos. Isto significa que a maioria dos padres ao serviço destas dioceses são idosos. Já a diocese mais jovem do país é Angra do Heroísmo – onde os sacerdotes têm, em média, 45 anos. Mas o caso dos Açores é uma excepção: das 12 dioceses que responderam ao questionário do i, só quatro apresentam uma média de idades inferior a 60 anos.

E se os sacerdotes portugueses são cada vez mais velhos, também são cada vez em menor número. Em 1993 existiam 2147 padres nas dioceses que responderam ao inquérito. Contas feitas, num espaço de 20 anos registou-se uma diminuição de 504 sacerdotes – o que representa uma quebra de 23,6% no número de padres. A única excepção é a diocese do Funchal, que no intervalo de duas décadas ganhou 20 sacerdotes. Fontes ouvidas pelo i explicam este aumento com o facto de, na década de 1990, a Madeira ter sido abalada por uma série de escândalos relacionados com pedofilia. “O que de certa maneira originou, nesse anos, um ambiente bastante hostil e quase de perseguição à Igreja na ilha”, justifica um sacerdote. No extremo oposto está a diocese da Guarda que, entre 1993 e 2013 perdeu mais de 32% dos seus padres – que passaram de 203 para apenas 137.

Por outro lado, e havendo menos sacerdotes, sobra mais trabalho para cada um. Nas 12 dioceses analisadas, cada padre acumula, actualmente, uma média de três paróquias. Até existem casos, como o da diocese de Leiria-Fátima, em que a maioria só trabalha num sítio, mas em Bragança cada padre acumula, em média, cinco paróquias. É, aliás, nas zonas do Interior e do Alentejo que os sacerdotes mais trabalham: em Évora e na Guarda, por exemplo, cada padre tem, em média, quatro paróquias. Mas o recorde na acumulação de funções pertence a Bragança – onde um único sacerdote, o padre José Rodrigues, trabalha ao mesmo tempo em 12 lugares.

Em vias de extinção Não é também novidade que o número de seminaristas é cada vez mais baixo. Nas 12 dioceses auscultadas pelo i existem 137 candidatos ao sacerdócio. A diocese com mais seminaristas é Braga, seguida de Angra do Heroísmo, que tem 21 aspirantes a padres. Mais uma vez, o caso dos Açores é peculiar: há dez anos, a crise de vocações em Angra era de tal forma aguda que o bispo chegou a equacionar a hipótese de mandar fechar o seminário. “Mas a partir de 2003 começaram a surgir, de forma inexplicável, muitas vocações”, contou ao i um padre açoriano. Na origem desta subida terá estado o facto de a diocese ter passado a apostar, em força, em campanhas de promoção de vocações junto das escolas das ilhas. Mais uma vez, do lado oposto surge a Guarda, que é a diocese com menos vocações e onde actualmente só existem sete seminaristas. Já a diocese de Leiria-Fátima – que integra o mais importante centro espiritual do país, o Santuário de Fátima – está em segundo lugar dos locais com menos candidatos a padres: são apenas oito.

Em contrapartida, o número de sacerdotes jubilados – que já não exercem funções – é bastante superior ao de futuros padres. Nas 12 dioceses, existem 231 sacerdotes sem tarefas atribuídas por já serem demasiado idosos. Contas feitas, os reformados são praticamente o dobro dos seminaristas.

Exportador de padres Apesar do envelhecimento evidente do clero e do declínio do número de presbíteros, a verdade é que Portugal continua a ser um país exportador de vocações. Mais de meia centena (54) de padres pertencentes a estas 12 dioceses estão a desempenhar funções no estrangeiro. Braga, Angra do Heroísmo e Funchal são as principais exportadoras de sacerdotes e a Itália é o país que mais padres portugueses recebe, seguido pelo Brasil e pelo Canadá.

Em contrapartida, há 43 padres de outros países a trabalhar nestas dioceses. Évora é a que tem mais estrangeiros, seguida por Viseu e Angra do Heroísmo. A maioria são brasileiros, angolanos e italianos. Mas também existem ucranianos – em Viseu, por exemplo, trabalha um padre ucraniano, católico de rito bizantino, que tem como função prestar assistência à comunidade imigrante que vive na diocese. "

Fonte: Rumos

Manuel Vieira



Comentários

Ainda não existem comentários!
.: Valide os dados assinalados : mal formatados ou vazios.

Nome: *
E-mail: * Localidade: *
Comentário:
Enviar

Os campos assinalados com * são de preenchimento obrigatório.

Ver todas voltar
Copyright © Associação dos Antigos Alunos Redentoristas
Powered by Neweb Concept
Visitante nº