EM QUE SÉCULO ESTAMOS?!
Envergonhe-se cada membro de se exibir de forma refinada debaixo de uma cabeça coroada de espinhos.Compreenda que as suas elegâncias não lhe fazem honra, mas expõem-no ridiculamente.
São Bernardo [de Claraval], Abade(1090-1153).
As Fotos do cardeal RODÉ:Uma meditação
O cardeal FRANC RODÉ, prefeito da Congregação para os Religiosos e nomeado pelo Papa Bento XVI para conduzir a Investigação Apostólica das congregações religiosas femininas nos EUA, ordenou, no último mês de Março [2009], seis novos diáconos do Instituto de Cristo Rei e Soberano Sacerdote, na casa mãe do instituto, em Gricigliano, próximo de Florença, em Itália.
Ao olhar para esta fotografia, lembramo-nos da diversidade cultural, eclesial e socio-psicológica que compõe a nossa Igreja. Ao viver, como nós vivemos, no início do século XXI, devemos reconhecer que somos produtos de uma mistura de influências e temperamentos pré-modernos, modernos e pós-modernos complexos e sem precedentes.Ao olhar para estas fotografias, sentimo-nos movidos a perguntar se o cardeal RODÉ, que, de acordo com o perfil de John Allen, é uma pessoa encantadora e um produto de antigas forças europeias, eslovenas e anti-comunistas, está, de facto, tão distante dos padrões culturais e sociais dos EUA contemporâneos que possivelmente não entenderia muito bem as vidas e o trabalho das nossas religiosas.
O cardeal, cuja inclinação por uma Igreja pré-conciliar de estilo tradicional, monárquica e europeia está claramente evidente nestas fotografias, disse a John Allen que o Vaticano II provocou "a maior crise na história da Igreja". As nossas religiosas dedicaram as suas vidas a dar continuidade aos mandatos do Concílio de serviço e reforma.Ao olhar para estas fotografias lembramo-nos de que o multiculturalismo é um ingrediente central na nossa Igreja e no nosso mundo hoje, que requer compreensão, paciência e tolerância especial. Também é verdade que um julgamento leva a outro julgamento, e é por isso que cada vez mais pessoas nas nossas comunidades se perguntam: "Quem é exactamente esse homem que foi encarregado de julgar as almas, as vidas, a dedicação e a fé das nossas religiosas?".
Ao olhar para esta fotografia, dificilmente podemos evitar a conclusão de que a Investigação Apostólica, da forma em que actualmente está estruturada e é desenvolvida, está tragicamente equivocada e pode causar um dano irreparável à nossa Igreja, a menos que mentes sábias encontrem uma forma de suspendê-la.
A reportagem é de THOMAS C. FOX, foi publicada no site National Catholic Reporter, em 28-10-2009.
Artigo colocado por Arsénio Pires.