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2010-04-01

ONDE PROCURAR AQUELE QUE VIVE?

ONDE PROCURAR AQUELE QUE VIVE?

José Antonio Pagola.

A fé em Jesus, ressuscitado pelo Pai, não brotou de forma natural e espontânea no coração dos discípulos. Antes de se encontrarem com Ele, cheio de vida, os evangelistas falam da sua desorientação, a sua procura em torno do sepulcro, as suas interrogações e incertezas. Maria de Magdala é o melhor exemplo do que acontece provavelmente com todos. Segundo o relato de João, procura o crucificado no meio das trevas, «quando ainda estava escuro». Como é natural, procura-O «no sepulcro». Ainda não sabe que a morte foi vencida. Por isso o vazio do sepulcro deixa-a desconcertada. Sem Jesus, sente-se perdida.Os outros evangelistas recolhem outra tradição que descreve a procura de todo o grupo de mulheres. Não podem esquecer o Mestre que as acolheu como discípulas: o seu amor leva-as até ao sepulcro. Não encontram aí Jesus, mas escutam a mensagem que lhes indica para onde devem orientar a sua busca: «Por que procurais entre os mortos o que vive? Não está aqui. Ressuscitou».A fé em Cristo ressuscitado também não nasce hoje em nós de forma espontânea, só porque o escutámos desde crianças a catequistas e pregadores. Para nos abrirmos à fé na ressurreição de Jesus, temos de fazer o nosso próprio percurso. É decisivo não esquecer Jesus, amá-Lo com paixão e procurá-Lo com todas as nossas forças, mas não no mundo dos mortos. Aquele que vive tem de se procurado onde há vida.Se queremos encontrar-nos com Cristo ressuscitado, cheio de vida e de força criadora, temos de o procurar não numa religião morta, reduzida ao cumprimento e à observância externa de leis e normas, mas ali onde se vive segundo o Espírito de Jesus, acolhido com fé, com amor e com responsabilidade pelos seus seguidores.Temos de O procurar, não entre os cristãos divididos e confrontados com lutas estéreis, vazias de amor a Jesus e de paixão pelo Evangelho, mas ali onde vamos construindo comunidades que põem Cristo no seu centro porque, sabem que «onde estão reunidos dois ou três em Seu nome, ali está Ele».Ao que vive não O encontraremos numa fé estagnada e rotineira, gasta por toda a espécie de tópicos e fórmulas vazias de experiência, mas procurando uma qualidade nova na nossa relação com Ele e na nossa identificação com o Seu projecto. Um Jesus apagado e inerte, que não apaixona nem seduz, que não toca os corações nem contagia a sua liberdade, é um "Jesus morto". Não é o Cristo vivo, ressuscitado pelo Pai. Não é AQUELE que vive e que faz viver.

eclesalia@eclesalia.net

Tradução: Antonio Manuel Álvarez Pérez



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