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2012-05-17

O peregrino: o novo livro de Luis Guerreiro

O que o leitor encontrará neste livro não é ficção, é história verdadeira. Foi obra do escritor ordená-la, situá-la, ajuntar-lhe, aqui e além, achegas marginais e revesti-la de uma roupagem romanesca.

Henri Le Boursicaud, padre-operário francês, não podendo suportar por mais tempo as incoerências do papado na condução da Igreja, tocado como os profetas de outrora, sentiu-se chamado a realizar um ato simbólico: ir, aos setenta e cinco anos, de Paris a Roma a pé, para levar uma mensagem ao Papa.

Não era uma peregrinação, afirmou ele. Ia dizer ao Papa, com toda a coragem da sua fé, que há coisas que não se pode fazer, quando se é guia de povos em nome do Evangelho.

Seria então Henri Le Boursicaud apenas um mensageiro, com ardor e alma de um profeta?

Tal como os peregrinos, ele calcorreou centenas de quilómetros, palmilhou estradas e caminhos, atravessou planuras e montanhas, cruzou aldeias e cidades, e os seus pés, doridos e ávidos de chegar, voaram ou se arrastaram em milhões de passos. Mas isso também o fazem os caminheiros e os andarilhos.

Que terá feito dele um peregrino, quando visitou outros continentes e países? As viagens? Não, viagens também as fazem os turistas.

Ele ansiava descobrir e avivar no rosto dos marginalizados, os traços da sua dignidade, a imagem e o rosto de Deus. Sim, peregrino é quem caminha à busca de uma revelação: que vai à procura de sinais mais nítidos de Deus, que busca sentir-lhe uma presença mais viva e ouvir mais clara a sua voz vinda do silêncio.

Henri levava a Roma uma mensagem que acreditava, na sua fé, ser inspirada. Esperava uma resposta. Mas, para isso, a mensagem tinha de ser recebida. Não foi. Não quiseram sequer ver nela os sinais da presença de Deus.

É que, em Roma, Deus tem dificuldade em se revelar. Quem se revela é o homem!

Ora et Labore

 

 



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