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2011-02-03

José Maria Pedrosa apresentou o seu livro com a presença de alguns colegas

"História Breve da Música Ocidental”

Na tarde fria de Lisboa, a dois de Fevereiro, com o termómetro a aterrar nos quatros graus (note-se que para os mouros do sul isto sabe a Sibéria), o Professor Doutor  e nosso ilustre companheiro de inquietações, José Maria Pedrosa Cardoso, presidiu ao lançamento da sua mais recente publicação, que dá pelo título acima referido. A obra foi apresentada pelo musicólogo Prof. Mário Vieira de Carvalho, que reconheceu as excepcionais capacidades de trabalho e investigação do autor, a quem atribuiu a máxima autoridade nas especialidades de música sacra e música histórica portuguesa. Sublinhou ainda a importância pedagógica de trabalhos como este para sensibilizar o grande público para o conhecimento e gosto musicais.

Pedrosa Cardoso encerrou o evento com a simplicidade e ao mesmo tempo o entusiasmo que lhe são peculiares. Destaco particularmente o esforço a que teve de se submeter para comprimir em cerca de cento e cinquenta páginas o que dificilmente caberia em trezentas. Quem lida com palavras, que "são coisas amadas", sabe quanto custa fazer sínteses, mutilar aqui, colar além, sem que nada de fundamental se perca nesta poda. Uma pequena sugestão: comprem! É uma das nossas heranças vagamente perdidas pelo caminho. Tantos anos de solfejo, tanta iniciação ao gosto dos sons, tantas emoções silenciosas nos sentidos abandonados! Que fizemos? Por onde se perdeu o talento inicial? Regressemos à Música, que em tempos foi mãe, namorada e até paixão!

A sessão teve ainda um outro momento alto. Foi quando os imensos dedos e delicados da pianista Andreia Teixeira acordaram sons e paisagens nas mágicas teclas dum piano. Um piano ao fim do dia, filtrando trabalhos e angústias, sugerindo hipóteses de redenção, é um sabor sereno e conciliador. Como se não estivéssemos em ácida decepção pelas ciladas sociais, fermentadas por demagogias e medíocres figuras de proa. Esta música de dedos é como se o mundo fosse docemente habitável...Bem, a Andreia suspendeu o movimento digital, a sala alvoroçou-se de palmas, espumante, vinho do Porto e sumos vários. O Pedrosa autografou os livros adquiridos, conversámos todos um pouco, fizemos promessas e despedidas e dos cinco sócios presentes (Delfim, Gaudêncio, Alexandre, Simões e João Neves), os três primeiros alongámos o encontro num cabrito de esquina, que justificou a fala até cerca das onze horas. Todos temos muitos pretextos para dizermos, ouvirmos e lembrarmos. E quando o fazemos, verificamos que é suave a amizade e que também ela é uma preciosa herança que não se pode perder pelo caminho.

(Na imagem registada pelo Delfim vê-se o Pedrosa e o Alexandre,atrás o Santos e mais atrás o Gaudêncio e o João Galvão)

 

Alexandre Pinto



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