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2010-06-12

Faleceu o padre João Resina, professor de alguns dos nossos colegas

Segundo o Jornal O Público, que publicou na passada Sexta-Feira um texto de página inteira sobre a sua figura, faleceu um padre que falava de Deus e de Física Quântica.
“João Manuel Resina Rodrigues nasceu a 5 de Outubro de 1930, em Carnaxide (Oeiras) e foi ordenado padre em 1959. Entretanto, licenciara-se em 1953 em Engenharia Química, no Instituto Superior Técnico, onde foi colega, entre outros, da antiga primeira-ministra Maria de Lourdes Pintasilgo e onde leccionou durante 30 anos.

Foi também investigador do Centro de Física da Matéria Condensada. Publicou várias obras sobre Física e História e Filosofia das Ciências.

Com a mesma facilidade, falava de física quântica e de Deus. Frontal, mas muito discreto, não se inibia de criticar a instituição eclesiástica, mas era também duro com o sistema económico que cria pobres e deixa tantos à margem.

Doutorado em Filosofia na Bélgica em 1969, esteve nas paróquias de Santa Isabel e S. Nicolau, e foi responsável da Capela do Rato, onde as homilias eram espiadas pela PIDE, polícia política do Estado Novo. No Campo Grande, em Lisboa, tornou-se responsável da catequese, onde deixou uma marca de criatividade.

Muitas das homilias, que distribuía em folhas no final das missas depois de alguns amigos lhe terem pedido que as escrevesse, estão publicadas em dois volumes com o título A Palavra no Tempo.

Em Abril de 2007, deu uma entrevista à PÚBLICA, onde dizia: “Questões relativas a como é feito este mundo são da ciência. O sentido da vida diz respeito à religião. Nós aprendemos com todas as culturas. Eu, em particular, aprendi e acreditei em Jesus Cristo.” E, acerca do fim, afirmava ainda: “Acredito na vida eterna, acredito que os processos biológicos têm fim e que, em todo o caso, o homem não é só biologia. Por isso, acredito que o homem vai para Deus.”


Dele fala o nosso colega Eugénio em “Fale Connosco” e diz: o Padre Resina foi professor de bastantes de nós, que em finais dos anos sessenta e princípios de setenta tiveram a sorte de o ter como mestre, no ISET em Lisboa. Recordo as suas aulas de física atómica e a partilha de experiências de vida como foi a famosa vigília na capela do Rato.
Quem se lembra de, quando chegava atrasado, entrar pela janela, surpreendendo toda a gente com a aula já começada.
Dele não só aprendi a física nuclear como também a importância central da liberdade.”



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