2015-05-18
Alves Diamantino - Terras da Maia
Saudações, Estimados AARs.
Palavras ao correr da pena, não são sementes deste quintal, mas o ser testamentário da imagem da mais subida amizade, leva-me à partilha enquanto "vizinhos" deste condomínio.
"In Memoriam"
Tu, eu, nossa amizade,
cimentou-se num conviver
sempre em cumplicidade,
agregar, sonhar em viver.
Não querias acreditar
nas palavras que ouvias,
inquieto foi teu olhar,
à voz que reconhecias.
Vertical, de peito cheio,
num fixo olhar profundo,
declaras em cambaleio
Um testamento rotundo
expresso neste fraseio:
- Obrigado, AARs no mundo - .
Permitam-me, já agora, expressar alguns sentimentos.
Deleito-me nas virgulas do BARROSAL que sufragam amores perdidos. Aquelas delicias do desejo que devaneiam nos silenciosos labirintos das exclamações e interrogações, levam as dúvidas à contemplação das reticências, onde no paraíso dos deuses, se digladiam os controversos pontos finais.
Sou um profundo admirador das mais genuínas expressões musicais solfejadas neste espaço. Adoro o virtuosismo destas desgarradas, interpretadas ora numa melancolia fadista ou em folclore minhoto, onde se descobrem os míticos interiores que espelham as incógnitas das cortesias.
Mas a PALMEIRA que dá guarida aos do "Seminário", dizem, estar gravemente doente. Tem danos irreversíveis, segundo uma minuciosa monitorização publica, executada pelos curadores dos cuidados paliativos que lhe diagnosticaram, "escaravelho vermelho, magrebino sem turbante". Perante a teimosia de tal vírus em fazer estragos, cerremos fileiras, nada em baixar os braços, sob o ainda verde que resta das suas folhas. Não se adie, o que ainda tem sentido e se quer manter.
Considero o ajardinar continuo da Palmeira, um laborioso desafio dos seus artífices, perante a sua constante evolução qualitativa. Alegro-me e aceito o convite endossado na última "Palmeira "em "me curvar respeitosamente perante os heróis do silêncio". Partilho da homenagem aos " Nossos Mestres", registo dum gesto de memória e gratidão, a quem nos deu conhecimento e nos inculcou valores.
Vamos então ao verde e florido caminho do "FRADINHO" que nos levará à CABANA onde se fará a a multiplicação da solidária "FAVADA".
Estimado Assis, nunca fui batizado nesses ritos "FAVAICOS", talvez pelo meu ADN ser mais de um ex seminarista e menos de convicto AARs
Aceito a penitência, mas não esperes a minha conversão antes da degustação.
Um abraço dum ex seminarista