2014-12-10
António Mqnuel Rodrigues - Coimbra
A dezanove ou vinte de Novembro, já não sei ao certo, recebi a nossa Palmeira.
Sentei-me à minha secretária, um luxo que ainda vou mantendo, e li-a de fio a pavio.
Acompanharam-me meia dúzia de castanhas e meio cálice de moscatel do Douro.
Evoquei os nossos encontros e a memória dos que vão faltando. Faltarão?
Recordei em especial o Domingos António Diz, meu companheiro de carteira durante algum tempo.
Passados anos, pela Ordem de Serviço do G. Cav 1 (Grupo de Cavalaria 1, em Angola), a que ambos pertencemos sem nunca nos encontrarmos, eu estava em Silva Porto, ele destacado no Luso, soube do acidente sofrido por ele apenas após a sua evacuação para a metrópole.
Antes do nosso último encontro em Gaia, lembrei-me de ir aos apelidos “Diz” de Parâmio, em Bragança. Tentados dois ou três números telefónicos, no último atendeu-me uma Senhora que, depois de eu me identificar, me confirmou o acidente, o Alcoitão, a incapacidade permanente, a cadeira de rodas e a sua morte ocorrida há dois ou três anos, a Senhora não me soube dizer ao certo. Atenuou um pouco a informação, dizendo-me que uma enfermeira se apaixonou por ele e tratou-o muito bem até ao fim de seus dias. Creio que ele continuou a ser sempre um dos nossos e, por isso, aqui fica esta minha informação.
Porque há que prosseguir com a vida, porque continuo afeiçoado ao suporte em papel, no dia 22/11/2014, transferi cinquenta euros para a conta da nossa revista e oxalá ela continue a ser o elo que nos vá acompanhando e marcando.
Se encontrar uma janela na minha modorra, voltarei em breve com mais prosa. Até lá e à cautela: um Natal Feliz para todos: para nós, para os nossos e todos os outros, tal como manda a mãe terra e a universal fraternidade.
Até breve.