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2016-04-27

Assis - Folgosa

Meus caros AAARs

Ainda não li a Palmeira, no seu formato de papel, embora me tenhais nomeado como um dos "trabalhadores" da mesma. Nada disso. Não contribuí nem com uma vírgula. O seu a seu dono, diz o nosso povo.

Todavia, acabei agora mesmo de ler todos os vossos belos textos aqui publicados, apartir do último que havia lido em 21 de Fevereiro, o texto do Aventino "Inútil?! Inútil é sentir"

Sem crítica ou louvor especial, deixo a todos os autores o meu agradecimento pelo vosso suor e inspiração.

É verdade. Ainda não consegui - já vão alguns dias a mais além de dois meses - porque fui forçado a abandonar o meu cantinho minhoto a fim de me preparar para uma pequena intervenção cirúrgica ao nariz. Uma primeira intervenção teve lugar precisamente no dia do 1º aniversário em que o nosso amigo Peinado nos disse adeus, motivo para que eu o recordasse em sua clara amizade, assim na do meu compadre Cipriano, também falecido nesse mesmo 14 de Março. Três semanas depois, uma nova cirurgia para me puxarem pela pele e cobrirem o buraco deixado na anterior. Há dias tiraram-me os dois últimos pontos.Tudo correu normalmente e hoje sinto-me bem. Só os óculos continuam arrumados na gaveta, longe da cana narina. Contudo, além da erva, as favas continuam a crescer e o dia da favada irá chegar a tempo, estou convencido. Talvez lá para o início de Junho ou ainda nos finais de Maio.

Não vou convidar ninguém em particular, pois todos vós já pertenceis à família. Apenas indicarei o dia na altura devida e lá vos aguardarei.

O meu abraço fraterno


2016-04-20

Arsénio Sousa Pires - Porto

Meu caro amigo Aventino:

Pois acho mal o teu programa de consultas para erradicares o silêncio!

Nem tu vês mal com os que a terra te há-de comer.

Nem as tuas mãos te tremem como quem tange viola desafinada.

Nem os teus neurónios definham nas suas conexões como margens sem cacilheiros.

Do que tu precisas é dum bom biólogo especialista em palmeiras.

Diz que as palmeiras não são árvores mas sim ervas grandes porque só têm um tecido produtor de folhas e, quando o insecto a ataca, é certo que a palmeira vai morrer.

Não consultes curandeiros!

Basta-te só armadilhar e caçar o insecto. E quanto a mezinhas, consulta as tuas tias! Aquelas de quem carinhosamente nos falaste na viçosa Palmeira.

Depois, avisa-nos por favor.

 

Tá?

2016-04-20

ANTÓNIO GAUDÊNCIO - LISBOA

Considero estupendas estas entradas do nosso "anarquista" mor que é o Aventino.   E, não sei dizer se me agrada mais quando ele  provoca ou se quando escreve. Lembro-me de boas provocações mas também recordo excelentes textos dele.

Entendo que, para a AAAR, são óptimas estas duas facetas do Aventino. Claro que estas "farpas" devem ser entendidas como um acicate para todos nós. Certamente que o Aventino, ao provocar-nos deste jeito, não pretende que as coisas tomem o rumo do ditado brasileiro : «deixa estar como está para ver como é que fica ». 

Espero que o Aventino acerte na consulta que vai fazer  e que  o " curandeiro" especialista que ele visite o "oriente" para que  nos torne a brindar com aqueles belos textos que tão bem sabe escrever.

Um brinde, amigo Aventino, com um HENDRICKS ( mas eu ando baralhado com o elevado número de óptimos gins que, nos últimos tempos, inundaram o mercado). Mas esse serve!!!!!!!!!!! 

2016-04-19

AVENTINO - PORTO

A PALMEIRA Nº 39

 

1.O que penso:

Nada.

2.O que gostaria de pensar:

Nada.

 

Após a leitura de tanta pronúncia sobre A PALMEIRA, arquivei os dois textos que escrevi sobre ela: "o seu ser" e "o seu dever ser".

Marquei, porém, três consultas médicas:

-uma no oftalmologista;

-outra no neurologista;

-outra no psiquiatra;

Receio bem que esteja afetado na minha capacidade de ver, de sentir e de entender.

Do que for o resultado dessas consultas, voltarei ao meu arquivo; ou não. 


2016-04-18

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

 

 

Toda a gente sonha, sonhos deleitáveis ou pesadelos, só que, depois de acordar, ninguém os guarda e ninguém se lembra deles. Entendo que será bom relembrar um dia todos os sonhos que sonhamos. Pelo contrário, tenho a bizarra fantasia de guardar muitos dos meus sonhos dentro de um velho arcaz que venero como se fosse um sacro relicário para mais tarde, quando necessitar, acudir com o seu simbolismo a penosas aflições. Tornei-me, dessa forma, num guardador de sonhos.

 

Uma vez sonhei que era ainda criança irrequieta, que brincava com outros meninos pelos bisonhos carreiros  do meu lugarejo, com brinquedos feitos por nós a fio de navalha, jogando ao pião, rodando o arco, deslizando por encostas de montado num carrinho de sabão guiado por um cordel. Depois, dali me levaram para uma casa senhorial na Barrosa sombreada por frondosa palmeira de cujo tronco pendiam grandes cachos de tâmaras. Este sonho resolvi guardá-lo na minha arca porque marcava o início duma longa caminhada.

Doutra vez, veio-me um sonho no qual fazia um poema tão sublime e encantador que vieram os anjos do céu para o recitar em todos os auditórios do Planeta. De seguida, escrevia um livro tão profundo e transcendente que me tornei admirado e famoso, recebido nos areópagos de todas as nações onde era acarinhado e aclamado com prolongadas e estrondosas salvas de palmas. Também este meti num gavetão da arca porque exaltava a minha personalidade.

Numa ocasião tive um sonho em que granjeava uma incomensurável fortuna que fez de mim um homem rico e poderoso. Com ela tornei-me num bom samaritano socorrendo todos os infelizes do universo, matando-lhes a fome, sarando-lhes chagas, enxugando-lhes lágrimas, dando-lhes um laivo  de esperança. E quanto mais gastava nessas andanças mais incontável ficava essa fortuna. Claro que este sonho também ficou guardado porque era o atributo da misericórdia.

Noutra altura, dei-me a sonhar que era um obstinado viandante percorrendo todas as veredas da Terra, navegando mares desconhecidos e remotos, visitando as mais exóticas paragens, embrenhado em selvas aterradoras, jornadeando através de desertos ressequidos por sóis ardentes, calcorreando regiões imensas e geladas. Também este meti na arca para relembrar o espírito aventureiro. 

Veio outro sonho em que tentava subir ao Céu para falar com Deus mas dei comigo no cimo duma sagrada montanha donde abarcava todos os confins do Mundo. Lá me foi dado contemplar o misterioso Aleph de Borges e com ele todo o Cosmos a fundir-se na Eternidade.  Este sonho foi guardado junto dos outros porque concedia á minha alma uma esotérica e profunda  transcendência.

Até que certa noite, ó almas penadas, senti-me envolvido num sonho em tinha nos braços a suspirada mulher que eu amei um dia e lhe saboreava o amor num tresvariado deleite. Fora a menina dos meus olhos, um sonho dentro de outro sonho, o meu desejo, a minha perdição. Mas foi um sonho breve! Mal despertei e abri os olhos logo percebi que este era um sonho errado e falso, um sonho de mentira, um sonho impossível que nunca deveria ter sonhado, pois nos dias reais essa mulher que tinha amado era uma mulher ruim, uma mulher agreste e dura, uma mulher agressiva, uma mulher que só infundia desconsolo e miséria. Entendi que não merecia um sonho desses e era forçoso esquecê-lo. Um sonho desses, não; era um sonho funesto que só trazia mágoa e desencanto, desgosto e fracasso, raiva e frustração. Um sonho desses, nunca; tinha de rejeitá-lo e deitá-lo fora para longe das minhas recordações. Um sonho desses, não: tinha de esconjurá-lo por só trazer maldição. Um sonho assim nunca o poderia guardar e antes o lancei-o na escuridão das trevas. Por isso, um sonho destes não, não o guardei na arca-relicário dos outros sonhos meus.

 

Fátima, Fevereiro 2016

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