Ontem e hoje o drama voltou ao país com os terríveis fogos e muitos mortos e feridos , num ano terrivelmente trágico. Que nenhum dos nossos amigos tenha sentido o drama.
Foi curiosa, entretanto, a "visita" do nosso antigo colega da velha Quinta da Barrosa, o António Manuel Rodrigues Martins de Vila Verde da Raia, Chaves, que entrou no seminário no dia 6 de Outubro de 1971. Nesse ano o primeiro ano tinha 25 alunos, com o Adelino que vive em França, de S.João de Rei,Póvoa de Lanhoso onde se situa o "Vítor", um restaurante muito conhecido pelo seu bacalhau na brasa e o cabrito. Nesse ano eram professores alguns dos nossos amigos da Associação como o Domingos Nabais e o José Maria Pedrosa.
Vou trocar mais umas informações por e-mail com o Rodrigues que em boa hora entendeu aparecer por cá, dando-nos a esperança do aparecimento dos mais novos. Curiosamente quando o Rodrigues entrou, andava eu e o Luís Gonzaga, o cow boy para os amigos, no 6º ano e o Ismael Vigário no 5º, o que pode ser uma lembrança a reviver para o nosso antigo colega que agora reside nos Estados Unidos.
Fui Redentorista de 1972 a 1976 e quando estive em Portugal a passar fėrias em Setembro, outro Redentorista da minha terra falou-me deste site para antigos seminaristas. Gostaria imenso de saber mais e possivelmente contactar antigos colegas e amigos. Obrigado.
É OUTONO
É outono, já dos ramos,
pendem os frutos maduros.
Há folhas de muitas cores
nos caminhos e monturos,
outras caem lentamente,
sonhando, em sua queda,
o que foram noutras eras.
Folhas caídas, anseio,
anseio que não termina,
coisa bela, coisa leda!
Folhas mortas? Folhas vivas,
dançando suavemente,
sob o sol, sob as estrelas,
ainda a valsa da vida.
Folhas de outono caindo,
folhas de história vivida,
não sois só o que está indo,
guardais a força contida
de futuras primaveras.
Outono é história finda?
Não!
É tempo de vida ainda!
Luís Guerreiro
BARROSAL XXXVII - Equinócio do Outono
Ponto Prévio: Não é a primeira vez que o Aventino irrompe pelo site dentro, no gesto, a todos os títulos saudável,"de acordar/avisar a malta", segundo o avisado conselho de Zeca Afonso. Não há dúvidas sobre a existência de um sono avassalador hereditário. A instituição que nos ensinou a nadar também nos modelou para a indolência crítica. Consumimos, não criamos. Duramos mas não existimos. A violência aventiniana atira-se com razão a este sono institucional, a que alguns chamam de coma induzido sem finalidade. Não discordo desta irrupção, inspirada na torrente épica dos grandes cantores, que o autor cita com glória. Mas também aqui me surge uma surpresa. Se a intenção era aliciante, a ironia subsequente das teorias igualitárias volta outra vez a chocar-me. Que morte é essa que saiu à rua? Será que o 25 de Abril para uns foi moda, para outros mudança de vida? Foi assim tão traumatizante a "comunada" que sintas necessidade imperiosa de o lembrar tantas vezes? Desabafa para nós, que nós curamos, companheiro!!! Uma coisa é certa: não herdámos da instituição qualquer fundamentalismo. Seja o que isso for. A nossa brandura cristã é conciliadora. Não suporta ismos ou anti-ismos. Também andei nas canções, nomeadamente com Zeca Afonso, Adriano e Fanhais. Devo-lhes grandes alegrias e belíssimas lições de generosidade revolucionária. Foi a nossa festa de época, com indiscutíveis consequências para a vida, para o resto das nossas vidas. Nunca pratiquei nenhum ismo mas reconheço o grande mérito de todas as forças sociais que agitaram as nossas mentes e nos disseram que a mudança era possível. Como não reconheço grande valor às teorias paradas e paralisadoras da mente colectiva. São muitas as influências perversas que ainda vêm desses lados.
Mas não são estas considerações que me animam hoje. Este ponto prévio é dirigido especialmente ao nosso portentoso Aventino, que não pára de nos assediar com as mais diversas inquietações. Tenham elas o sinal que tiverem, vêm por bem e para avisar a malta. Por isso, nesta reabertura de hostilidades, dedico-lhe o Equinócio de Outono, desta outonalidade que teima em não se despedir do verão.
A fria queda súbita da tarde,
num horizonte de ouro velho e rubro,
enquanto acelerado o tempo arde,
abre sazonalmente o mês de outubro.
Depois a noite cai pesada e rude.
Há restos de verâo dentro da vida.
Ninguém sabe onde mora a plenitude,
nem há nenhuma espera prevenida.
Outono, tempo doce, tempo triste,
ferido por feroz melancolia:
quem te falou do céu se não existe?
Quem insiste em promessas de alegria?
Vai chover brevemente na cidade.
O outono avisou a solidão.
Todos os rostos ficam sem idade,
na chuva fria que há no coração.
Não tarda, muda o tempo, muda a hora
e os dias são agora mais pequenos:
meu amor breve, não te vás embora!
Estes dias são hoje o que teremos.
Com fragor, cai a noite opaca e forte,
cobre a terra de treva embrutecida:
Lembra novembro a celebrar a morte,
porque um penoso medo tem da vida.
Serão assim iguais noites e dias.
Os dias são de lágrimas e açoites.
As noites são paisagens muito frias.
Violentas como os dias são as noites.
Antes de mais UM GRANDE ABRAÇO PARA TODOS.
Pois não é que me vi obrigado a romper a cabeça dos dedos na sequência da última farpa lançada pelo Aventino? Não que me tenha passado despercebido o repto do Ismael Vigário há umas quantas semanas atrás.
Ora meus caros AAAR (Amigos Ainda Agora Redentoristas) o motivo de aqui estar prende-se apenas com as últimas duas linhas ou mais precisamente linha e meia do escrito do Aventino e que passo a trnscrever: se alguém da AAAR ainda continuar vivo, que leia, porque, há muto tempo que me recusei a escrever para mortos.
Precisamente esta frase foi que me fez acordar de entre os "mortos".
Pode não ser o modo ideal para dizer as coisas mas a mensagem assenta como uma luva a muitos de nós entre os quais me incluo.
Lamentou-se o Aventino a propósito da desigualdade que eu mesmo no trabalho do dia a dia apregoo. Costumo dizer eu a muitas pessoas com quem trabalho, a grande parte amigos de longa data que "numa empresa os trabalhadores não são todos iguais. Pelo contrário são todos diferentes e o modo como são tratados tem que ter em conta essas diferenças".
Não é desta desigualdade de que nos fala o Aventivo. Realidade que fruto também de uma parte do meu trabalho, conheço relativamente bem. Esqueceu-se a propósito desse assunto da "subsídio dependência", de dizer que uma boa fatia desses desvalidos, estão todos os dias de manhã e à tarde, alardeando numa pastelaria de referência, à roda de uma mesa com um pequeno almoço ou um lanche, à medida das necessidades dos beneficiários.
Claro que eu nunca cantei ao lado das figuras que referiu, mas estou certo de que a igualdade que cantaram aponta outro caminho que não o que ainda com cobertura constitucional, faz crer que todos têm direito a tudo. Claro que têm, mas convém que à medida de cada um procurem merecer esse direito cada dia que passa.
Como é evidente não estou particularmente iluminado porque estou com a cabeça repartida entre o que vos queria dizer e o que vou fazer de seguida, pelo que me vou despedir.
O facto é que hoje é dia de fazer marmelada (coisa que não deve ficar à espera)... mas antes de enviar estas palavras, quero deixar bem claro que EU NÃO ESTOU MORTO, pelo que agradeço os textos que me têm proporcionado, todos os textos, ainda que o tema às vezes seja mesmo mesmo uma boa merda. E como escreveriam os mais jovens, LOL...
Também eu não gosto de falar com mortos mas às vezes faço-o de viva voz apesar da certeza que ninguém me ouve. Ainda assim falo. Pelo que, por maioria de razão, aqui estou a dizer-vos e a dizer ao Aventino que por cá estamos BEM VIVOS e por isso obrigado e continua a escrever.
E vós, COMO ESTAIS?
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