2017-01-10
Delfim Pinto - Almada
Só no dia 02.01.2017 é que comecei a ler a Palmeira (nº.40).
E que Palmeira!!!
Posso estar enganado, mas duvido que outra tivesse tanta qualidade; textos tão ricos de prosa, de poesia, de ilustração; de número, variedade e qualidade de escritores.
São dezanove e de que qualidade!!!
Logo na capa uns versos simples, mas tão simples e belos que até me incomodam (A.P.-Arsénio Pires).
Salto para a última página, pois são outros versos, complicados, intensos, profundos… vou ter que os ler mais vezes para ter a certeza de que os vou entender (Fernando Echevarria).
Vou para a página onze onde a “Paixão do Adolfo de Barros”;”A chuva de Novembro do Alexandre Gonçalves” e o “Salmo de Outono do Arsénio Pires”…me deliciam.
“A Paixão”: do que foi e a vontade de continuar a acreditar…confiando.
“A Chuva de Novembro”: que nos rega a nossa solidão; revela a ausência feminina e com um agridoce de tristeza.
“O Salmo de Outono”: que nos aquece a alma e nos transporta para o infinito. Sublime.

(Eu na mesa do poeta no Martinho da Arcada.)
“À memória do poeta Fernando Pessoa” de Ismael Vigário encheu-me de curiosidade para saber o que iria ser dito deste escritor. É para mim um texto muito interessante, audaz e revelador de grande cultura. Descreve a Baixa de Lisboa e o Martinho da Arcada com encanto; refere o poeta como “um homem profundamente religioso”, “uma obra inacabada”, “tantos modos de tu seres à procura do Ser”. São conclusões que gostaria de ver discutidas num próximo encontro, pois, na verdade, Fernando Pessoa me é estranho e quem sabe: se me entranha.
Ele não soube amar; não foi sociável; foi viciado do álcool. Na Tasca onde jantava conheceu e falou com um amigo, o Bernardo Soares, acerca do Livro do Desassossego…que é ele próprio. Etc…
Quanto ao texto de “O ADN psicológico do “Agapanto” – I – Agapanto: Adolescente até morrer do Adolfo de Barros”:
É delicioso, verdadeiro e ambicioso. Tal e qual.
Desespero pelo próximo texto.
Finalmente: Todos os textos, dos dezanove escritores de qualidade, que completam as vinte páginas desta Palmeira, me agradam.
“Palmeira” , cada vez mais viçosa e rica de saborosos frutos, está para durar.
Um bom ano de 2017 para ela, extensíveis aos seus autores.
Bem hajam.
Delfim Nascimento…