2010-01-19
Assis - Folgosa - Maia
Meus Amigos, que a PAZ seja com todos vós. Este desejo já o manifestei na minha última intervenção, pois advinhava que a polémica se iria instalar dada a sensibilidade do tema em questão. Porém, não foi esta a razão por que ainda não entrei na luta. Reconheço que ainda me não sinto capaz. Prefiro estar atenta aos sinais do tempo - hoje e passado (a tal História enquanto mestra da vida) - e não pretender arrancar dos cientistas aquilo que por dever e e por direito lhes pertence. Mais que da igreja ou de qualquer religião, o tema em questão é deles. Bernardo Haring afirmou mais que uma vez que a Igreja tem que deixar aos cientistas pronunciar-se sobre os assuntos que são de seu campo específico, e não passar ao ataque com as sua condenações. A História da Igreja tem-nos mostrado que errou em vários campos por se ter apoiado apenas na sua fé (?) e no seu dogmatismo, não em argumentos científicos. Já pediu perdão por alguns desses erros e terá ainda de pedir por outros, certamente. Ela ( os seus dirigentes) precisa de não se arrogar em senhora da verdade. É constituída por humanos e estes são falíveis. Nem a infalibilidade papal lhe poderá valer. Basta considerarmos a forma como ela própria foi decretada, isto é, defendida por menos de metade dos bispos convocados para o efeito. Julgo que também nós, na qualidade de membros dessa Igreja temos de não partir da fé (esta faz-se dia a dia, não se herda como um terreno ou uma casa), mas de uma luta por nos informarmos o melhor possível e aceitarmos o que as pessoas estudiosas nos vão apresentando como mais acertado, mesmo que isso inicialmente nos custe e tenhamos de dar a mão à palmatória. - Creio que na nossa educação de seminaristas faltou um pouco, ou um muito, daquilo que chamamos de ciência. Não quero com isto atacar a falha aos nossos educadores a quem todos temos de estar sempre reconhecidos. - Sem tomar a posição dos defensores progressistas, como é o caso do amigo Marques, aceito muito do que disse. Mas também não condeno o amigo Ribeiro, pois não se mudam convicções radicais como a sua do pé pr'a mão. Eu também já me encontrei na sua posição. Hoje, porém, vejo que todos esses problemas, quando comparados com as desgraças humanas, com os milhões de pessoas que morrem à fome e à sede (ante a nossa indiferença desumana, que vemos as fábricas dos armamentos espalharem a carnificina e o pão não chegar à mesa dos pobres), tudo isso não passa de pura insignificância. - Para todos a Paz e o Pão...