2010-01-18
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
Pronto: cá está a primeira carpideira a "rasgar as vestes", como eu tinha previsto: e quem havia de ser? O nosso amigo Marques, progressista dos quatro custados. Mas entendo que ele está enganado a meu respeito e escusa de se "avespalhar" tanto, pois perde tempo e feitio. Vivo de facto numa terra (adoptiva, para quem não sabe) que tem muito orgulho num torneio que aqui se deu, segundo dizem, em tempos que já lá vão. Faz parte, portanto, da sua história. Acho muito bem mas não creio que, por isso, seja gente belicosa ou desordeira. E quero dizer-lhe que muito menos eu o sou. Que eu saiba nunca fiz mal a ninguém e quem me conhece sabe que sou um homem cordato e pacífico. Só pretendo é que me não impinjam gato por lebre com falsos conceitos progressistas; isto também creio que já em tempos lho afirmei. A sociedade actual muda? Claro que muda mas, se for mentalmente honesto, deve reconhecer que a mudança se pode dar nos dois sentidos e nem tudo o que muda é bom. Veja-se a doença; infelizmente, raramente muda para melhor. Os vagabundos também estão sempre a mudar e não me consta que, com tais mudanças, alcancem sempre o bem-estar e a felicidade. O que disse é o que sinto, sem hipocrisias nem preconceitos. Estou-me marimbando (para não aplicar expressão mais progressista) para o que o amigo Marques entende por progresso; pense como quiser. Cada um come do que quiser e do que gosta. Gosto pela poesia? Oh! Se tenho, nem duvide! Assim como também adoro toda a literatura, sobretudo quando ela entra nos devaneios da "folia" linguistica; então aí é que se torna bela e magnífica. Pode crer! Não fui eu que inventei a cobra e olhe que eu acredito na cantiga que diz que a culpada foi ela. Aqui há tempos, numa estrada rasgada em plena serra, matei com o carro, sem querer já se vê, uma imponente e formosa cobra; e olhe que fiquei bem perturbado com isso.