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2010-02-08

jmarques - Penafiel

Não sei se o colega Martins Ribeiro eventualmente ficou melindrado pois já reparei que não gosta de pancadas secas e daí omitir-se ao comentário. Mas parece que se generalizou essa omissão de pronúncia mas aqui valerá mais o gago do que o mudo e é bom que se apareça. Também me penitencio por alguma ausência mas quando cá cheguei encontrei alguma diferença pela presença de alguém que vive em Brasília e deixou o seu conteúdo nomeadamente sobre o problema da existência da cruz nos espaços públicos e das movimentações políticas subjacentes à sua retirada. Não me ofende se o Estado o fizer. Falar da cultura de um povo é também falar das suas tradições e as mudanças geracionais traduzem-se normalmente em alterações de hábitos e costumes que vão ganhando forma com o tempo e a laicização da vida quotidiana vai gerar novos cenários que farão parte dos novos padrões de vida. A ausência do crucifixo já ninguém vai notar um dia destes. Parece que o ser humano precisa de um deus para se sentir mais feliz e a instrumentalização do homem pelos líderes religiosos é efectuada através dos símbolos materiailizados que pretendem encarnar-se no ser misterioso da divindade possível. A retirada desses símbolos institucionais dos espaços civis deve no meu entender ser feita sem preconceitos facciosos,não me choca de verdade. Competirá à Igreja o reforço da sua intervenção nas áreas de acção concreta, despertando o "indivíduo" para a missão social que esta organização deve ter num mundo pejado de injustiças muitas vezes executadas sob o símbolo da cruz ou sob juramento da bíblia. A Igreja deve revolucionar a sua missão e as suas formas de missão, redimensionando-se em função dos propósitos da sua doutrina que terá como fundamento as injustiças do homem que geram sofrimento aos que se submetem. E aí o indivíduo perceberá e interiorizará melhor os símbolos com fundamento na acção. Até lá já basta a cruz dos indefesos maltratados, da pobreza inquinada de indiferença...
2010-02-07

Luís Guerreiro P. Cacais - Brasília, Brasil

Ontem, 06.02.2010, os jornais informavam friamente que, em número de mortos, o terramoto de Haiti foi o terceiro mais trágico dos últimos cem anos: 212 mil mortos. Tragédias maiores só o abalo da China, em 1976, 255 mil mortos, e o tsunami da Ásia, em 2004, 228 mil. No entanto, os cientistas já tinham previsto há seis anos esta fatalidade e alertado a XVIII Conferência Geológica do Caribe, realizada em Santo Domingo, entre 24 e 28 de março de 2008, sobre a possibilidade de um terramoto de proporções inimagináveis, que poderia atingir o Haiti. Não se fez nada. Daí que o conhecido dominicano Frei Beto escrevesse na imprensa, no início de fevereiro: "O Haiti existe?" "Hoje, sim" - responde ele. Mas depois continua: "E antes de ser arruinado pelo terremoto? Quem se importava com a miséria daquele país?" Não vou transcrever todo o artigo, mas só uma parte como tema de reflexão. "Colonizado pelos espanhóis e franceses, o Haiti conquistou a sua independência em 1804, o que lhe custou um duro castigo: os escravagistas europeus e estadunidenses o mantiveram sob bloqueio comercial durante 60 anos. Na segunda metade do século XIX e início do XX, teve 20 governantes, dos quais 16 foram depostos ou assassinados. De 1915 a 1934, os EUA ocuparam o Haiti. Em 1957, o médico François Duvalier, conhecido como Papa Doc, elegeu-se presidente, instalou uma cruel ditadura apoiada pelos tonton maoutes (bichos-papões) e pelos EUA. A partir de 1964, tornou-se presidente vitalício. Ao morrer em 1971, foi sucedido pelo filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, que governou até 1986, quando se refugiou na França. O Haiti foi invadido pela França em 1869; pela Espanha em 1871; pela Inglaterra em 1877; pelos EUA em 1914 e em 1915 permanecendo até 1934; pelos EUA, de novo, em 1969. As primeiras eleições democráticas ocorreram em 1990; elegeu-se o padre Jean-Bertrand Aristide, cujo governo foi decepcionante. Deposto em 1991 pelos militares, refugiou-se nos EUA. Retornou ao poder em 1994 e, em 2004, acusado de corrupção e conivência com Washington, exilou-se na África do Sul. Embora presidido hoje por René Préval, o Haiti é mantido sob a intervenção da ONU e agora ocupado, de facto, por tropas usamericanas... Agora, o Haiti pesa em nossa consciência, fere nossa sensibilidade, arranca-nos lágrimas de compaixão, desafia a nossa impotência. Porque sabemos que se arruinou, não apenas por causa do terremoto, mas sobretudo pelo descaso de nossa dessolidariedade. Outros países sofrem abalos sísmicos e nem por isso destroços de vítimas são tantos. Ao Haiti enviamos "missões de paz", tropas de intervenção, ajudas humanitárias; jamais projectos de desenvolvimento sustentável. Findas as acções emergenciais, quem haverá de reconhecer o Haiti como nação soberana, independente, com direito à sua autodeterminação?" Luís Guerreiro
2010-02-07

Assis - Folgosa - Maia

Bom Domingo, meus amigos.

Lamento que continuemnos a ser tão poucos a colaborar no nosso site. Menos mal que o Guerreiro chegou para nos dizer com a sua participação que também ele deseja que as coisas mudem. A sua participação é sempre bem-vinda e veio, desta vez, com uma lição que, simples, nos diz muito: "É que temos dado mais importância ao acessório que ao essencial". O essencial encontra-se por vezes tão perto de nós que não conseguimos descortiná-lo. Damos mais valor à cruz, seja ela de madeira ou de ouro, do que àquilo que ela poderá ou não representar. - Temos ouvido quase sempre, ao longo da nossa vida, que o SINAL do cristão é a CRUZ. Foi há muito pouco tempo que li precisamente o    contrário: "Que ela não é o sinal do cristão. Que o SINAL DO CRISTÃO é o AMOR". Realmente, a parte final da intervenção do nosso amigo Luís Gurreiro vem confirmar precisamente esta afirmação. - Para que preocupar-nos pois com o que não é essencial?

Um abraço, amigo Guerreiro e continue a enviar-nos mais lições com esta.


 

 



2010-02-04

jmarques - Penafiel

Apreciei esta mensagem que o Assis nos transmite. A corrente do Amor e da Justiça, não tenhais medo, as convicções profundas de quem vê no outro “alguém” que nele reside e o que a ele o fizeres a mim o farás. Mensagens desse padre que interiorizou o carpinteiro de Nazaré, conforme já li dele e que vive apenas para os que mais sofrem e a quem falta o pão. Mas por vezes não são os mais infelizes pois os horizontes do seu materialismo são reduzidos e sem ambição e a sua espiritualidade faz sucumbir os sufocos de quem vê o que eles já não anseiam.
Mas os desiquilíbrios são de facto enormes num mundo de elevados contrastes marcados pelas fortes ambições materialistas. Será que os humildes sofrem por causa dos contrastes, pela ausência do pão bastante? Ou navegam no ambiente que sempre conheceram e onde cresceram e apenas as mudanças intempestivas e acidentais que geram sofrimento lhes quebra o seu status de vida que sempre aceitaram?
Será que o homem aceita a condenação de um destino involuntário onde a igualdade é uma palavra vã e sem significado?
Será justiça apenas o contrário de injustiça por mero contraditório vocabular? A ordem do mundo estará desenhada seguindo um ADN da génese que será imutável perante os combates dos líderes entre os quais esteve Jesus Cristo?
As palavras do padre Boursicaud e o seu combate a favor dos mais desfavorecidos não se inserirá neste pressuposto de que a Ordem que “gere” o mundo não mudará?
 

2010-02-04

Luís Guerreiro P. Cacais - Brasília, Brasil

A propósito da notícia "Defensores da Cruz", de 12.01.2010, quero noticiar que também há por aqui quem se incomode com a presença deste símbolo religioso em lugares públicos. No Brasil, Estado de São Paulo, uma minoria intelectual e politicamente forte, o Ministério Público, moveu uma acção, exigindo a retirada de todos os símbolos religiosos dos prédios públicos. Razões? O Estado é laico e, por outro lado, não é justo constranger, com esses símbolos, cidadãos de outras crenças. A acção foi judicialmente negada. Mas, perante isso, vejam como os paulistas reagiram. "Segundo esse raciocínio - escreve um leitor da Folha de São Paulo de 09.08.2009 - teríamos de mudar o nome de várias cidades e Estados do Brasil, a começar por São Paulo. Descarta-se assim toda uma tradição fincada nos 500 anos de Brasil. Pergunto a quem atrapalham os símbolos religiosos que marcam a ideologia religiosa do povo brasileiro?" "Quanto ao pedido de retirada dos símbolos religiosos dos prédios públicos - diz outro - observo que há diferença entre um Estado laico e um Estado antirreligioso. Além disso, é preciso distinguir Estado de Nação. O Estado é laico, mas a Nação não é. Por isso, os símbolos religiosos estão presentes inclusive em prédios públicos, pois representam um sentimento da maioria da Nação." "Como católica praticante - escreve uma terceira - concordo com a acção do Ministério Público. Primeiro, porque o crucifixo deve estar constrangido de ficar em paredes tão podres. Depois, porque, na verdade, esses símbolos podem constranger pessoas de outras crenças. Mas sejamos então coerentes: essas pessoas também não ficam constrangidas ficando em casa nos feriados como Corpus Christi e Nossa Senhora Aparecida, datas exclusivamente católicas?" Por fim, um padre: "Sou padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas. O nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A cruz deve ser retirada. Não gostei de ver a cruz em tribunais onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde as sentenças são vendidas e compradas. Não quero ver a cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda forte. Não quero a cruz nas delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são torturados. Não quero ver a cruz nos prontos-socorros e hospitais, onde pessoas morrem sem atendimento. É preciso retirar a cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres." Luís Guerreiro

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