2010-01-30
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
Desculpai meter-me aqui ao barulho mas, antes de mais nada, felicito o amigo Morais pela sua entrada; com ela fez-nos perceber que Macedo do Mato também vem no mapa, nos do Google e noutros; e…ainda bem! O Ricardo Morais é e será sempre uma voz avalizada. E entrando na questão, ih Senhor, que confusão aí vai! Admiro o Assis, mas parece-me que as suas ideias, embora correctas e que não me faz qualquer mossa subscrever, estão eivadas de parcialidade. Quando afirma que os colonizadores cometeram atrocidades que condena (suponho que todos condenamos) e que também condena as dos colonizados quando estes igualmente as cometeram (e não foram poucas nem menos graves, por pura vingança, diga-se) lá mete o Assis uma esfarrapada desculpa e os paninhos quentes: - “… embora devamos também não condenar, sem mais, tais actos”. Que parcialidade! Haverá, porventura, quaisquer primeiras causas que possam justificar o esquartejar de famílias inteiras, crianças incluídas, só porque pertenciam aos ditos colonizadores? E depois virem ainda ás nossas televisões, com uma ignóbil frieza, contar e gabar-se do que fizeram?
Devemos constatar que em toda a História ouve sempre o antagonismo: aquele que para uns era herói, para outros era criminoso. Amigo Assis, ninguém é inocente e todos cometemos barbaridades. Depende das circunstâncias. Ponha os seus pobres e desprotegidos, os seus colonizados num pedestal de poder e mando, e terá uma grande surpresa com o seu comportamento! Porque todo poder que, forçosamente, implica escravos e dominados, corrompe e a sua volúpia transforma mesmo os antigos escravos nos piores tiranos. Deixe-me que faça uma pergunta: Angola estará mais livre e menos escravizada nos dias de hoje?
Causa-me uma imensa tristeza ver atacada a Igreja de Cristo a qual poderá ter alguns defeitos; ela não tem, de certeza, e sim alguns dos seus membros e mesmo dos seus ministros. Mas daí até se afirmar que- “as nossas igrejas estão recheadas de ouro que é sangue de escravos e índios” - acho dum injusto, hipócrita e mórbido exagero. Olhe que não; o ouro das igreja é do Povo de Deus e muitas vezes do suor das suas lutas por melhores dias. Ah! Mas os missionários, Senhor … teriam ido levar as mensagens de tantos deuses falsos? Então o seu sangue não valeu nada? Levar outras culturas a outras gentes? Não é difícil e só as assimila quem quer. Vejam-se os dias de hoje onde muitos Povos adoptam costumes e práticas de outras gentes, chegando mesmo a destruir as suas, quase sempre gratuitamente, por moda, por vaidade e mesmo por atroz snobismo! Qual o mal? Então … e o Evangelho? Não foi Cristo que os mandou e lhes deu tal missão? “… Ide por todo o mundo”! Seria Cristo um falso Deus?
Tudo o que me contaram, não foi “nem bem nem mal contado”, foi apenas contado e eu é que assimilei o que me pareceu aceitável, porque fui sempre um homem livre. Entendo que a liberdade material é um mito; a verdadeira está na nossa alma e não no corpo, porque só o corpo é passível de ser escravizado e muitas vezes (a grande maioria) não deseja nem pratica a liberdade e sim o que quer é a libertinagem! Também muitos dos que defendem e clamam pela Paz são os maiores fautores da Guerra. Hipócritas! Não creio que haja falsos Deuses, há é falsos profetas!