2010-03-07
António Gaudêncio - Lisboa
Durante muitos anos confesso que actuei de modo igual ao Aventino: fui escondendo, escamoteando e disfarçando que tinha andado num Seminário. Hoje, rondando os 70 anos, já nem me preocupo com isso. Creio que consegui no Seminário um acervo cultural que pedia meças com qualquer parceiro de outro centro de estudo. Mas tenho que reconhecer que, embora sabendo coisas mirabolantes, quando saí do Seminário, não sabia nada da vida. A Quinta da Barrosa cercou-nos de muros que impediram o nosso crescimento harmonioso de estudantes e de "HOMENS" no sentido literal. Aprendemos muitas coisas mas alguém se esqueceu de nos ensinar outras que, também, eram necessárias à nossa formação integral.
Também gostaria de ter privado, como o nosso companheiro Aventino, com todos esses homens que ele refere, mas só tive o privilégio de conviver com o Zeca, no longínquo ano de 1963, na cidade de Faro onde ele era professor de português numa escola da cidade e eu aguardava ordem de marcha para Angola,como alferes miliciano. Bons tempos!!!
Este " desgraçado" do JMARQUES, para além de escrever umas coisas sempre interessantes, tem o condão de me pôr a salivar quando fala de "lampreia", de " alvarinho" e de "leitão" ( eu já me contentava com o da "Churrasqueira Rocha" , um pouco mais a sul de Aguada de Cima ). E sobre a lampreia, não me importava de fazer uma excursão ao Restaurante da Mãe-Preta, em Ponte de Lima, para matar a saudade de tal pitéu ( Será que ainda existe tal restaurante ?) Frequentei-o nos anos que vão de 1977 a 1980.
Por hoje vou salivar em seco, e sozinho, uma vez que não tenho à mão ( nem ao pé ) lampreia, leitão nem alvarinho.