2010-02-24
Ismael Vigário - Gualtar - Braga
Olá amigos,
Este blogue, "fale connosco" é mesmo muito especial. Escrevemos alguns, e, às vezes, recebemos ecos das nosas palavras. Há outros que assistem, mas não se aventuram. Talvez lhes apetecesse discordar, elogiar, desprezar, ofender... Mas, em circunstâncias tais, com este frio e esta chuva, preferem o aconhego de uma certa inércia de não criar ondas e de evitar ecos que pertubam ou molestam o ego refastelado e dormente.
Apresentando-me melhor, depois do Seminário, fui para uma República de estudantes, em Braga, porque não as há só em Coimbra. Aí completei alguma da minha formação ou deformação. O quorum era predominante de transmontanos em terras do Minho. E também havia espírito selectivo, sobretudo dos minhotos, pois o etnocentrismo ou bairrismo dos transmontanos falava mais alto. Nesse espaço e com formações diversificadas, terçávamos grandes tertúlias que nem sempre acabavam bem, Dá para imaginar... Cheguei a ter saudades do Seminário, da ordem e disciplina que lá nos ofereciam. Mas para aprender teremos que sofrer, não temos outra saída. O mundo, o encanto ou desencanto, está sempre onde está o ser humano. E, neste sítio, também o temos cá. Quem disse que somos "castrados" abomino esta palvara. E, infelizmente, cá recorro aos meus suores académicos ,como diz o JM. É o espírito de J.J. Rousseau que ainda paira nas nossas pedagogias. O homem é naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe. Não, não sou, definitivamente, rousseauniano. Talvez tenha sofrido menos que o filósosofo de"L'Émile".
Quaisquer que sejam as circunstâncias do ser humano, acredito na força da liberdade, na capacidade de reformular-se sempre, reconstruir-se sempre, embora nunca esquecendo a sua história.
Então o comunismo não caiu na URSS? É possível domesticar o ser humano sob a bandeira ou sob a cruz? O homem tem de ser ser sempre livre, não importa a sua história. Quem sucumbe é um fraco e, portamto menos humano. Pode-se castigar o corpo, mas o pensamento é como dinamite como profetizou Bochenski, um crítico do comunismo.
Um abraço a todos.
Não acreditem em tudo o que digo. Se soubesse disso não escrevia mais. Tiravam-me a fotografia ao meu pensamento e ainda reservo muito, por muito e muito que vos comunique. Por isso, quem escrever neste sítio, acredite nesta minha ideia e não se sentirá vazio na sua comunicação, mas mais rico, porque provocador de palavras e pensamentos novos e antigos.
Ismael Vigário