Olá a todos:
Aos do palanque, do palanquim, aos intervenientes mais acalorados, mas sobretudo, aos que têm a sabedoria de pôr alguma água tépida para não morrer o doente.
Obrigado a esses, pois têm aquilo que hoje se chama a inteligência emocional e que não está tão repartida como isso. A mim, pessoalmente, falta-me alguma e se magoei alguém com a espontaneidade dos meus dixotes, peço desculpa.
Quando escrevo neste espaço, não faço rascunho, e isso, para quem se entusiasma com os temas é território de risco.Mas a vida é um risco e viver significa confrontar-se com o conflito das interpretações e Santo Aostinho dizia: si fallor ergo sum. Por isso, aceitemo-nos como somos, com as nossas diferenças. Toleremo-nos, pois isso é uma forma de sermos mensajeiros da paz, católica ou laica.
O seminário, para mim, ajudou-me a crescer, tornou-me mais humano, mais eu próprio. Nunca rejeitei essa identidade e apregou-a aos quatro ventos.
Que havia lá defeitos, claro, lá havia pessoas e isso fazia toda a diferença. Falarmos hoje de aspectos negativos, não tem muito sentido. Também houve lá bullying, mas também houve lá coisas maravilhosas.Quando lembro o seminário lembro quase tudo maravilhoso. Quase como dizia o Torga: O Mundo maravilhoso. Havia lá alfas, betas.... mas, nem todos formavamos O Amirável Mundo Novo do romacista americano Aldous Huxley. Nem essa era a intenção dos nossos educadores. Seminário diziam-nos que queria dizer semente, conduzir a semente para produzir bons frutos. Havia algum mal nisto? Porque era uma educaçãp orientada (vectorial) para um objectivo? Mas ninguém nos mentia. Não concordo com muros nem com alma seminarística, senti-me sempre pessoa e isso diz muito.
Vivemos, hoje, numa época de temas fracturantes e mediáticos. O s séc. XiX era anti-clerical, havia o Renan que o Eça plagiava, hoje há outros inspiradores a apontarem-nos com novas ideologias a encantarem-nos a alma e o corpo.
Mas, comamos o folar de Manuel José Rodrigues, proposta do Vieira e continuemos a cavaqueira com tranquilidade.
Uma boa Páscoa a todos.
Na minha aldeia nunca poderia ser a pessoa que hoje sou.
Às vezes, dou comigo a pensar e a sentir-me próximo ou afastado de quem produziu determinada ideia.
Temos aí a Páscoa á porta e alguém trouxe á baila uma das suas principais iguarias, oriunda de Trás-os-Montes; o afamado e, quando bem confeccionado, saboroso Folar. O companheiro M.José Rodrigues, de Macedo de Cavaleiros, apresentou uma bela descrição do mesmo a qual elucidou sucintamente todos aqueles que desconheciam tão apetitoso bocado. Nanja a mim que, na verdade, já o conhecia e, á semelhança do Vieira, também, há pouco tempo, trinquei o feito pela Dª.Céu, de Meireles, perto do Cachão. E até uma minha comadre, transmontana de gema, de Vinhais e Bragança, o apresenta sempre na mesa posta por alturas da cerimónia de beijar a Cruz, com o devido destaque e preponderância. Ora, dado tratar-se de um acepipe com grande importância nesta Quadra festiva da Ressurreição e não tendo mais nada para o realçar, passou-me pela ideia jogar com alguns trocadilhos morfológicos da palavra do seu nome. Assim, e como se faz no ping-pong. vou começar por bolar, não esperando que, se vencer a partida, me presenteeis no final com um valioso colar de pérolas ou mesmo de bugalhos, que servem muito bem e são mais baratos e menos pretensiosos. Se fosse americano, é claro que teria de despender muito mais que um dolar para poder comer tal pitéu e teria mesmo de ter um forte molar para mastigação dos nacos de presunto e salpicão. Resultaria daí uma profunda motivação para seguir a estrela polar na nossa dificultosa caminhada, sentindo-nos reconfortados com esse magnífico alimento. E, certamente, a nossa vida iria rolar sempre sem atritos nem percalços. Gostaria de ser muito rico e de linhagem nobre para poder ser dono de um solar e, dessa forma, convidar os muitos amigos que tenho e oferecer-lhes, entre outros manjares, muitos folares sem discrição mas, como não é o caso, tenho a minha simples moradia onde poderão comparecer que, com certeza, entre outros petiscos, o folar também não faltará. E pronto, se não gostastes desta prosa bacoca, estais no vosso direito, trazendo para minha justificação o facto de que se tratou apenas dum exercício folgazão da minha pena ociosa. Boa Páscoa a todos!
Obrigado Zé Rodrigues por essa prosa bem untada de fumeiros transmontanos em que os cheiros e paladares alegram o palato.Vinhos maduros ou verdes caem bem com as carnes e macieza da substãncia que as envolve.
Nas minhas idas a Carrazeda tenho apreciado um folar feito pela D.Céu de Meireles, perto do Cachão, com o sabor genuíno dos ingredientes e cozedura e regalo-me com o refazer dos tempos velhos da Barrosa.
Esta "cozedura" para que te aticei a falares tinha a ver com esses "recordar" e sabia que as tuas palavras descritivas teriam magia e foi bem certo.
Outros colegas leitores sentiram também a dinâmica dos sabores transmontanos ao trazer à liça esse representante dos tempos de Páscoa: o ditoso folar.
Um abraço a todos e uma boa Páscoa. Por cá vai ser pão de ló.
Encontro Nacional!
Já só dispomos de 3 quartos duplos e 1 single!
Nota: Devido à proximidade da visita do Papa a Portugal, não temos possibilidade de garantir mais quartos. Uma vez preenchidos os quartos que temos disponíveis, não podemos garantir alojamento.
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