2010-04-13
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
O meu amigo J.Marques vem voltando á carga e, no seu último tópico, profere a meu respeito certas afirmações de todo descabidas e congemina falsas deduções sobre o meu modo de pensar. O que ele julgue ou possa julgar de mim é-me totalmente irrelevante e, se estou aqui, é apenas para lhe dizer, mais uma vez, que a mim nunca ninguém me toldou a mente, nem a minha fé me impede do que quer que seja e que tudo o que provém da minha mentalidade é fruto apenas do meu livre pensamento. Pelos vistos o amigo é que toma a presunção de ser uma refulgente luminária da civilização sendo, isso sim, um ser radical, pois cataloga de trogloditas e atrasados neandertais todos os que professam alguma fé. Põe sempre esse seu e único rótulo! E sendo assim, afirmo-lhe que, quando me indigno com os ataques á Igreja de Cristo não estou a defender nenhum criminoso, seja ele Papa, Bispo, Padre, Sacristão, Presidente da República, Deputado ou Juiz. Para mim, criminoso é criminoso e, se tivesse o poder de castigá-los, mandava-os fuzilar a todos; assim mesmo. Admitiria que, nesse caso, me apelidasse de radicalismo mas, se reparar bem, tal pena nem sequer é minha e sim do próprio Jesus Cristo: “… Quem escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem á volta do pescoço a mó que um asno faz girar e o lançassem ao mar - (Marcos 9-42)”. E então eu pergunto: onde está a diferença entre fuzilar alguém ou deitá-lo, atado a uma pesada mó, ao fundo do mar? Qual será pior? Por outro lado, muito me admira a zelosa indignação que o meu amigo Marques manifesta, única e exclusivamente com membros da Igreja de Cristo e não contra os de outras Instituições deste Mundo, inclusivamente contra os “impolutos” políticos abrilinos. Não será como os comunistóides que gritam desalmadamente contra os fascistas quando eles são da direita e os justificam, encorajando-os mesmo, quando eles pertencem á esquerda? Não será a vociferação do amigo Marques apenas um motivo gratuito para atacar com ódio vesgo á Igreja de Cristo? Enfim, incoerências! Verberar determinada Instituição por via dos desmandos que certos dos seus membros praticam, além de ser de uma revoltante desonestidade mental, é duma tacanha estupidez! Mas o amigo não tem (nem eu lho reconheço) qualquer estofo moral para criticar ninguém, pois acho uma incoerência a sua visível e descabida sanha contra os criminosos da Igreja de Cristo, por provir de um indivíduo que defende os miseráveis, hediondos e horripilantes criminosos do aborto que chacinam de forma apocalíptica milhões de crianças inocentes e muito mais indefesas do que as atacadas pelos pedófilos e, não só os defende, como ainda considera tais “façanhas”, conquistas luminosas de uma brilhante civilização. O radicalismo de submissão a tais doutrinas é que me parece demonstrar o perfil de uma opaca e perturbada mentalidade. Fico sem qualquer dúvida sobre a natureza de que é composta a luz que o ilumina na sua nova forma de ver o mundo. Já lhe disse uma vez que, de maneira consciente e calma, prefiro antes a baça claridade das cavernas. Por fim, as razões que alega são suas mas, para mim, não passam de desculpas esfarrapadas e, como se diz no jargão popular, de desculpas de “chácha”. Quando trabalhava, e trabalhei muitas vezes de noite sem nunca ter auferido de horas extra, mesmo nesses tempos a minha disponibilidade mantinha-se igual á de agora. Sei que com muitos companheiros se passa o mesmo porque é uma questão de gestão de vida. Por isso acho que a fé do Vieira em tal sentido é uma fé vã pois eu, sem fazer qualquer juízo de valor, conjecturo qual será o motivo que o leva a não comparecer nos Encontros da AAAR. Sabe, amigo Marques? É que no programa dos mesmos consta sempre uma celebração eucarística e, como suponho que deve saber, na missa reza-se o “credo”, símbolo e compêndio de toda a fé cristã. Reconheço que o meu amigo nunca poderia, de facto, assistir a uma missa; não por opção ou preguiça, como eu também o faço muitas vezes, mas porque nega, ad límine, tudo o que se afirma no símbolo de Niceia. Não se interroga muitas vezes “se Deus existe” e não nega mesmo a própria ressurreição de Cristo? Ora, negar isso é deitar por terra todos os fundamentos do cristianismo. No entanto, está no seu direito. Mas olhe, não tenha medo e apareça mesmo assim, que eu dispenso-o de assistir á missa e, entretanto, pode até beber e comer uns rissois e uns pastéizinhos de bacalhau e no fim falar á vontade, expondo então as suas ideias e concepções. Vai ver que é bonito! Sei mesmo que iria apreciar e, quem sabe, sair de lá outro homem. Abreijos!