Como o Ricardo Morais ainda não voltou, avanço eu.
Tinha prometido não esquecer as atrocidades que também o cristianismo cometeu.
Não querendo desculpar a culpa objectiva, penso que será de ter sempre em conta que a análise histórica não pode ser feita com os olhos do presente. Intelectualmente falando, não é honesto analisar factos que aconteceram nos séc. XI, XII ou XIII, altura essa em que os estados se estavam a formar e o poder político se confundia com o poder religioso (ou vice-versa) e pô-los em pé de igualdade com factos que aconteceram no século em nós vivemos. O Homem do séc. XX está noutro estádio de evolução em termos de consciência individual e colectiva. (Ou tem obrigação de estar…).
Vamos a meças!
É claro que, tratando-se de eliminação de pessoas, uma morte só, que seja, é de infinita a culpa e infinita deveria ser a pena.
Mas há diferenças quanto a números. E isto nem sempre é referido. É isto que não deve ser esquecido. Vejamos:
Comunismo (1900 a 1987): 259, 432 milhões.
Nazismo alemão (1933 a 1945): 20, 947 milhões.
Cruzadas cristãs (1095 a 1272): 1 milhão.
Inquisição espanhola (Séc. 16 a 18): 350 mil.
Cruzada albigense (1209 e 1244): 200 mil.
Fonte: http://www.hawaii.edu/powerkills/LIST.HTM
Um abraço para todos.
O amigo e companheiro Peinado começou a “ameaçar-me”, aqui há tempos, com um sedutor convite para uma caldeirada de enguias em “su sítio”, mais propriamente, na Gafanha da Nazaré. E essa “ameaça” cumpriu-se ontem com o “crime” da mais requintada gula. Eu sim é que lhe agradeço tal gentileza com altos protestos da mais gratuita amizade. Na verdade, também na companhia do Diamantino, rumamos até ao local do crime e enquanto saboreávamos um petisco digno das Fúrias divinas e como afirma o anfitrião, aproveitamos muito do tempo para desenferrujar as línguas, ponto essencial nestes eventos. Eu só digo que, nestas alturas da vida, nada existe melhor para a valorizar e tentar viver. Por via disso, sinto-me com vontade de, em momento oportuno, tentar retribuir tão opípara franqueza. Só foi pena não terem aparecido mais alguns companheiros mas, se calhar, tal ficou a dever-se a que, tratando-se de enguias, elas se costumam esgueirar por entre os dedos, menos as que são apanhadas no prato que essas, não não têm maneira de fugir. Contudo e para além disso, aparecem sempre surpresas. Sei que o Peinado é um experimentado comerciante, porém, não sabia que era um exímio vendedor. Há os da banha da cobra, os de ilusões e mesmo os de sonhos; mas nada disso. O que eu não suspeitava nem sabia, é de que havia vendedores imobiliários de talhões no Céu. E o Peinado surpreendeu-nos com essa. De maneira que eu e o Diamantino já lhe compramos um recanto desses para lá garantirmos a nossa morada. Assim sendo, caros amigos, aconselho-vos a que, se quiserdes fazer o mesmo, não vos dirijais a nenhum padre e sim ao nosso colega Peinado que vos fará um preço jeitoso e nada especulativo porque, nestes assuntos, mais vale prevenir e tratar das coisas com tempo. Abraços!
Não vou envolver-me na polémica Arsénio / Morais pois não me sinto à altura para o fazer.
Claro que considero o estudo da História muito importante. Não contudo para entrar em polémica ou tomar qualquer partido. Apenas para dela tirar a devida lição. E esta, infelizmente não tem sido bem aprendida pelos defensores de ambos lados.
Estarei enganado? Espero bem que não. Senão, somemos todos as mortes praticadas pelos diversos sistemas; todos os inocentes mortos por quem se julgou senhor dos demais só porque pensavam de diferente maneira, a nossa igreja incluída. - Não pretendo dar razão a nenhuma barbaridade cometida. Qualquer vida arrancada à força por alguém -UMA que seja - tem de merecer de nossa parte o repúdio como se de milhões se tratasse. Tenho medo a qualquer tipo de apologética... Pois, digo-vos, que ainda estamos muito longe de haver compreendido a lição da história. Afinal, ela é "mestra da vida" mas não escutada devidamente. - Quantos milhões mais já morreram depois das barbaridades a que o Arsénio e o Morais se referem? E morreram não por vontade própria ou por simples azar? Quantas guerras se deram já? E quantas pessoas - crianças e idosas - morrem de fome e por falta de água potável, ou de medicamentos, diariamente? As grandes firmas farmacêuticas não se dão ao luxo de inventarem doenças - já esquecemos a gripe A, a das aves... - com o único objectivo do "LUCRO"? Não estamos serenos e impávidos a assistir, no presente momento, a um GENOCÍDIO tão cruel como os relatados nesses estudos? SIM. Temos de esperar que venham outros, dentro de alguns anos, para ler os relatórios da Unesco e nos critiquem como hoje fazemos em relação ao passado?... "A guerra futura não será entre países mas entre os ricos e os pobres em cada país..." Palavras de Abbé Pierre que também disse estas outras: "Ou somos salvos pela FRATERNIDADE, ou então estaremos todos condenados..."
Um abraço fraterno para todos vós
Amigo Ricardo:
Obrigado pela tua achega para clarificação do conceito “Democídio”.
Permito-me também avançar um pouco mais, recorrendo ao mesmo site que aqui aconselhei:
“Genocide: among other things, the killing of people by a government because of their indelible group membership (race, ethnicity, religion, language).
Politicide: the murder of any person or people by a government because of their politics or for political purposes.
Mass Murder: the indiscriminate killing of any person or people by a government.
Democide: The murder of any person or people by a government, including genocide, politicide, and mass murder.”
Tradução minha:
Genocídio:
Entre outras coisas, a morte de pessoas por um governo por causa de sua pertença a um grupo definido (raça, etnia, religião, língua).
Politicídio:
O assassinato de qualquer pessoa ou povo por um governo por causa da política daqueles ou por motivos políticos deste governo.
Assassinato em massa:
A matança indiscriminada de qualquer pessoa ou povo por um governo.
Democide:
O assassinato de qualquer pessoa ou povo por um governo, incluindo o genocídio, politicídio e assassinato em massa.
No entanto, não vejo que esta tua achega tenha directamente a ver com a realidade dos números que apresentei relativos ao “Top 10”, tirados também do mesmo site. Essa realidade é que merece ser comentada e, se possível, combatida. Coisa que ainda não fizeste.
Disseste: “Mas há mais governos culpados que também são omitidos: os amigos da América. Já li parte do sítio, mas terei de lá voltar e analisar com cuidado, embora o cheiro seja a merda que perdura da guerra fria.”
Digo: Afirmei que, naquele post só me ocuparia dos “Top 10”. Mas há mais realidades. Por exemplo, podes consultar as façanhas dos tais “amigos da América” que também não estão de mãos limpas no que ao Democídio diz respeito! Espreita só no tal site:
Death By American Bombing
And Other Democide:
http://www.hawaii.edu/powerkills/SOD.CHAP13.HTM
Com podes ver, este estudo é sério e, se há “cheiro a merda” ele não provém dos tempos da “guerra fria” mas sim da realidade descoberta com rigor científico e isenção partidária de estudos multicêntricos como este.
Há ainda mais este site onde podes ver o “cheiro a carne humana” nas matas de Katin e que os comunas soviéticos esconderam até Yeltsin chegar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Katyn
http://en.wikipedia.org/wiki/Katyn_massacre
E, já agora, vê este filme que relato o facto histórico:
http://video.google.com/videoplay?docid=-2080155985610903776#
Um abraço para ti e para os que nos lerem.
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