Meus Amigos, um bom dia para todos vós.
Alguém me perguntava, há dias "porque não entras no site?"
Embora a resposta pareça inútil e até como desculpa de mau pagador, é simples: Porque não desejo entrar em polémicas inúteis. Nem eu, nem os possíveis leitores tirariam qualquer benefício daquilo que viesse acrescentar à polémica gerada. Com excepção dum ponto de interrogação que, por lapso, surgiu em lugar duma interjeição, não acrescentaria mais nada às palavras que escrevi no passado dia 16 de Junho.
Aproveitei a sábia definição do Cícero "A História é a MESTRA DA VIDA" para então dizer que infelizmente ainda não aprendemos os ensinamentos dessa grande mestra. Continuamos, como antes, a comportar-nos indiferentes e, como cegos, que não desejam ver, ignorando-os pura e simplesmente.
Nem a igualdade pretendida pelo comunismo - absoluta - nem a liberdade capitalista - libertinagem de quem tem dinheiro - puderam até hoje mostrar-nos quem tem razão. E não o vão poder mostrar no futuro certamente... Esta a minha convicção.
Tem que haver uma outra verdade que não a destes dois sistemas falhados. A verdade da autêntica HUMANIZAÇÃO (Fraternidade Humana) defendida não apenas por Jesus - o histórico, não o cristo de Constantino que hoje continua a vestir-se de ouro e pedras preciosas e fala à boca cheia de pobres - mas também por tanta gente ilustre, como os fundadores de algumas religiões e de uns poucos seus seguidores.
É aqui que se encontra o outra via, não nas polémicas de quem matou mais ou deixou de matar. Creio eu. Uma só pessoa que tenha sido ou continue a ser vítima de qualquer sistema - o religioso incluído - tem de valer por milhões em nossa consciência. Só assim conseguiremos ser alunos da tal mestra, a HISTÓRIA. Diariamente morrem de fome e por falta de assistência muitos milhares de nossos irmãos que nunca tiveram a oportunidade de saber porque razão vieram a este mundo para assim morrerem. Morrem sem forças sequer para pedir socorro e, quando o conseguem, não são por nós ouvidos porque o barulho que fazemos é demasiado alto para os podermos escutar...
Um abraço fraterno
Meu caro Alexandre:
Achaste por bem “entrar” numa discussão que eu pensava poder ser sadia pois acreditava que, idosos e sem cabelo que somos, já saberíamos distinguir uma pessoa duma ideia. Infelizmente, parece-me que nem tu, filósofo de profundos e saborosos saberes que tanta vez com eles nos deleitas, queres fazer essa distinção.
Se não me reconheces o direito de às ideias atirar pedras e aos homens só abraços, não vale a pena continuarmos com esta troca de palavras. É que, no meu entender, o “ser-se com os outros” de que falas, passa exactamente por aqui: Eu abraço-te sempre, independentemente das tuas ideias ou ideologias.
Como já o disse em “Pontos de vista” (talvez não tenhas lido) motivado por palavras surgidas na tua mensagem, penso que não tens acompanhado com profundidade o que aqui se passa. Mas, em relação a este particular comigo e com o Morais, eu recordo-te a origem:
Tudo começou pelo repto do Morais feito aqui. Dizia ele:
“O nazismo só ultrapassou a Igreja em quantidade, mas ficou muito aquém nos métodos de tortura e de morte. Proponho a todos a análise, baseada na história, sobre as causas que, quer no passado, quer nos nossos dias (e aqui discordo do Arsénio ao dar tudo como do passado) levam a tantos crimes, em que nações inteiras, porventura as mais evoluídas, por ideologia ou religião, estiveram envolvidas.”
Perante este repto, eu não fui defender a Igreja aqui INJUSTAMENTE comparada ao nazismo com uma afirmação que não é provada. Porquê? Porque defendo sempre que o equilíbrio é a régua que nos deve medir.
Por isso, disse:
“Para já, quero só combater a forte inclinação que existe para só se falar do nazismo, esquecendo o comunismo nas suas variadas frentes, ontem e HOJE.
O nazismo, ao pé do comunismo o grande embuste do séc. XX (e continua…), passa por uma quase brincadeira não fora tratar-se do extermínio de seres humanos.
Mais tarde desmistificarei também as tais inegáveis misérias que em nome de Deus se cometeram…”
E fi-lo dando os números respeitantes ao Democídio causado pelo comunismo, pelo fascismo, pelo nazismo e pelo cristianismo. Isto são provas. Que não foram refutadas. Vêm no site que mencionei e vêm também nos seguintes livros: “O Livro Negro do Comunismo” (Quetzal Editores, 878 páginas) e no “A Corte do Czar Vermelho” (Aletheia, 665 páginas).
Ainda que me chames “matemático de bancada”, penso que tratando-se de extermínio de pessoas, esta afronta à humanidade DEVE ser comparada.
E aqui te desafio para um são e respeitoso diálogo:
Queres discutir comigo a ideologia comunista que eu apelido de “o maior embuste do séc. XX à escala planetária”, desde as suas bases ideológicas até à sua praxis, ontem e hoje?
Mas não me venhas com essas palavras gastas de “reaccionarismo” “partidarite emocional” ou como afirmas da minha intervenção: “ofensa à consciência universal, incluída a cristã. Nunca li nada tão reaccionário, tão obscuro, tão panfletário”. Tudo isso não me diz NADA porque, na realidade, não diz absolutamente NADA!
Afirmas: “O mínimo que historicamente se pode concluir do comunismo/marxismo é que representou uma utopia enorme, uma esperança para uma Europa velha e apodrecida.” Até posso concordar, apesar de que, ao que tu chamas “utopia”, eu chamo “embuste”. Mas dizes bem: “representou”!
Onde está quem, por esta "velha Europa" extra muros, defenda a tal "utopia"?
Mas, se pelos frutos se conhecem as árvores, vamos aos frutos! Venha daí.
Podemos começar pelo comunismo. Depois, podemos continuar com a Igreja católica. Podemos também passar para o ateísmo (que já tem muito a ver com o comunismo…). Como quiseres!
Falemos, argumentemos, respeitemo-nos mas, nesta troca de palavras, metamos a literatura na gaveta e teclemos claramente.
E vamos ao Saramago, escritor que muito prezo, como escritor, e de quem tenho grande parte dos seus livros. Lidos!
Acho que percebeste bem o que disse e escrevi: “Sou anticomunista mas não anticomunistas! Portanto, não sou anti-Saramago” que, honra lhe seja feita, era um antifascista e antinazista e anti muitas outras coisas que não vale a pena nomear. E foi-o com todo o direito! Teve também o direito a dizer que “A Bíblia é um chorrilho de disparates”. Tais direitos assistiram-lhe até à morte. E ainda bem pois prova que não estamos em nenhum dos passados e presentes conhecidos regimes comunistas que ele sempre defendeu e onde tais direitos nunca se praticaram. Mas ele foi comunista leninista e estalinista! E com todo o direito"!
Então, diz-me, Alex, eu não terei o direito de ser anticomunista?
Sou anticomunista, sou antifascista, sou antinazista, sou anto-absolutista (neste último ponto, aqui tenho combatido o regime vigente na Igreja católica), sou tudo o que defenda ou pratique a violência verbal ou com actos sobre pessoas, em especial aquelas que não se podem defender.
É por isso que não retiro uma vírgula ao que afirmei:
“Com Saramago morreu mais um pedaço do pouco que resta do comunismo. E quando morre mais um pedaço do comunismo eu sinto que o mundo pula e avança."
Mas não afirmei “quando morre um comunista” como tu pareces querer dizer
ao perguntares se podes afirmar "por cada católico que morre o mundo pula e avança". Eu não me alegro com a morte de ninguém. Não está nos meus valores. Eu combato, com todo o direito, julgo eu, as ideias ou ideologias que vão contra os meus valores. Será que não posso?! Quem me acusa de ser falacioso, infundado, ou ofensivo de pessoas naquilo que aqui tenho escrito?Veham daí provas.
Tento sempre nunca confundir ideias com pessoas. Para mim, a pessoa é um valor absoluto. Não a sociedade! Muito menos as ideologias!
Por último. Perguntas: “Será que o nosso cristianismo, ontem e hoje, é uma virgem imaculada?”
Respondo: nem virgem nem imaculada mas sim uma “casta prostituta”, capaz de (como tu e como eu, afinal) ser santa e pecadora ao longo da sua vida de dois milénios que já viu passar por ela e nela centenas de "utopias" fenecidas.
Mas, uma vez mais, consulta o “Pontos de Vista” onde tenho colocado posts neste sentido e noutros.
Fica o repto. Mas só na condição de não confundirmos amizade com ideologia. (Já agora, mesmo que não aceites o meu desafio, não te demitas da Associação. Não vale a pena levarmos a coisa tão a peito. O nosso futuro… já foi! Só nos resta algum cabelo branco, ou a falta dele, com que todos os dias fazemos o gesto de o pentearmos!
Ainda que “de atacado”, aceita o meu abraço de sempre.
Arsénio
O companheiro Peinado foi de férias; já o sabia. Ir de férias é bom, sobretudo para quem trabalha diariamente como um desalmado para "amparar" a vidinha! E quero dizer ao meu preclaro amigo Peinado que, embora eu não seja de Sarilhos Grandes ou nem mesmo Pequenos, não é minha intenção "deportar" para essas terras nenhuma boa alma. E pode estar descansado porque o temor duma possível intervenção do Fisco nos referidos negócios da Imobiliária Celeste não tem razão de ser pois que nessas Paragens quem risca e dispõe é o "simpático" guardião do Paraíso e, pelo que me consta, lá ainda não são cobradas taxas desse teor.
O que interessa neste momento é arranjar nesses dias de férias disposição e arcaboiço para, como ficou combinado, em Setembro se entrar a todo o gás, quiçá não em outra pescaria, mas sim num safari montanhês no Ramiscal ou na Seida, disparando tiros e zagalotes. Nem tanto, digo eu: basta uma faca!
Também, se Deus quiser, tenciono entrar de férias daqui a um mês e o que me está a preocupar nessa contingência é o facto de não ir ter Internet que, como é sabido, já se tornou um vício para mim. Vamos ver o que se irá conseguir.
Podeis objectar e mesmo protestar: … "este desavergonhado diz que vai de férias? Vá mas é trabalhar, malandro!" Mas eu retruco: … "Calma aí; eu trabalho e muito!" Passei todo o mês anterior a editar o filme do Grande Encontro de Alcobaça e não foi pêra doce. Mas já gravei o respectivo DVD que depois será distribuído por quem o pretender.
Até lá boas férias a todos e um grande abraço!
Apesar de já ter comentado a "guerra civil", que invadiu a fala associativa, achei por bem acrescentar um suplemento. A primeira ideia refere-se ao patamar polémico atingido. Em rigor, a polemicidade revela crescimento e individuação. Quer na Palmeira, quer no Fale Connosco, e até no Forum, verifica-se que de algum modo destruímos a uniformidade, perigosamente corporativa, que podia afectar o carácter independente da associação. Cada um cultiva o seu jardim e as rosas que prefere. E usa os métodos que entende. Sem individualismos patológicos, preservámos uma utopia que é ser-se com os outros. Simultaneamente singulares e comunitários. É um projecto para uma vida inteira: ser-se. Não se sendo, não realizando cada qual a seu modo a sua singularidade, não há caridade que nos salve. Se eu não for ninguém, então os outros podem esperar sentados. O que eu tenho para lhes dar é aparência. Dito de outro modo: é uma fraude. Mas uma singularidade só cresce em ritmo relacional. Nenhum eu se define sem outros eus de relação, que partilham comigo a cidade.
Dizia eu que a polemicidade é uma prova de maturidade. Estamos a realizar uma utopia plural, dialogante, aberta à vida e à bondade do mundo. No entanto, e é esta a segunda ideia, não se resistiu à tentação de uma "partiparite" emocional. Já o disse, mas ao repeti-lo quero insistir na sua gravidade. Ninguém me investiu de poderes judiciais. Não condeno nem absolvo. Discordo. E fundamento a minha discórdia. Tanto mais quanto os excessos referidos se prendem a nomes influentes da vida associativa, de indiscutível empenhamento. Caros Arsénio e Aventino, sou dos primeiros a reconhecer-vos o mérito quer da escrita quer das prestações oferecidas à Associação. Porém, neste ponto particular, vocês fizeram-se cúmplices e apoiaram-se mtuamente numa atitude estranha, que merece divulgação. Como o Arsénio citou o Aventino, então eu cito o Arsénio: "Senti-me saudavelmente motivado pelo excelente post do Aventino. Então aqui vai ao correr da tecla.
Com Saramago morreu mais um pedaço do pouco que resta do comunismo. E quando morre mais um pedaço do comunismo eu sinto que o mundo pula e avança." (Fale Connosco, 20/06/2010)
Por amor de deus ou do diabo, esta tua página é uma ofensa à consciência universal, incluida a cristã. Nunca li nada tão reaccionário, tão obscuro, tão panfletário. É natural porque te saiu "ao correr da tecla". O pensamento não se improvisa. Pensar é mais do que citar números e muito mais do que produzir textos bombásticos e autoritários, como se fosses o filtro cultural da Europa. Não te atenua a distinção entre comunismo e comunistas. É uma questão de linguagem e de apuramento de conceitos. O mínimo que historicamente se pode concluir do comunismo/marxismo é que representrou uma utopia enorme, uma esperança para uma Europa velha e apodrecida. Que forneceu à boa consciência cristã o respeito pelos pobres, pelos operários, pelas imensas vítimas de um capitalismo brutal, que parece não merecer-te nenhum repúdio. O teu texto não disfarça uma longa sucessão de lugares comuns e apreciações bem datadas e claramente conotadas com fundamentalismos obsoletos.
Quanto a Saramago, ele não é só um escritor genial do nosso tempo. Ele é um HOMEM de coerência e de grandeza espiritual dificilmente comparáveis. E é filho da pobreza e desse ideal comunista que tu odeias. Felizmente, não são ódios como esses que tornarão o mundo mais humano, mais diverso, mais habitável. Saramago trouxe para a literatura aqueles que Jesus Cristo dizia serem dignos do reino dos céus. Se ele foi um "grande crente", então bendito o leito comunista que o amamentou. Admitamos por momentos que eu era um ateu militante. Pegava no website da Palmeira e escrevia: "por cada católico que morre o mundo pula e avança". Não reconheces o paralelismo? Saramago nunca o disse e um comunista bem formado nunca o diria. Mas ficou escrito para sempre no Fale Connosco. Não sou comunista nem o seu oposto. Mas sempre direi que grandes nomes da cultura europeia e mundial se inspiraram na "esperança comunista" para escreverem grandes obras. A própria Igreja, quanto tardiamente acordou para a questão social, não ignorou os avanços e os ensinamentos que o marxismo lhe levava nessa matéria.
Só uma pergunta: já que repudias tão veementemente tantos ismos, será que o nosso cristianismo, ontem e hoje, é uma virgem imaculada? Para acabar, Saramago dizia: nós os portugueses ou começamos a pensar a sério no nosso destino ou não temos futuro algum. "Pensar", disse ele.
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