2010-07-09
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
Aquele foi um dia sereno, cheio da luminosidade dum céu esplendoroso, calmo e tranquilo na paz do sossego e do isolamento.
E ali me encontrei, nas dunas daquela praia, ao lado da mulher que eu amava; naquelas dunas de areias quentes e macias, naquelas dunas do meu sonho, naquelas dunas do meu encanto, naquelas dunas do meu amor! E naquelas areias macias e quentes daquela praia imensa e calma fizemos, eu e a mulher que amava, o maior amor do mundo; um amor arrebatado e louco, um amor sem peias e sem fim!
E os nossos corpos nus e belos pareciam gozar as delícias de um estranho paraíso!
O corpo da mulher que eu amava, corpo lindo e terso, ali estava, delicioso como a felicidade, tentador como o desejo, escaldante como a fervura, ardente como o braseiro do nosso apetite.
Era um amor calmo como as pequenas e murmulhantes vagas daquele mar e ao mesmo tempo grandioso como aquele céu aberto e azul que nos cobria, infinito como a extensão daquela imensa praia!
De vez em quando a brisa fresca e suave perpassava ternamente pelos seios da mulher que eu amava, afagando e agitando com lascivo toque as madeixas do seu cabelo. E os raios daquele sol resplendente beijavam e enchiam de luz duma intensa transparência a pele suave e ebúrnea do maravilhoso corpo da minha mulher amada.
E os nossos beijos eram sôfregos e vorazes, os nossos suspiros desconexos e arfantes, o nosso desejo feito fúria e paixão, o nosso êxtase inebriante e etéreo, a nossa volúpia sem medida, incomensurável, eterna!
E então foi ali, naquelas dunas extensas e sem fim, que eu e a mulher que adorei, nos amamos com delírio, com louco frenesi, sem lei, sem entraves, sem peias, sem fronteiras!
Por isso, aquelas foram as dunas do meu sonho, as dunas do meu amor, as dunas do meu encanto e da minha felicidade!
E aquelas dunas macias e quentes daquela praia imensa e calma foram as dunas que nunca esquecerei, que nunca poderei olvidar; porque nelas amei a mulher do meu deslumbramento, da minha loucura e da minha perdição!