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2010-08-27

Arsénio Pires - Porto


Caro Alex:

O teu belo texto (literariamente falando) acordou em mim um velho “ódio”. Tenho que deitá-lo fora. Aí vai.

Eu, que nunca fui de extremos, vou aqui vociferar até enrouquecer contra o tal de FATUM ou FADO.
Curioso! Nos tempos de PREC, eu que já na altura era do centro, tive que ver e ouvir homens guedelhudos e mulheres mal “ajambradas” proclamarem a contra-revolução do tal de FATUM ou FADO. Tudo o que cheirasse ao “povo que lavas no rio/as tábuas do meu caixão”, apanhava logo uma rajada de G3. A tal senhora Amália quase que foi enforcada na Praça da Figueira!

De repente, toda a minha gente (os homens e mulheres do PREC incluídos!) puxa da viola e da guitarra e… “bora prá Festa do Avante”!

Hoje, todo o mundo carpe o tal de FATUM ou FADO.
Ele são novos e velhos!
Ele são velhas e novas!
Até o Prince vem ramelar na Mouraria!

Ele são mulheronas de faca alantejana e alguidar de Bisalhães.
Ele é o carpir amores mal acabados com o forte duplo peso no frontispício.
Ele é o arranhar constante da garganta na impossibilidade de fazer alguma coisa na vida para além de andar de dia no gamanço e à noite afundar na tasca!
Penso até que o Velho do Restelo ia, noite fora, cantar o tal de FATUM ou FADO nas vielas do Bairro Alto.

Haja paciência!
Assim nunca mais combatemos o défice!

Abaixo o FATUM! Pum! Pum!
Morra o FATUM! Pum! Pum! PUM!

2010-08-26

Alexandre Gonçalves - Palmela

Ainda raso de lágrimas felizes,quero lavrar aqui nesta fala um nome. Faço-o por mim e por todos os que , talvez como eu, sem culpa formada o ignoraram por muito tempo. Tendo nós sido recrutados nas franjas mais obscuras do mais obscuro povo, como foi possível tanta distracção, tanta manipulação, tanta obstrução aos nossos mais genuínos sentimentos? Tenham calma que eu explico. Quando era tenro e moço, sim porque até eu já fui moço e tenro, que o diga a menina que se despediu por detrás de um reposteiro, eu era uma vedeta musical no quintal da minha aldeia. Quando vinha o inspector distrital e a respectiva companhia, eu e o António tínhamos quatro canções para brindar suas excelências, a pedido da professora. A nossa fama de cantores subiu pelas noites de luar, nos balcões da rua direita. Depois parti para vila nova. Nos primeiros dias, há um concurso para selecção de vozes. Candidatei-me nervosamente, na convicção de dar um pequeno passo para os outros e um gigante para mim próprio. Microfone na mão, uma tossidela de aclaramento e a minha rústica voz ecoa triunfante no céu do salão. Era uma idílica melodia, mais branca do que a farinha da morena moleira que vinha do rio. O refrão, onde eu expandia os meus surpreendentes recursos vocais, acabava numa bem sucedida declaração de amor, como é próprio. As autoridades locais, num zeloso alarme (alarve?) de perigo, nem me deixam concluir. Uma voz docemente pedagógica esclarece-me que o meu talento é de guardador de cabras ou de plantador de couves. Não era nem uma coisa nem outra, como se veio a provar. Mas essa sentença foi de amargura e apeou para sempre o meu voo musical. Ora trago aqui essa narrativa para sugerir uma resposta, claramente parcial, à questão do dito nome. A Dois acaba de emitir mais um progama de uma pequena série sobre o FATUM, o destino trágico de um povo que vinga em canções tristes a sua humilhação e a sua telúrica dor. Esta noite foi a voz, o retrato, a alma. Foi Amália inteira, um país inteiro, um mito inteiro e fundador duma nação. Ao revê-la hoje nas décadas de cinquenta e sessenta, num grito profundo que vem dos confins da Beira Interior, tive que chorar. E ocorreu-me que nesses anos os nossos ouvidos não ouviam, os nossos olhos não viam, os nossos sentidos não sentiam. E até a nossa boca não falava. Música? Sim, senhora! Mas apenas a que fosse imaterial e nos levasse directamente para o céu (dos pardais). Fado rimava com pecado e pecados já tínhamos de sobra. Porque o demónio andava mais perto de nós do que os anjos. E o fado de que é que falava? Na altura, para acautelar as virtudes, não sabíamos. Mas agora fica tudo mais claro. Nada tão perigoso como o amor. E parecia que os textos não saíam de pieguices amorosas. Ouvindo hoje Amália, é um povo imenso que chora na sua voz. Que se está sempre a despedir nas paragens dos autocarros, nos cais dos navios, nas estações dos combóios. Que vai às romarias a cumprir promessas infinitas. Que acumula um capital de saudade, porque os afectos estão a morrer. E porque este reino velho não tem emenda nem sabe proteger a esperança. Também as lágrimas são revolta. E o FATUM foi muitas vezes o refúgio da subversão possível. É a nossa maneira peculiar de fazermos uma cultura étnica original, porventura única. Aqui lavro tardiamente o teu nome, AMÁLIA, e gostaria que isto fosse pedra, para que a memória colectiva demolisse os seus ancestrais preconceitos e te reconhecesse o título de GLORIOSA MÃE DO PORTUGAL do século vinte (1920-1999).
2010-08-26

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Caros amigos:

Peço-vos que se, porventura, o achardes descabido ou inoportuno, me desculpeis o que vou dizer neste tópico. Não pretendo iniciar qualquer polémica nem a alimentarei por nenhum motivo, pois tudo já é passado. Só que as convicções permanecem e entendi fazê-lo porque uma revoltante indignação me deixou deveras transtornado.  Admito que será um assunto muito sério e fora do contexto deste espaço mas, quanto mais não seja, considerai-o como um grito no deserto. Aqui há meia dúzia de anos atrás, e quando o tema do aborto estava na sua furiosa pujança, tive uma discussão de café com um rapaz amigo, comunista convicto, de inabaláveis ideias esquerdóides. Lembro-me de que, após acalorada e irracional discussão, com alguns gritos incoerentes á mistura, eu terminei com a seguinte frase em jeito de axioma: "… caro amigo, ao menos concedam á criança o direito a que ela nasça e, se não a quiserem, torçam-lhe então o pescoço, porque matá-la na barriga da mãe, será o mesmo que ser morta depois de nascer. Mas tem a vantagem de, ao menos, lhe terem concedido esse justo direito". O "falso" amigo atirou-se a mim como gato a bofe, mimoseando-me com insultos e epítetos impronunciáveis. Depois, mais tarde, lá veio a lei:  "...pode-se abortar á vontade", passando á frente de tudo, com as respectivas despesas pagas pelos impostos de todos,  que tal não é crime nem ninguém será preso. Após a consumação tudo se calou, tudo se conformou e veio o silêncio. 

Vem isto a propósito da notícia  que hoje li num jornal, de que uma mulher tinha matado o seu filho depois de o ter deixado nascer. Entendo que foi mais "honesta" no seu acto porque, acima de tudo, não foi cobarde e lhe pôde ver a cara, comprovando também a minha afirmação. Porém, o que me indignou e me levou a escrever este texto, foi a miserável hipocrisia da dita lei feita por verdugos que, para um acto exactamente igual, tem outro peso e outra medida. Deus lhes perdoe!

2010-08-25

Peinado Torres - PORTO

Bom dia companheiros Estava à espera deste correio do nosso amigo e companheiro MARTINS RIBEIRO e aproveito para rectificar a data disponovél 20 a 28 de Setembro. No meu modesto entender será muito bom que a malta se reúna à volta de uma mesa comendo seja o que for, desde que seja bem cozzinhado, para que nos seja dada a inspiração para falarmos de coisas sérias, como a viagem missionária do ASSIS, das nossas aventuras e claro , uns cortes na casaca. Para aferroar o nosso PRESIDENTE comunico que vou in iciar o meu 2º turno de férias e regresso a 19 de Setembro. Um forte abraço para todos e como sempre VOLTAREI.
2010-08-24

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Caros companheiros; 

sempre ouvi dizer que o prometido é devido. Assim sendo e como combinei com o colega Peinado Torres após a "enguiada" da Gafanha de Aveiro, está a chegar a minha vez  aqui na nesta terra. Ela não tem mar, mas tem serra: e o que anda na serra? Claro, um cabritinho saltador. Para vos garantir que o animal é mesmo genuíno e não canino disfarçado, já o ouço balir aqui nos fraguedos da montanha. Dizem por estas bandas que ele deve ser ainda mamão. Ora, essa característica é que não vai ser assim tão fácil de comprovar. Mas mesmo que o dito caprino não esteja nessa idade da mama e seja já bisavô, afianço-vos que, depois de estar no prato, ninguém vai reparar em tal pormenor. A data está calculada, por conveniência, de 19 a 26 de Setembro, contudo, ao certo ao certo, será posteriormente indicada. Convinha aparecerem mais alguns companheiros, para não sermos só os comedores de enguias; quase certos, estão ainda o Arsénio, o Vieira e o Humberto Morais. Se não vierem mais … bem, assim a coisa fica mais composta. Não venham com subterfúgios do género "… só pensais em comer" porque são críticas destrutivas. Ganhai lá essas forças …  e depois berregai.

Abreijos!

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