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2010-12-14

manuel vieira - esposende

Tresanda a Natal e nunca o senti de tantos constrastes. Nas conversas mais aconchegadas apercebo-me dos cortes drásticos nos orçamentos das famílias, na ausência das prendas entre adultos, nos exercícios de poupança nos embrulhos das crianças.

 Nas montras  das cidades e das grandes superfícies contrastam os cenários perfeitos e os cartões de crédito movimentam milhões. Fumegam compras em turbilhão e as senhoras distintas de traço maquilhado bem notado carregam sacos de marca de sorriso ao léu.

Ali, nos corredores circundantes dos NorteShopings correm em passo curto as crianças espavorindo os sonhos agarradas à Mãe Natal de carne e osso, com pressas espelhadas no  passo largo e a mente na compra que ainda falta para o Pai Natal de osso e carne.

 

Lá longe o meu Pai Natal de adulto com idade antiga, de faces magras encobertas pelas barbas brancas, estatura estreita e de pequenez genética, de voz notada a exalar bem o oh,oh,oh, não desce chaminés mas calcorreia ruelas de lama e recantos de pobreza extrema, de saco de plástico com a prenda desesperada que mitiga a fome.

Já conhecemos os seus passos, de roupas singelas e escurecidas, o seu boné a sombrear o seu olhar humilde e o cinto curto que lhe estreita a figura de pai de sempre,  dos mais bafejados pela pobreza.

Falo do Padre Henri, a figura franzina que contrasta com o porte bonacheirão do encarnado Pai Natal do consumismo moderno.

Claro que eu ainda vou enviar a mensagem natalícia para todos os AAARianos, mas é importante aparecer por aqui pois este espaço também me pertence, já que espero que outros colegas afujentados por alguma discussão de subconscientes púlpitos talvez apareçam.

2010-12-11

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Quando eu nasci, já não era bem, mas ainda era Natal. Depois, pequerruchinho e de cueiros, seguiram-se os Natais da minha infância. 

Dentro dos muros da Barrosa, que alguns diziam ser altos e que tapavam a vista, feito rapazinho e seminarista ingénuo, passei outros Natais singelos que foram o encanto da minha meninice. Mais tarde, sem ser preciso saltá-los, sai desses muros pela porta da frente, para o campo aberto da vida incerta. 

Espera aí, Tone, e então acabaram os Natais?

Não acabaram nada, os Natais continuaram. 

Havia Natal quando ria e cantava, também acontecia Natal quando chorava. Quando corria atrás da sedução do amor e quando me perdia no fascínio dos seus pecaminosos braços.

E foram ocorrendo sempre: nas areias das praias batidas pelo fragoroso tumulto das ondas do mar, nas musguentas e sinuosas veredas de ermos montados, no conjunto de presépios naturais disseminados pela imensidão dos vales, no luzir das estrelas duma noite de luar, silenciosa e calma, nas lareiras acolhedoras que ardiam na base de chaminés fumegantes de lares quentes e sacrossantos. 

Foi Natal quando nasceram os meus meninos e, mais tarde, os meninos dos meus meninos, houve Natal quando o dia ia morrendo e quando o sol se punha no abraço distante  do céu com a terra.

Diz-se que o Natal é sempre quando a gente quiser. Então, assim sendo, aqui e nesta hora, deu-me para mandar o Natal a todos os meus companheiros e amigos. 

Ora, pegai lá; aí vai Ele, o Natal do meu desejo, cheio da paz dos anjos e de todas as coisas boas, o Natal branco e cor de fogo, de todas as cores, lindo, tão lindo como o brilho dos olhos dum amor sonhado, grande como as galáxias do Firmamento celeste, mais harmonioso que os nove coros dos anjos.

Mas esperai, companheiros! Este Natal que resolvi mandar-vos, por ser o meu, é um Natal que, forçosamente, vai acabar um dia e eu isso não quero. Para não ficardes tristes, tenho aqui outro Natal muito melhor que o meu, outro Natal que não vai acabar nunca, um Natal sem fim: é Ele o Natal de Cristo!

      Feliz Natal, muita paz e muita alegria para todos!

2010-12-11

Arsénio Pires - Porto

Obrigado, amigo Martins Ribeiro, pelas tuas palavras amáveis que tão prontamente proferiste a respeito da nossa jovem (fez 30 "anos") Palmeira.

Engrandeceste a qualidade literária dela. A todos os colaboradores se teve essa qualidade e tu tens, neste particular, uma boa quota de responsabilidade. Contamos sempre contigo.

No teu post falas de "limitações actuais". Espero que não sejam limitações de saúde pois das outras, sendo tu um dos colegas associados mais activo e participativo, não me parece que mereças tal classificação.

Obrigado e um grande abraço cheio de desejos que tenhas um Feliz Natal junto da tua família.

 

2010-12-10

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Estava agora a sair para o meu costumeiro café da manhã quando o carteiro me entregou o sobrescrito com a nossa PALMEIRA. Para não voltar atrás levei-a comigo para a ler com toda a calma e sossego.

Sabeis o que vos digo? Achei-a magnífica e muito bem conseguida. Se, quanto ao aspecto gráfico, a qualidade se vai mantendo, no conteúdo dos textos apresenta uma incontestável categoria literária, no dizer de um dos amigos que comigo se sentava á  mesa de café, uma classe de catedrático universitário. Com o que concordo e mesmo não seria de esperar outra coisa. 

Como sabeis, companheiros,  a PALMEIRA, é um poderoso elo de ligação entre todos os associados e que nos vai mantendo unidos na nossa dispersão. 

Sei que dá muito trabalho realizá-la na sua periodicidade, por isso devemos agradecer aos seus obreiros, com o Arsénio á cabeça. Gostaria de contribuir e ajudar com acções mais interventivas mas, nesta altura, sei que estou sujeito a certas limitações. 

Obrigado a todos.

2010-12-10

Assis - Folgosa - Maia

Meus amigos, desculpai alguns erros, ainda que não graves, que surgiram no meu texto último.

Permiti que corrija ao menos aquele que aparece na 15ª linha, creio.                              

"...seria motivo mais que suficiente para já lhos (os dólares) não dar"

PS - Depois duma segunda leitura do texto do Aventino, limito-me a pedir-lhe que não me leve tão a sério. Procuro apenas estar um pouco atento aos acontecimentos que nos rodeiam nesta pequena aldeia global. Também me distraio, e muito, pois os meus pés são de barro como os de todos, os dos heróis e deuses incluídos. Tenho aprendido que assim é sobretudo nestes últimos anos, talvez dos cinquenta a esta parte. É por isso que cada dia aprecio mais o cheiro da terra; a beleza dum rude pau que a minha enchada plantou e que inesperadamente surge com uma flor em manhã de primavera, ou com uma simples folha verde. Adoro o nascer e o pôr do sol, como adoro a chuva que me rega as couves do caldo verde. E adoro um caldo verde... como eu o adoro... não como se possa adorar qualquer deus, mas adoro-o... e então com um fio de azeite puro das oliveiras que eu ajudei a plantar e um pedaço de pão que se possa chamar de pão, daquele pão capaz de matar até a própria fome... Meus amigos, à vossa!

Gostaria, agora, de trocar convosco um "chim-chim!" mas - como a distância é sempre distância e a deslocação não pode ser mais que mental - tentai conmigo imaginar esse brinde. Vou levar aos meus lábios um doce "Numância" do meu Douro para me curar dum enfadonho pigarro que teima instalar-se em minha garganta. À vossa!...

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