Meus caros companheiros:
Desta vez vou acompanhar o Davide e dizer pouco, ou não dizer o que penso. (" nem sempre o que penso digo mas também nem sempre o que digo penso " Zeca Afonso )
Considero o último escrito do JMARQUES um texto de antologia e concordo integralmente com o que ele diz. Melhor era impossível ! Já li o livro do Zé Saramago há tanto tempo que já nem me lembro de quase nada. Mas do que me lembro, nada me feriu a atenção naquela altura.
De quando em vez surgem, entre nós, estes encapelamentos por causa da religião.Mas eu rio-me bastante quando penso que, neste momento, o Saramago deve estar sentado ( não à direita de Deus padre ) mas um pouco mais ao lado e mais discreto a uma sombra, discutindo com S.Paulo, com o Imperador Constantino e com Santo Agostinho, verberando-os por terem inventado todas as trapalhadas que, só têm atribulado a tribo dos seguem o Cristianismo " cegamente". Deve ser uma cena e tanto......Festejemos o Natal mas não se esqueçam de festejar também o solstício do inverno. E agora batam.....Boas Festas e um bom Ano Novo para todos.Não pretendo alimentar polémicas estéreis e o que eu disse foi o que muitos disseram já e outros pensaram e em nada ofendi quem quer que fosse e não posso ser culpabilizado por aquilo que cada um pensa ou crê. Fátima será um bom exemplo sobre as questões de fé, de interpretação do fenómeno religioso e não religioso por parte de grandes crentes.A própria expressão inseminação espiritual não é da minha autoria e já a vi repetida em várias obras e a primeira vez que a interpretei sorri e não precisei de me ir confessar logo a seguir pois a maldade está muitas vezes em quem a lê e não em quem a escreve.O meu amigo António Ribeiro entendeu explodir e está no seu direito e eu até poderia explodir também pelas suas blasfémias, quando as diz porque também diz, mas não o fiz pois entendo a lupa por onde olha e admirando a forma como combate, entendo ter o direito de não concordar com as causas da sua batalha e uso a minha linguagem que não tem de ser igual à dele por razões diversas, nomeadamente da diversidade e experiência de culturas.Não o incomodo por isso e não pensei que a minha interpretação do texto do ateu Saramago constituisse blasfémia, tanto mais que sou crente, embora em crenças que a sua crença talvez desconheça ou atinja. A profundidade da fé não tem que ver com dogmatismos instituídos pelo homem falível, embora perceba a falibilidade do ser humano como ser pensante e inteligível que descodifica segundo a sua formação e capacidades. Pela forma como reage e interpreta compreendo a sua formatação mas eu também tenho humanamente os meus limites e procuro perceber os outros na esperança que me saibam interpretar e compreender, o que vejo que por vezes é difícil, sobretudo quando o temperamento não ajuda.Mas quero-o bem disposto e menos blafesmo em relação a quem tem ideias diferentes, porque não é batendo no peito que vai garantir um dia o Reino dos Céus e mais lhe garanto que é mais fácil um espírito aberto e de bom coração sentar-se ao lado do Pai do que um conservador nato e de espírito fechado, que só entende como verdade aquilo que lhe rezaram.A seu lado estará Maria que se dará bem pelo nome humilde, pois viveu na humildade e servidão, em vez de Maria Virgem Santíssima, palavras geradas pelo homem ambicioso de títulos.Espero que concorde comigo e se reveja na sua singeleza.
Uma Festas Felizes para todos.
Meu caro Marques,
a tua mensagem sobre o escrito do contestado Saramago pode levar-nos a várias interpretações: o próprio evangelho aceite pela Igreja refere as dúvidas de José, normais perante factos anormais da vida de um casal. É um acontecimento misterioso aceite pela fé, pese o facto de ninguém ser obrigado a tê-la.
Saramago romanceou certamente as dádivas dos pastores e é lógico que a alimentação do Menino fosse a normal dos costumes da comunidade onde vivia e a amamentação seria o processo habitual comum às crianças da época e o mais natural, materializado na imagem da Senhora do Leite.
Ironizar com a crítica à situação que vivemos pode ter algum nexo pois o fenómeno do Natal de hoje é recreação do homem e o seu aproveitamento pela sociedade de consumo pouco já terá a ver com o acontecimento religioso que alguns comemoram e agora até os chineses mais gastadores fizeram disso uma moda.
A tua linguagem já a conhecemos e não estranhamos e provavelmente até serás um crente militante que não agradará certamente a outros que não são militantes mas se sentem crentes.
Entendo a terminologia que usas como lenha para a fogueira mas as dúvidas de José registadas no Novo Testamento e a alimentação do menino são hsitória normal da época.
O Arsénio trouxe um texto interessante que eu já tinha lido e reporta o acontecimento que não é negado, segundo a lupa de um ateu contestado e polémico na sua postura. A tua mensagem pode não agradar, como pode não ser do teu agrado o que interpretas das minhas palavras, mas a diversidade na forma de escrever é tão interessante como a infidelidade de um compromisso e bem espero que alimentes a afronta de ideias. Um bom Natal, com estrelas ou sem estrelas.
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