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2010-12-26

Arsénio Pires - Porto

O nosso J.Marques quer esticar (me) a corda e eu não sou de fugir a nenhuma peleja. No entanto, como genuíno transmontano, prefiro o jogo do malhão: os jogadores estão frente a frente e, quando há dúvida sobre o alcance da pedra, vão a meças.

A ti, caro JM, nem te vejo e, apesar de esticares acorda, não alcanço a ponta por onde puxas!

Mas vamos ao jogo.

Com a tua intervenção, deste-me fogo para produzir um texto, que tenho ainda na cabeça, sobre essa coisa da fé. O que é e para que serve.

Logo que o ponha em letra de forma, enviá-lo-ei para os “Pontos de Vista” e, depois, já veremos quem puxa a corda e para onde.

Aceitas o desafio?

2010-12-26

jmarques - penafiel

O colega Arsénio também quer música e um Natal sem música é como um anjo sem asas, mas vai ter de esticar outro instrumento.Mas vou-lhe dar alguma corda já que tanto se aprimorou nos galanteios.Acaba no desenvolvimento do seu texto por perceber e afirmar até que "a nossa fé só interessa na medida em que fazemos alguma coisa com ela em favor dos outros" e essa conclusão diagnostica a problemática em que assentam os costumes religiosos das nossas gentes, que corporizam a vivência cristã apenas à volta do seu umbigo, dos seus interesses e defendem dogmaticamente o que interiorizaram para assegurar o prémio final no dia do Juízo por mera fidelização, esquecendo que é agindo em favor do próximo desconfortado na vida que o seu espírito será compensado e repousará no ocaso final em paz.O Gaudêncio aborda com singeleza a cegueira religiosa, como poderia ser a cegueira política ou até desportiva e o tema daria pano para mangas. Fala fugindo ao tema, do Solestício de Inverno, cujo desenvolvimento deveria constar no tópico Pontos de Vista, para que houvesse uma percepção mais clara e relacional com a institucionalização do Natal, que é uma quadra que eu até aprecio, por associação à minha meninice, pelo frenesim que empolga as famílias e pela acalmia curiosa que influencia o coração dos homens. Mas é uma quadra que não faz mal, por tão bem que sabe.

2010-12-25

Ismael Vigário - Espinho

Um sinónimo da vida será a controvérsia, talvez mais que a concórdia.Esta é um desejo, uma força. Função da razão, como diria Hegel.Isto porque no inicio era o caos. Hoje, iludimo-nos com o cosmos.As explicações mais ou menos racionalizadas. Os artistas movem-se mais no caos que no cosmos. PREFEREM MAIS O EROS QUE O LOGOS. Saramago é um artista. E é neste âmbito que temos de o situar. Mesmo quando se explica, é no plano estético que ele se move. Saramago encanta-se com o texto bíblico e vê nele uma mina que sabe explorar. Não só explora a temática, mas até é ainda a Bíblia. Usa parábolas, imagens, alegorias e nomes bíblicos.Saramago recria e prolonga os temas num diálogo da cultura bíblica com a cultura actual. Saramago está sempre a fazer paráfrase de qualquer texto. Recorreu à História e aos nomes da nossa cultura."O ano da morte de Ricardo Reis", "Memorial do Convento" espécie de metáfora da luta de classes no tempo do Sr. D. João V. É criativo? É. É católico? Talvez não. Mas era sobretudo heterodoxo, polémico, controverso e inspirava-se e provoca-se com os teólogos (Carreira das Neves) O texto literário não é um texto ensaístico, diz mais do que diz, porque o fazem dizer, porque é aberto. A uns agrada, pela sua imaginativa metáfora, a outros pelas possíveis verdades que talvez nele se plasmem. Pessoalmente, prefiro os artistas e dar-lhes a liberdade de criação e sem peias e quaisquer cerceamentos. A controvérsia que se instala é com as várias leituras que fazem os vários leitores. Nada de criticável. Situamo-nos no plano do livre exame e da tolerância. Mas esta intenção de polémica conhecia Saramago e alimentava-a, pelo desejo de fama de todo o artista que faz jus ao seu público. A arte está além do artista. E não tem, necessariamente que ser dialectica. Platão no Ion distinguia muito bem esses planos. Mas nós somos amigos e podemos filosofar sem nos hostilizarmos, porque gostamos de partilhar diferentes pontos de vista. Continuação de Boas Festas para todos.
2010-12-25

Arsénio Pires - Porto

Meu caro Martins Ribeiro:

Só agora venho a terreno pois fugi da cidade para a aldeia e regressei agora mesmo.

Compreendo a tua indignação perante o desbragado texto do J. Marques. Estou contigo.

Mas eu não me sentirei assim tão ofendido pois "vozes de burro não chegam ao céu", não é? Conhecemos bem o seu estilo! E também o nosso sentido de sã tolerância e até de Amor (somos nós os crentes n'Ele...) leva-nos a reagir, sim, mas a "deixar correr"... Uma coisa é a forma e outra bem diferente é o conteúdo.

Assim daremos mais vida ao site. Como se vê.

Lamento ter sido o texto do Saramago, que eu coloquei no "Pontos de Vista", o iniciador desta pequena polémica. A minha intenção ao colocá-lo foi partilhar com todos nós este texto, muito humano e muito aproximativo do que poderia ter acontecido no nascimento d'Aquele que, sendo Filho de Deus, "em tudo foi igual a nós excepto no pecado" como nos diz S. Paulo.

O que mais me maravilha neste texto é a solidariedade e amor daqueles pobres pastores perante a pobreza e desamparo de Jesus, Maria e José. Saramago dá-nos esse maravilhoso retrato da solidariedade humana que, como sempre, é mais própria dos pobres do que dos ricos.

Os pobres sabem bem dividir o pedaço de pão que os ricos, quando e como querem, lhe concedem. Então, como agora.

Apesar de tudo, o J.Marques parece-me um homem profundamente inquieto e preocupado com o essencial da nossa fé (e dele, pois confessa-se crente).

E isso é bom.
A nossa fé só interessa na medida em que fazemos alguma coisa com ela em favor dos outros. Disse o pastor:

“Com estas minhas mãos amassei este pão que te trago”!

2010-12-24

manuel vieira - esposende

Meus amigos,

andei todo o dia a compôr o texto para "atirar" ao Marques nas minhas calmas e depois de o colocar é que me deparei já com outras mensagens.

O nosso amigo Davide, o tal dos sabores requintados, omitiu-se do discurso aberto. Mas pelo menos apareceu, o que é muito bom, para a mensagem natalícia, embora este espaço esteja destinado à conversa, e por vezes esta não é consensual nem tem de agradar sempre a gregos e troianos.

Um dos últimos livros que li e que tem por título "Deus existe"? é um confronto sobre verdade, fé e ateísmo e coloca frente a frente o Cardeal Joseph Ratzinger e Paolo Flores d'Arcais, este último director da revista Micromega, filósofo ateu , em que o actual papa diz que "é importante que não vivamos apenas no recinto das nossas aquisições e das nossas identidades e estejamos realmente expostos às perguntas dos outros."Também debatem o "absurdo da fé" ou a expressão de S.Paulo de que "a fé é escândalo para a razão" e os temas desenvolvem-se com tolerância perante mais de 2 mil pessoas. Já falei sobre esta obra aqui.

Não tenho pedal para estes temas e sou mais afoito a falar sobre as preciosidades à mesa em noite de ceia natalícia e tenho a certeza que o Davide daria umas dicas interessantes para "embelezar" o bacalhau à portuguesa.

 

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