2011-01-07
A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez
Caros companheiros e amigos, ante a insistência dos ataques á Santa Madre Igreja de que me prezo ser membro, embora insignificante, não posso ficar calado nem concordar com aqueles que a pretendem e querem atacar. Não quero melindrar ninguém, cada um é como é ou como quer ser e eu não tenho nada com isso. Agora vos digo: o que tem sido dito aqui no nosso espaço por dois ou três companheiros enferma, logo á primeira vista, duma atroz parcialidade e incoerência, da má fé de mentalidades perversas. Porque a Igreja de Cristo não tem nada a ver com bancos, nem com dinheiro, nem com papas, nem com cardeais. Tudo isso podeis atacar e verberar á vontade. Se é como dizeis, tendes razão. Já houve Papas, os Borgia, que levaram vidas criminosas, tendo praticado actos dissolutos e censuráveis. E sei eu, e quem os faz também sabe, que os ataques atinentes a essa gente - ataques inúteis e sem interesse, desde já se diga - têm por fim, apenas e só, atingir a essência da Igreja. Daí não terem qualquer intenção construtiva e estarem eivados de má fé. E onde é que alguém com uso de razão pode postergar a Fé, baseado só em tais desmandos?
Deixai que vos conte uma história que reputo verdadeira e que corria na Empresa onde trabalhei durante quase quarenta anos, a Caixa Geral de Depósitos. Antes de eu entrar ao seu serviço tinha havido um Administrador-Geral que fugira para o Brasil com a mulher dum colega e levando consigo o chorudo produto dum desfalque por ele praticado. E daí? Alguém, legitimamente, teria o direito de denegrir a Instituição de grande relevo que era (e é) a Caixa Geral de Depósitos, só porque um dos seus representantes praticara um acto criminoso? O que tinha a ver uma coisa com outra?
A Igreja de Cristo pode ter muitos ou vários dos seus membros que se comportem mal, mas não será por aí que poderá ser atingida porque, como afirmei, a Igreja é muito mais que isso e a sua grandeza e santidade não cabem em meia dúzia nem mesmo em biliões de palavras.
As caravanas que passam dignamente, podem conter no seu grupo alguns facínoras que, mesmo assim, os cães rafeiros que vão ladrando á sombra do seu passo, não ladram só a esses criminosos, ladram a todos, sem distinção.