Foi muito boa a intervenção do amigo Manuel Vieira no sentido apaziguador que todos lhe reconhecemos, porque ele é por natureza um moderador.
Apercebeu-se certamente do tom um tanto agressivo que alguém terá tentado imprimir à sua intervenção qual dono da verdade de uma verdade que ele assume como totalmente sua. Os outros gravitam à sua volta e não passam de meros espantalhos que servem para animar a festa. Não é assim meus amigos. Reafirmo aqui aquilo que disse na minha perfeita intervenção : respeitamos mas exigimos respeito.
A detorpação intencional ou não de toda, repito TODA, uma intervenção é sintoma de total falta de respeito por todo aquele que não quiz deixar de dar o seu contributo. Já uma vez me resolvi afastar intencionalmente de todo e qualquer debate porque a intervenção desses deuses da verdade foi por demais acintosa.
Tenho por princípio não referir nunca o nome das pessoas embora a nossa intervenção acabe sempre por afirmar implicitamente o sentido das mesmas
Quem esteve na origem desta minha intervenção foram até afirmações de um amigo que eu muito prezo pela sua referência a Maria que muito me feriu. Sou um mariano convicto e pertenço a um movimento dos mais conservadores da Igreja razão pela qual me senti muito atingido. Nem por isso referi o nome dessa pessoa que considero dos bons amigos até porque ...
Porque não quero entrar em diálogo, aconselho o senhor J. Marques a reler com calma a minha !ª intervenção e verá que em 3 pontos nós comungamos da mesmas ideias.
Não me arvoro em construtor de altares para endeusar o que quer que seja. Sempre fui e quero continuar a ser uma pessoa simples e humilde, que escreve porque gosta de escrever com uma linguagem do povo para que todos percebam.
Contruamos os nossos castelos com simplicidade e amor.
Com amizade
Duarte Almeida
É bom “ver” o Duarte de Almeida por aqui e com agrado registo os “diálogos” que vão surgindo com entusiasmo , alguma diversidade e encantamento pelos argumentos alheios.
Eu não sou dos que acho que tenho sempre razão pois também escuto a opinião dos outros. É sempre bom ouvir o lado errado das coisas.
Podia sintetizar-se assim o que se vai dizendo por cá…
Mas será importante também que se dê muita atenção, mesmo muita, à mensagem do Peinado e à sua preocupação com os debates à mesa, comprida e bem composta com os sabores que o Minho tem, ali para os lados de Ponte de Lima. São as tais oportunidades, que provadas, nunca mais se esquecem.
Fiz algum esforço para saber quem era o colega Duarte Almeida e corri as mensagens do Fale Connosco mas acabei depois por perceber que afinal já discutimos com alguma acutilância num Fórum desta Associação há vários anos, sendo o tema o aborto e não havia concordância na abordagem e curiosamente a argumentação acabava sempre nesta acusação agora verberada:” se calhar não andamos na mesma escola”. Mas andamos e interiorizamos valores idênticos. Mas depois crescemos…
Mas os grandes temas têm também várias escolas, que ora se aproximam ora se afastam de uma matriz de discussão e a importância da subjectividade na argumentação tem a ver com a forma como evoluímos nas aprendizagens ao longo da vida, com a abertura de espírito a ideias não coincidentes com verdades registadas como insofismáveis e ao seu aprofundamento em liberdade .
Falar na Igreja como Instituição criada por Deus menospreza a omnisciência divina e mostra a ambição humana pelo poder temporal ao construir um trono em nome do céu.
A fé não é um direito dos fracos mas apenas um direito do ser enquanto humano e também Cristo soube afrontar todos aqueles que concebiam o reino dos céus como espaços para onde se transpunham as benesses terrenas.
O homem desorientou-se na sua fé e confundiu Deus e quis usá-lo construindo em seu nome um império terreno, usando a força terrena em nome da expansão divina e viveu em castelos e mansões no meio da luxúria em seu nome.
Hoje a Instituição Igreja debate-se com problemas fortes de credibilidade, embora algumas das suas franjas vivam orientadas para os mais humildes, muitas vezes com o espírito crítico semelhante ao que aqui se pode ler.
A hermenêutica pode favorecer a interpretação do percurso cristão e chegar à forma visionária com pretendemos sonhar o cristianismo e o colega Duarte Almeida entenderá então que as suas verdades têm várias mentiras.
A Igreja de Cristo penso que foi bem percebida pelo colega Martins Ribeiro e eu comungo dela.
Entender a Virgem como a mulher do povo não menospreza a mãe escolhida e a sua humanidade contraria a imagem endeusada que o próprio Cristo rejeitou no momento da sua morte.
Curiosamente são aqueles que mais beberam os conceitos da fé por tanto tempo na Barrosa, os que mais se questionam e também os que mais aprofundam hoje essa fé e a encaram como um dom que evolui em cada pensamento, em cada texto, em cada gesto, em cada olhar, em cada acto, em cada cenário deste mundo. São esses os que mais tempo estiveram sentados nas carteiras de Cristo Rei, alguns ao lado do colega Duarte Almeida, os que mais abrem o espírito à renovação da fé num mundo que tem de mudar. Sentei-me poucos anos nelas mas ainda pressinto a dureza das suas madeiras.
Dir-me-ão assim: que chatice o Vieira e o Arsénio terem tido a “triste” ideia de pôr á nossa disposição este instrumento de diálogo que é o nosso site. Mas bendito ele seja porque, através dele e com o decorrer do tempo, nos vamos conhecendo melhor uns aos outros. Na verdade, estas técnicas modernas de informação são armas de um poder insofismável e “terrível”.
Adoro a amizade e quando entrei para a nossa Associação fi-lo de coração aberto e cheio de alegria por me ser apresentada a oportunidade de conhecer amigos que tinham bebido os mesmos valores que eu bebera antes, numa fonte de que já quase me fugia a memória. E, ao princípio, vinha imbuído de um espírito despreocupado de que estava entre gente da mesma fé. E o meu respeito por todos era absolutamente intocável. Porém, á medida que ia convivendo, esse experimentado sentimento foi dando lugar á dúvida e á retranca. Verifiquei que muitos dos males e da incerteza experimentada ao longo duma vida passada no meio de um mundo cada vez mais cão, afinal também existiam na AAAR. E caí da minha ingenuidade. Felizmente que o meu juízo inicial na esmagadora maioria (como se diz agora) dos meus caros companheiros e amigos, continua bem firme, intangível, incondicional e com o mesmo entusiasmo de sempre, bem arreigada no meu coração. Não quero dizer com isto que devamos ter opiniões unânimes e que não haja confronto entre nós todos. Entendo mesmo isso como fundamental para um forte relacionamento. Mas terá de haver seriedade e honestidade mental.
O caro Duarte Almeida, a quem muito respeito, com muita mais autoridade que eu, sintetizou no seu post, a essência (palavra minha e não ouvida noutro qualquer lado) da discórdia e do azedume: “…Temos os valores que nos foram legados e defendêmo-los com unhas e dentes, porque acreditamos neles. Respeitamos, mas exigimos respeito. Não ofendam mais a nossa inteligência por favor.”
Alguém aqui pretendeu endossar-me a um tal Pe. Mário para me tentar explicar não sei o quê, e essa intenção foi por demais forte para a minha sensibilidade. Mas quem é esse tal padre Mário? Será, quiçá, um certo indivíduo que, como falso profeta, eu vi um dia arengar na televisão disparates em catadupa, numa desconexa verborreia, impregnada dum amargo ódio que ia destilando da sua destrambelhada mente? Que me poderia ensinar então essa criatura? Se as minhas orações não fossem tão insignificantes como são, rezaria a Deus para que lhe desse a sua paz. Por isso, encaminharem-me para o dito padre Mário? Bué! Tenham pena; mais valia dizer que não me gramam.
Isto não é uma jactância e devo dizer que fui sempre um homem livre, sempre. Só aceito aquilo que quero e me convém. A Fé que tenho é minha, os conceitos que tenho das coisas e da vida são meus, tomados e assumidos por mim com lucidez e de livre vontade, ninguém mos impôs. Se respeito os dos outros? Mas sem dúvida que sim e se não puserem os meus em causa, nada tenho com isso!
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