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2011-02-03

Assis - Folgosa - Maia

Não venho comentar nada, nem louvar ninguém. Apenas dizer-vos que tenho apreciado, no intervalo dos meus serviços agrícolas, os belos trabalhos que têm surgido no nosso site. Alguns deles poderiam ter brotado da pena de Pessoa, de Camilo, ou de Queirós...não os diminuiriam em nada. O meu obrigado aos seus autores

Hoje, quero aqui deixar, para os interessados apenas, o caminho que os poderá levar até aos escritos que diariamente vão surgindo no jornal FRATERNIZAR. São escritos com muito sumo - polémicos talvez (polémico é o Evangelho de Jesus) - mas que nos conseguem dar uma nova visão da realidade actual, e não apenas. Poderão consultar, por exemplo, artigos de Boff, Frei Betto, Gaillot e até algo sobre o Doutor João César das Neves...

Um abraço fraterno

 

2011-02-01

Arsénio Pires - Porto

Ando com o poema do Aventino

no bolso

e aperto-o sempre que as lágrimas me turvam

porque o poeta é um fingidor

mas não todos dias.

 

Também eu tive mãe

e certezas que esqueci

e cabritadas que comi

e disse amo-te sem saber que o amor

nunca se diz

inefável que é como as flores que crescem

e morrem

sem nunca terem nome.

 

Ando com o poema do Aventino

no bolso

junto bem junto ao coração.

 

Matar-me? Para quê?

Ainda se ao menos acabasse de vez…

Mas morrer é apenas deixar de ser visto

como Pessoa

depois da curva do caminho

e então lamentaria eternamente

não ter abraçado os meus amigos

naquela cabritada bem regada

lá para os lados dos Arcos

onde o Vez

corre sempre novo debaixo dos salgueiros

e das sombras dos salgueiros

e das folhas dos salgueiros

e das flores dos salgueiros

em cada primavera que me acorda.

 

Ando com o poema do Aventino

no bolso

junto bem junto ao coração.

2011-02-01

A. Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Após ter acabado de ler o magnífico poema do Aventino verifico, encantado,  que o tema do amor voltou ao nosso site. É um assunto que eu aprecio deveras e com o qual me sinto nas minhas sete quintas. É um motivo que fica lindamente neste nosso espaço, apesar de ele pertencer a seminaristas e, ainda por cima, seminaristas redentoristas da Barrosa que, pelo que ouço e concluo de certas e ressabiadas reacções, tão aperreados e mortificados foram noutros tempos. Porque o amor é belo, é reconfortante, é um poderoso catalisador da felicidade. Seja ele um amor que inspira poemas lamechas á nossa santa mãezinha que Deus já lá tem, quer rebente em torrentes de fogo e arrebatamento, quer arda em labaredas alterosas na paixão fremente por uma mulher adorada. E esta segunda faceta do amor é a que mais me arrebata e transtorna!

Não pretendo com este meu arrazoado tecer qualquer comentário sobre o poema do Aventino, quem sou eu para o fazer; apenas confesso a minha satisfação por sentir o aroma do seu eflúvio. Para isso está o nosso Vieira que, quando puxa dos galões, também é capaz de produzir textos tão burilados como o exarado neste lugar, ele próprio um deleitoso poema.

Poemas, em prosa e verso, tenho bastantes, porém, lá virá um dia em que os colarei para vós. Por ora, não. 

O amor, apesar do seminário, é um sentimento que perdura sempre, mesmo para além da morte.

2011-02-01

manuel vieira - esposende

Também já declamei para mim de forma repetida este poema perfurante do Aventino, dei-lhe velocidades e jeitos diferentes e expressões faciais que percebiam alguma loucura de improviso.

Claro que depois sorri em sorriso introspectivo e voltei a repetir sem voltar a sorrir.A coisa é tremenda, mas decerto bate certo.

A anomalia emocional do Ismael sobre a récita não teve a ver com o poema mas porventura com o tom sensitivo do  declamador e brotou. Claro! Aquele rebento tocou-lhe a alma safada de uma penúria de jeitos de sentir diferente e calou-lhe os gotejos que tombavam e que imaginava secos.

Vá lá! Diz ao Aventino que as mães sussuraram lágrimas de amor nas batidas da despedida e o folhelho das almofadas absorveu os gestos das emoções saudosas do filho seminarista em noites mal dormidas de incertezas.

Foi essa força matriarca que nos deu homens, foi esse desfraldar de emoções que nos esculpiu emotivos e nos fez poetas... como seríamos sem a força erosiva desses ventos!

2011-01-31

Ismael Malhadas Vigário - Braga

Caros amigos,

Primeiro de tudo, um pedido de desculpas pelos meus erros ortográficos. Um e-mail não é como as cartas que antigamente escrevia. Antes grafava com a mão e a mão seguia o pensamento e a mão só escrevia depois de autorizada, agora é uma revisão rápida e é logo um clic. O Arsénio desculpou-se em tempos que não tinha algumas teclas. Penso que tenho tudo, mas depois de ler outras vezes, reparo que não posso emendar Lefèbvre, Fóios e tantas outas palavras mal escritas, mas sei que as pronunciei bem para mim mesmo. Temos os destinatários e eles são superiores aos emissores no acto da escrita.

O poema do Aventino comoveu-me. Senti-me arrepiado com as palavras e os sentidos tão diversos que o poeta polixamente estampou na página expendida de estrofes.

Aqui na minha escola costumamos fazer um festival de poesia. E um dia um filho meu que agora já tem quinze anos declamou um poema em público e fez-me descompor em choro e, ainda agora me comove , quando me remonto a um ponto daquela memória que selou em mim algo de alegre e triste que as palavras nos desconjuntam e locomovem da realidade.

Portanto, Aventino, já sabes que tens um enorme efeito em mim. Não vou comentar o teu poema, pois vou obedecer ao mestre Arsénio: os poemas não se comentam. Talvez, vivem-se. Senão fico como referi, atrás, com o poema do meu filho - perdemos a postura e os outros acham que não podemos extravasar a emoção, sermos sujeitos do poema que alguém escreve e que, sem sabermos, também nos é endereçado.

Não será isto também a relidade? Ou é só falarmos de economia, economia... finanças, dívida... crise , diis te perdent - como diziam os latinos.

Façamos poesia, se for esse o nosso modo de sermos nós próprios, bebamos o vinho em companhia, pois pode ser o acto poético por excelência, quando nos apraz a companhia e o nosso ego se reforça e a espenrança é um rio para lá das nuvens, de outros universos e mundos, os da imaginação e que fazem parte de nós, como o frio que bate na pele ou o olhar do outro que me acarinha ou me fustiga.

 

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