2011-03-28
manuel vieira - esposende
Há gente que vai a Fão para apreciar a boa lampreia, há gente que vai a Fão de propósito para se lambusar com as Clarinhas e os Folhadinhos. Isto quase que é indesmentível e quem o faz sabe porque o faz e alguns confessam-no. Outros juntam o útil ao agradável e o útil pode também interpretar-se pela sã e animada convivência, como podem confessar os nossos estimados colegas que passearam pelas ruas de Fão e depois se sentaram à mesa.
Este meu intróito pretende apenas confrontar o meu amigo Ismael de Vale de Espinho com os estímulos gerados para atrair os nossos colegas, que calcorrearam muitos quilómetros de linhas férreas para assentar prazeres pertinho dos corcéis de Ofir, que a lenda atribui a Salomão e às suas riquezas.
É que Fão até para comer é bão. E para conviver,claro...
Vergílio Ferreira atiçou o Aventino, às vezes de tantas parecenças que têm.
Ainda não li as Manhãs Submersas mas as palavras do Aventino forçam ao desejo de ler essa obra que retrata as marcas comuns de um paradigma dominante na educação fradesca.
Dizia há dias o Professor Pinto da Costa que o ser humano transporta cerca de 30% de herança genética, sendo o restante resultado de uma formação composta do meio, da educação e outros factores.
A interacção dos factores exógenos com o ADN irá resultar certamente, deduzo, nas formas diferentes de ler e de reagir, embora eu ouça sempre dizer dos ex-seminaristas que "têm cara de padre", o que me leva a supor que determinadas marcas em idades de crescimento deixaram o desenho do ferro.
Provavelmente também a psicofisiologia tenha dado algum contributo na caracterização psicomorfológia de um-seminarista e aí começo a compreender melhor o nosso colega Aventino, que lê em cada um a irreversibilidade desse marcante destino.