Insisto!
Vinde TODOS ao próximo Encontro Nacional!
A Palmeira está quase a chegar às vossas mãos.
Lá encontrareis informações detalhadas sobre o Encontro Nacional.
Reparai só:
“Às duas por três nascemos
às duas por três morremos
e a vida?
não a vivemos”.
(Alexandre O’Neill)
Vão à Beira e alimentem-na, não a deixem desertificar", diz o nosso amigo Ismael Vigário.
Se me permites, Ismael, eu rectificaria este teu conselho, dizendo:
-Vamos TODOS à Beira e alimentemo-la!
Não a deixemos desertificar!
Que ninguém se sente no sofá durante os próximos dias 10 e 11 de Junho.
Vamos TODOS ao Encontro Nacional!
Claro que me regozijo com a opção do percurso Beirão. E, ainda mais, tendo encimado o escritor Vergílio Ferreira. Não por ser uma visitação aos recônditos fantasmas do Seminário, mas por Vergílio Ferreira ser um represente de uma certa maneira de intepretar o trágico da alma portuguesa. E todo o beirão tem um pouco desta índole que, junto da serra ora cálida ora nevada, com ela a esculpiu. Falando de "A manhã Submersa" e, emitindo um ponto de vista sumário, relata uma vivência seminarística dos nossos avós. Rimo-nos um pouco daquilo. Uma tia beata que pedia um corpo sacrificial a um jovem seminarista, para honrar o Senhor. Vergílo viveu pelo Alentejo, fez da dor e aridez da planície um mote de inspiração. Porque a Beira tem montanhas, tem vales e rios e amores escondidos e é diferente da grande planície a esmagar-se contra o eu. Vergílio Ferreira é um escritor existencilista e apreciador dos poetas e filósofos franceses: "Existencialismo é um Humanismo" da Editorial Presença, é um certo ideário básico do sartriano português. Mas depois vieram os volumes de Contracorrente, onde o escritor interfere criativamente com os temas da actualidade portuguesa e expõe, de forma criativa, os seus pontos de vista.Mas, como Beirão, agrada-me esta escolha. Não que precise de calcorrear, pois tenho lá a "alma"e ela não se confunde com os percursos geográficos, mas com as marcas das pessoas e dos tempos lá vividos. Ir à Beira, para mim, é entrar dentro de mim e estar em casa. É passar numa rua de um qualquer lugar e poder dizer bom dia e boa tarde e ser logo retribuído na saudação. É ouvir o bem haja e um sorriso de um velho que nunca deixei de conhecer.Na Beira há mulheres louçanas e que fazem um homem ser poeta. Na Beira há bom cabrito e bom queijo de saborear. Vão à Beira e alimentem-na, não a deixem desertificar.
Está bom de ver que a ida a Fão não teve, de forma alguma, a única finalidade de saborear a esquisita lampreia e sim a de conviver com antigos companheiros para revivalismo de tempos que, sabemos, não hão-de voltar nunca mais, para acalmar as inúmeras tensões do presente e, acima de tudo, para cultivar a amizade. Falo por mim!
Aqui chegado e ressaltando esta última característica, não posso deixar passar em claro a generosa pena do grande amigo Peinado que me brindou de forma manifestamente exagerada com frases elogiosas que, a meu ver, não mereço. O companheiro Peinado é um magnífico amigo que muito prezo, pois lê pela minha cartilha da amizade.
Mas, por outro lado, toca num ponto acertado quando vai abrindo a antevisão duma ideia que já em devido tempo me acorreu e que vagamente manifestei no sentido da sua concretização. Na altura certa será anunciada, com todos os pormenores, a realização dessa ocorrência.
Quero dizer-vos que não vos escandalizeis com a bizarria de tal nome porque a dita “Foda” é uma expressão cultural da minha terra, Monção, e que a respectiva Autarquia registou para evitar que haja adulteração ou delapidação desse património gastronómico. Para ir fazendo crescer água na boca, esclareço que se trata de um prato típico que consiste em anho assado em forno de lenha por cima de arroz de açafrão. Queríeis saber o resto, não? Tende calma! Só vos digo que, bem feita, é um inimaginável manjar, digno dos Imortais da Agápia.
Falo agora nisto para que vades pensando no assunto com o devido tempo e possais decidir como convém. Vou adiantando, contudo, que o acontecimento ocorrerá tendo como pano de fundo - background, como se diz em termos gráficos - o cenário grandioso da esmagadora beleza da montanha e da natureza.
O meu prazer será que compareçam muitos. Até lá, se Deus assim o permitir!
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