2011-04-03
aventino aventino - Porto
Meus queridos AAR´S:
Na tarde breve do nosso entardecer, há um canto triste de uma ave indefinida.
Eu e tu, tu e eu somos Freud e Freud, o mesmo divã e a mesma voz: eu (Freud) lanço uma palavra e tu(Freud) ficas...ficas...e desenvolves.
Exercício UM:
Palavra: "SEMINÁRIO:
Silêncio; meia hora, trinta e cinco minutos, quarenta minutos.
FREUD diz: quarenta minutos!
Tu falas: ...seminário..., padres..., a minha mãe..., o meu pai..., os meus irmãos...
FREUD: Acabou o tempo!
Afinal, sou eu, Aventino, quem:
1. Largo ao vento e às vozes o sentir, perdido, que sinto do beijo doce dos meus pais.
2. Ainda ouço, a todas as horas destas manhãs que ouço, os olhos verdes dos meus irmãos, tristes e pedintes: vem-te embora, vem!
E, afinal, sois vós, meus queridos AAR´S, quem, a horas proibidas para o tempo da nossa idade, sois vós, pois, quem determina o encontro em Coimbra, à hora certa de um dia certo, num sentimento certo, de um destino certo, em busca de terras de Vergilio Ferreira.
Um encontro?!
Já não encontraremos nada. Estamos todos feitos, perfeitos, à espera, apenas, que a nossa maternidade se cumpra.
Tu e eu. Já não somos tu e eu, mas apenas dois putos com a má sorte de um dia alguém ter julgado que éramos inteligentes.
Deixo-vos, pois, estes versos chunga, para que possais "desancar" em quem vos tira do leito sereno e quente de uma felicidade merecida:
De que somos feitos
se não de dúvidas e de defeitos?
Do verso fácil, de lágrimas e de sonhos?!
De cristos-rei, seminário e padres?!,
Ou, porventura, de outros genes, ainda, mais medonhos?!