2011-06-04
aventino pereira - Porto
Num tempo longínquo, aqui escrevi sobre a hipótese, interesse ou oprtunidade de um DECÁLOGO DO AAAR.
Depois fiz-me em silêncio sobre isso, porque talvez fosse ousadia, aventura ou incapacidade de resumir a identidade de um AAAR. Ou talvez, ainda, porque criou-se-me a dúvida se um AAAR tem uma identidade própria, singela, que lhe advém desse facto de o ser ou desse facto, porventura melhor, de não o querer ser.
Mais tarde ou mais cedo os silêncios serão interrompidos por um outro silêncio mais silencioso e profundo, ou, por uma voz que, querida ou renegada, irrompe pelo pensamento adentro e nos faz ver e caminhar para além do nosso recolhimento. Foi assim, o Arsénio, o nosso querido Arsénio provocou-me, desafiou-me à tarefa, amainando-me o medo, a culpa, a timidez e o desencanto que herdei, jovem, de uma herança que nunca pude repudiar.
Agora, essa hipótese de DECÁLOGO DO AAAR aqui vai para que vós possais desancar-me, discutir, rejeitar e atirar-me as pedras que não queirais no vosso trilho. O meu pensamento é pôr à discussão este conjunto de "logos" na esperança que outros "logos" venham, e outros também e muitos outros e ao fim do fim que quiserdes, possamos ao menos dizer que "houve um tempo em que se falou nisso".
Como todos os decálogos, também este que, envergonhadamente, aqui vos trago, encerra apenas sínteses, discutíveis, claro, mas que, por isso, cada um dos "logo" tem um suporte, longo e explicativo, que redigi, acerca do seu sentido e da sua profundidade. Se acaso isto for por diante, oportunamente, trarei essa "explicação" acerca de cada um dos "logo"que aqui deixo: (para já revelo apenas quatro, para não vos empanturrar, porque vem aí o Albertino de Folgozinho com que vos vindes "folgando"-pelo nome da terra, aquilo deve ter sido sempre uma grande rambóia, não?)
1. Antes dele está sempre o seu próximo.
2. Onde houver paz, ele está lá.
3. Vive de pé diante dos homens; de joelhos perante Deus.
4. Todos os dias tem um encontro: consigo próprio. E conversam.