Experimentei a receita do nosso Grande Chefe Vieira:
Açorda de Bacalhau.
Uma delícia!
Um espanto!
Todo o clã comeu e chorou por mais pois rapámos o fundo ao tacho!
Alguém tem uma receita "original" que aconselhe?
Estamos na idade dos sabores requintados!
Vamos a eles antes da dita de Monção... que, pelos vistos, "tarda como o amigo da Guarda"!
Bem participado este Fale Connosco.
Também por isso soubemos que o Manuel Dias é mais um dos nossos colegas com obra publicada.
O bom humor do Davide e dos figos lambidos a mostrar que os pequenos episódios nos cenários da Quinta são bons temas para recordar os dias de ontem com agradáveis descritivos.
A Foda de Monção, que o nosso colega Martins Ribeiro tanto publicita, é uma receita de cabrito assado calmamente nos fornos de lenha, típica daquela Vila minhota onde também anualmente se celebra a Festa da Coca. O cabrito tem de ser das terras altas do Minho e com o peso aconselhado.
Zona do vinho Alvarinho, reune assim todos os dotes culinários para um precioso repasto digno dos deuses.
Não se canddatou às 7 maravilhas da gastronomia portuguesa, ou pelo menos não me consta, mas mete num bolso alguns dos pratos que por lá vagueiam,
Com o rio Minho a separar da Galiza, atravessando a ponte encontramos logo Salvaterra, com um parque espectacular que junta ao fim de semana muitos portugueses e galegos.
Uma zona magnífica de paisagens e sabores.
Ó Davide! Que bom ouvir o teu bom humor!
Há dias, naquela tarde na Duque de Loulé, em Lisboa, enquanto cervejávamos arrancando da toca uns mirrados caracóis, fizeste-me soltar ruidosa gargalhada com esta estória da nossa "vida real" na Barrosa.
Pedi-te então que ma mandasses para eu a esparramar na Palmeira. Fizeste-o agora e ainda bem. Mesmo assim, ela irá para lá pois nem todos os nossos antigos colegas espreitam por esta janela.
Tens que contar as outras que me relataste nesse dia.
Tens que vir à dita de Monção!
A dita ficaria incompeta se tu não viesses!
15-07-2007
MEUS CAROS AMIGOSE COMPANHEIROS:
Por razões várias tenho andado arredado destas conversas, mas
já é tempo de eu também dizer alguma coisa.
É que as conversas havidas entre o nosso decano Martins
Ribeiro e o nosso presidente Manuel Vieira sobre as ditas cujas Fodas de Monção
e não sei que mais, despertaram-me o apetite, coisa que, aliás, nunca me tem
faltado.
Já reparei que as tais fodas são um rato à base de bacalhau.
E sobre bacalhau, dizia o nosso Rei D. Carlos, que era um bom gourmet, que só
havia três maneiras de cozinhar o dito cujo: cozido, assado ou estragado.
Fiquei contente com o regresso do nosso Peinado às lides. Sê bem-vindo,
e espero que tenhas gozado umas merecidas e repousantes férias.
Sobre o nosso passeio e assembleia não me pronunciarei pois
não diria melhor que outros que já falaram de ambos e mostraram belas imagens.
Mas, mudando de tema, hoje apetece-me contar-vos aqui, a
pedido de alguns dos nossos companheiros a quem já a contei, uma cena passada
na Barrosa, em 1953, quando ali dei entrada pela 1ª. vez.
A história poderá chamar-se OS FIGOS SECOS LAMBIDOS
Aí vai.
Estávamos a almoçar no
refeitório que existia na casa velha.
Como devem recordar-se
os do meu tempo, ao fundo do refeitório existia um estrado e, sobre ele, uma
secretária e uma cadeira onde o prefeito se sentava e lia, ou fingia ler, o
breviário enquanto nos vigiava.
Como vos lembrais,
durante o repasto, havia um aluno que lia um livro em voz alta, que podia ser
um romance do JÚLIO VERNE, ou outro escritor, ou um livro de devoção ou
piedade, normalmente as habituais GLÓRIAS DE MARIA, e nós alunos, ouvíamos em
silêncio e sem falar.
Eu, com mais cinco ou
seis, estava numa mesa próxima do dito estrado do prefeito.
Se a memória não me
trai, entre os colegas que estavam comigo à mesa havia um tal SILVA, natural de
Aldeia Velha, que já andava no segundo ano.
A imagem que guardo
desse tal colega é a de que ele era muito alegre e sempre bem disposto.
Se bem se lembram. à data,
a sobremesa que nos davam, resumia-se a meia dúzia de figos secos ou de
amendoins.
Naquele dia a sobremesa
era os figos secos.
O nosso amigo Silva,
brincalhão como era, lá terá dito algo em voz mais alta ou feito qualquer
ratice enquanto o leitor debitava o texto, de que o prefeito se apercebeu.
E perante isso,
sentenciou logo ali, e de imediato, o ccorrectivo a aplicar ao nosso bom amigo:
- DE CASTIGO O SENHOR SILVA NÃO COME SOBREMESA
Após termos comido as
sopas, lá vieram meia dúzia de figos secos, servidos, salvo erro num pratinho
de alumínio.
Todos os que estavam próximos ficámos
estremunhados e com medo de que o mesmo castigo se estendesse a mais alguém da
mesma mesa.
O certo é que lá fomos
comendo os figuitos, olhando com pena para o Silva e ele olhando para nós com
alguma inveja.
A determinada altura o
Silva teve uma ideia luminosa e diz para nós: - O PREFEITO PROIBIU-ME APENAS DE
COMER OS FIGOS.
E vai daí, foi pegando
em cada figo seco lambendo-o cuidadosamente com sofreguidão, figo esse que,
após ter sido bem lambido e relambido, colocava de novo no pratinho.
E, depois do
trabalhinho feito, virou-se para nós com ar satisfeito e disse: - CUMPRI O
CASTIGO IMPOSTO, POIS O PREFEITO APENAS ME PROIBIU DE COMERF OS FIGOS, E EU NÃO
OS COMI..
SÓ OS LAMBI!
Por hoje fico por aqui
e um dia, se tiver disposição para isso, poderão vir mais histórias.
Um abração para todos.
Com a liberdade que amizade concede, os reencontros no encontro, são sempre mais um registo, na memória desta feliz convivência.
“Não Morras até ao Verão” é o primeiro livro , romance, de mais um companheiro nosso dos Fóios, reencontrado nesta visita ao Sabugal.Terminei de o reler. Numa análise imparcial, afirmo ser uma excelente proposta de leitura. Recorrerei a outras opiniões ,pois, o autor foi meu colega de curso.
Ana Paula Bernardo - o romance espraia-se por uma temática onde se desmonta o mundo psicológico do ser humano com os seus conflitos pessoais, éticos e sociais, consagrando um interesse especial ao amor e aos afectos. Termina a sua crónica, afirmando, em suma, uma narrativa bem disposta, com histórias de encontros e desencontros, condimentada com beijos, carícias e algum sexo, especiarias em manjares bem mais físicos, envolvendo.....
Após “Não Morras até ao Verão “que planos os teus, MANUEL DIAS ? - Eu não sou uma pessoa que viva muito em função de planos. Prefiro mover-me no campo das ambições e dos desejos e, neste momento,a escrita assume-se como um vector assaz importante da minha realização. Como tal, espero que os requisito fulcrais para continuar a escrever não me faltem, a especificar: motivação, quietude, cabeça limpa. E também que a minha escrita chegue ao leitor, claro, e não fique confinada ás quatro paredes do escritório onde, horas e horas a fio, não raro me enclausuro.....
Estas afirmações do Manuel Dias, são de uma entrevista, concedida à revista“Bem-Estar”, informando que o próximo, trata uma temática pertinente e universal, dizendo respeito ao português como ao chinês,ao espanhol como ao mongol, ao mexicano como ao australiano....
Certamente, Manuel Dias, dirá respeito a este teu companheiro, que neste embate entre a juventude e a velhice, entre tombos e elevações, se cicatrizam feridas antigas.
Quer partilhar alguma informação connosco? Este é o seu espaço...
Deixe-nos aqui a sua mensagem e ela será publicada!