2011-07-26
Arsénio Pires - Porto
O Vieira veio focar um problema que me toca profundamente:
O próximo desaparecimento da Editorial e da revista Míriam.
Este é um grande sinal dos tempos que, a meu ver, se prende com a Igreja em geral:
A Igreja institucional, com o seu esquema tradicional que remonta aos tempos constantinianos do séc. IV, já não diz nada a quase ninguém.
Mas parece que ninguém quer enfrentar a realidade.
A autêntica mensagem de Jesus foi deturpada, quando não mesmo “rasgada”, ao longo dos séculos por esta instituição que consegue chegar ao séc. XXI com um esquema absolutista, nada democrático e com práticas que, nalguns aspectos, infringem os fundamentais direitos humanos no que à igualdade dos mesmos diz respeito. Dou um exemplo: a condição subserviente e limitativa de ascensão a postos de serviço da mulher (disse “SERVIÇO” e não honrarias ou eminências…reverendíssimas… sumos pontífices…) quando comparada com o homem.
Felizmente que o principal desta Igreja (mas, infelizmente, o menos visível… ou talvez não…) perdurou ao longo dos séculos e não largou o cap. 25 de Mateus!
Por isso me dá dó ver desaparecer um posto tão privilegiado de difusão do evangelho de Jesus, como é o duma Editorial e um revista, por não terem sabido adpatar-se aos tempos modernos, insistindo na venda de livros que pouco mais falam do que de novenas, terços e jaculatórias.
Quem pode comprar livros assim?
Onde estão os grandes temas que afectam os homens e mulheres de hoje?
Onde está, também na mensagem escrita, a Igreja que se quis “semper reformanda”? Que temas temos visto serem tratados na Míriam que interessem minimamente aos cristãos de hoje?
Depois… não há leitores? Pudera!
Quem aguenta?
Nota: Houve uma proposta formal feita à Congregação (que incluía um grupo de ex-alunos redentoristas) para dar continuidade à Editorial e à Miriam, que viria a ser dentro duma linha moderna, com raízes no esquecido (ignorado?) Concílio Vaticano II, aberta à sociedade dos homens de hoje.
Resposta: NÃO!