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2011-11-13

A.Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Tinha tudo para ser um dia memorável: uma manhã luminosa que logo dissipou em mim o receio de uma condução periclitante àquela hora, um ânimo sereno, boa disposição, uma caixinha de charutos dos Arcos, esquisita iguaria de doçura, carregada como simbólica etiqueta da minha presença no desejado evento, manifesto entusiasmo por mais uma ocasião de poder registar em imagens esta nova e excitante aventura na quinta de Oliveira do Paraíso. Cheguei á estação dos comboios de Braga a tempo e horas, confiante e prazenteiro no pensamento de me encontrar com os companheiros amigos dali a minutos. Porém, ao dirigir-me ao competente departamento dos serviços logo fiquei informado da realidade; o Alfa para Lisboa que deveria partir dentro de breves momentos não se iria efectivar por motivo (me foi dito) de uma greve levada a cabo em dias anteriores. Não posso exprimir em prosa redonda a sensação que de mim se apoderou nesse momento, só sei que me invadiu uma frustrante impotência, uma incontida e surda raiva, um desprezo alarve e bochornoso pela minha dignidade a ponto de me queimar a mente o engulho e a náusea de um desprezível cachorro. E, com o rabo entre as pernas, lá voltei a casa, ruminando inúteis praguejamentos.

Que me perdoem todos os refinados "abrileiros" pelo que vou dizer, mas é o que sinto: como uma Nação de quase mil anos pôde descer a tão fundo abismo? A que estágio de degradação nos levou essa fatídica e revolucionária efeméride! Ninguém se entende, procedem como putos de escola, caprichosos, sem senso nem respeito, urdindo birras infantis que não conduzem a nada nem nada resolvem. Havia lá muita mais gente, alguma barafustando, outra mais resignada e incrédula. Alguém lembrou tempos distantes onde havia respeito e ordem mas, pasmem, logo outro bacoco atalhou que embora dantes fosse assim não nos poderíamos  manifestar como o estávamos a fazer. Pelo nojo que me inspirou tal afirmação não me pude conter e repliquei com certa indignação e ironia:

- Que grande conquista, meu amigo! Pelo que entendo vejo que o ser roubado, espancado  ou morto não lhe dá cuidado, mas o não poder barafustar, sim; não há dúvida, grande conquista esta da funesta abrilada. Como diz, nesse tempo não se podia reclamar, só que, podendo-o fazer agora, é muito pior porque se riem ainda por cima 

Telefonei ao Assis na companhia de quem deveria viajar e na conversa falei também com o Peinado que me afirmou ter ouvido no altifalante de Campanhã o aviso da chegada de um comboio Alfa proveniente de Braga; rematada mentira fácil de desmascarar pois, se este site permitisse a inserção de imagens, haveria de nele mostrar os respectivos bilhetes anotados pelo funcionário da CP de Braga em como tal comboio se não efectuou e cuja anotação me irá permitir, espero eu, o reembolso do seu custo. 

Nunca pensei que em toda a minha já longa vida pudesse experimentar tão humilhante situação que me trouxe vários transtornos e prejuízos, despesas de combustível e do quarto que, entretanto, marcara no hotel e cujo preço tive de pagar por já não ser possível cancelar a reserva.

Até o tempo, ao fim desse dia, voltou ao tom de negrume e tristeza, retomando o seu cariz sombrio e tempestuoso que parecia esborrachar-nos a alma. 

 

2011-11-10

manuel vieira - esposende

À volta da fogueira sente-se o calor empurrado das labaredas da fagulha e nas cinzas avermelhadas estalam por vezes as castanhas acossadas pelo frenesim experiente da vara que alarga os espaços."
 26 comensais mostra como Palmela é já catedral dos bons convívios, ali de onde o velho castelo alcança do alto os fumos do magusto.
 "Tou" a ver o Davide de avental e boina basca a dar vida à boa mesa, mestre como sempre nas artes sápidas.
Ler o Alexandre é sentir com ele os preparos da estreia e Oliveira do Paraíso é sempre cenário das boas memórias e das emoções festivas.
Claro que vou estar lá, numa liberdade dinâmica do espírito.

2011-11-10

Alexandre Gonçalves - Palmela

Viajantes do Escasso e Mal Ajardinado Rectângulo: A todos as mais guerreiras saudações! Em tempo de ferozes combates, não é legítimo sentar-se na idade, alegando direitos adquiridos a sopas e descanso. Sempre se soube que o trabalho não é a mais desejável nem a mais nobre das ocupações. Mas é consensual que o ócio, por mais efémero que seja, é a mais fecunda fonte de sabedoria e de elevação espiritual. Ora a sabedoria não fornece verdades mas gera convicções. E é neste patamar que vão ocorrendo os nossos encontros. Dirão alguns que não se trata de actos de elevação. Pelo contrário, estes abundantes banquetes seriam verdadeiros exercícios de obesidade. Viajantes da vasta terra, ficai serenos! Por pudor linguístico, não gasteis nem uma palavra em jeito de resposta. Vinde e vede como é bom atravessar paisagens e cidades. Sentar-se numa ampla mesa neo-clássica. Demorar-se no culto litúrgico da amizade. Saborear os frutos vermelhos dos bosques outonais. Os que vêm não são os bons. Os que ficam não são os maus. Nós não falamos de bondade. Falamos do exercício urgente da existência. Já perdemos muito ano. Até aos vinte, andámos a aprender verbos abstratos, eventualmente irrelevantes para o futuro que nos foi possível. Aos quarenta, já tínhamos estagiado as mais diversas e fraudulentas promessas pessoais, sociais e universais. Vinte anos depois, reclamámos um pouco de ócio, que a lei civil nos garantia. Temos apenas um trimestre para deixarmos a assinatura num rascunhho qualquer. Podemos nós distrair-nos desta urgência? Uma conclusão paira no ar destes dias fugidios: Monção, Vieira de Leiria, Fão, Arcos, Palmela, Soito, tudo e o mais que venha, desde Sagres até Bragança, eis lugares definitivos onde a vida soube a festa, a lentidão, a resistência, a esperança. Como se muito futuro ainda estivesse por gastar. E a este ritmo, não é difícil asseverar que os ARES ainda mexem muito bem. Só para adoçar estes dias de chuva, estão confirmadas 26 presenças, em Oliveira do Paraíso. Sejam todos bem-vindos e façam a mais doce das viagens!
2011-11-08

Peinado torres - Porto

Bom dia companheiros O nosso decano MARTINS RIBEIRO sempre vai a Palmela, por obra e graça da presensa do nosso amigo e companheiro FREI ASSIS CONCEIÇÃO, e também por outras pressões- Era o que faltava sermoa privados da ausencia de um dos nossos reporteres fotogáficos, amigos todos sabemos que também temos o DELFIM, mas o automóvel não tem roda suplente? e é obrigatório apresentá-lo nas inspeções. Com isto apenas quero dizer que aos dois em PALMELA não de mais. Até sábado se DEUS quiser. VOLTAREI
2011-11-06

A.Martins Ribeiro - Terras de Valdevez

Devagar, devagarinho, mas a "malta" vai começando a aparecer. Foi o José Castro e agora o Assis; tem ele toda a razão em andar de candeias ás avessas com essa ganga dos fornecedores da Internet pois eu também já tive os meus problemas com essa gente. Presentemente - deixa-me bater na madeira -a coisa tem andado menos mal.

O Assis veio estragar-me a vida ao declarar a sua intenção de ir a Palmela, ao célebre magusto do Alexandre; e porquê? Todos sabem que já não sou nenhuma criança e o PDI pesa como um penedo e, além disso, nestes últimos tempos o meu "canastro" não tem andado na sua melhor forma possível. Isto de ter de me levantar ás quatro e tal da manhã, conduzir até Braga  e regressar depois a casa ás tantas da noite, devem convir que é areia demais para uma camioneta como a minha. Mas, no meio disto tudo, há um senão: é que eu sou um doidinho por estas coisas e quando mete magustos e castanhas - ah, castanhas, ah, Oliveira do Paraíso, ah, andar de comboio - não consigo resistir, sobretudo se as ditas forem como devem ser, como também o são outras conhecidas iguarias, quentes e boas. Tinha a coisa alinhavada com o Peinado com quem tinha combinado uma resposta até amanhã e apesar de ser um companheiro a quem muito prezo previa, no entanto, dizer-lhe que, desta vez, não iria alinhar em tais aventuras, porém, com a posição do  Assis fico baralhado e não sei ainda para onde cair. 

Bem, vou estudar melhor o assunto e depois comunicarei a minha decisão que, possivelmente e para minha frustração, vai ser mesmo a de ficar entre lençóis..




 

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